Com 6 meses de antecedência da Expedicíon Guaraní 2016 tínhamos uma equipe formada para encarar os 500 quilômetros da 5ª etapa do ARWS – Circuito Mundial de Corrida de Aventura – que seria no Paraguaí no mês de Julho entre os dias 2 e 10. A equipe formada por mim na liderança; Pedro Pinheiro, a grande experiência; Paula Barros, a nossa mulher, que vem desde o ano passado; Kim Emmenegger, o novato trator da equipe!
Com essa formação não se havia competido até o momento, mas todos já haviam participado de alguma prova um com o outro. Equipe equilibrada, forte e focada, assim fomos para essa expedição.
Eu, Kim e Pedro fomos de carro, percorrendo cerca de 1.300 Km e apanhamos a Paula que foi de avião até Assunção. Ficamos 2 dias na casa do amigo Hugo Martinez e sua esposa Malena e após isso fomos para San Bernadino fazer o check-in. Ficamos hospedados em uma casa de luxo com café da manhã incluso e nos sentimos atletas ricos!
Organizamos nossas caixas e domingo fomos ao congresso técnico num condomínio de luxo com uma piscina que mais parecia um lago, onde também fizemos a avaliação de canoagem.
Na segunda-feira de manhã todos os atletas seguiram de ônibus para Villarica, onde aconteceu a concentração de largada.
A largada se deu e iniciamos numa orientação urbana, onde fizemos a melhor opção de rota e escolha de pontos, indo primeiro ao norte e depois baixando para o sul.
Fizemos a transição da corrida para a primeira bike de 80 quilômetors montanhosa, mas logo no início perdemos muito tempo com minha bicicleta que desregulou a transmissão. Fazia calor nesse primeiro dia! Terminando essa bike em 9º lugar, fizemos uma canoagem bem feita, pois remamos contínuo e com excelência, dando a nós a 3ª colocação quando terminamos. Fizemos o melhor tempo dessa canoagem com 6 horas 50 minutos (6 minutos mais rápido que a Vida Raid).
Bom, daqui para frente fizemos um pedal bom, porém o trekking foi longo para nós, pois perdemos muito tempo para encontrar o PC 20, onde passamos um perrengão de frio com chuva e vento. Quando a chuva iniciou, paramos na casa de um índio para descansar, já que havíamos varado a primeira noite em claro e ficamos 3 horas esperando a chuva forte passar.
Logo após perdemos muito tempo para achar o PC 20, resolvemos descer a montanha para achar um abrigo. Amanhecendo o dia, subimos novamente para pegar o PC. Terminando esse trekking, haviamos justas 5h30 para terminar a próxima bike e passar sem corte, mas logo no início erramos para 2 horas e daí não teve outra forma, a não ser pegar o corte. Assim estávamos ali na briga pela 5ª posição e só.
Fomos dali em diante curtindo mais a prova e sem se estressar muito com posição, tanto que terminamos a bike depois do corte, já com a minha bike bem baleada (a caixa central estava caindo fora do quadro e assim descobrimos o motivo da transmissão estar desregulada no início).
Entramos no último trekking às 16 horas de quinta feira. O trekking era plano com vários charcos, onde pensamos que eram muitos, como se fosse um Pantanal. Bom, fomos até o PC 39, que era um terço do trekking, e resolvemos parar numa casa para nos aquecer, pois já fazia muito frio pelas 19 horas. A meta era parar umas duas horas e dormir um pouco, mas acabamos ficando até as 5 da manhã de sexta. A Cintia (dona da casa) nos atendeu super bem, fazendo um fogo com carvão e cafézinho quente.
Quando reiniciamos a caminhada, entramos de cara num charco e depois fomos zerando a navegação.
Terminamos a parte do charco e descobrimos na área de transição que estávamos em 7º, com uma diferença de 30 minutos para o 6º. Assim fizemos a transição e pulamos na bike. Demos o nosso melhor, porém acho que os outros times a frente sabiam que estávamos indo buscar.
Terminamos os 500km por volta das 22 horas de sexta feira. Tomamos uma cerveja, comemos uma hamburguesa. Logo partimos para o hotel tomar uma ducha, tirar 30% da craca e se estarrar junto a cama.
No dia seguinte, organizamos as coisas, fomos ao hotel de luxo em Assunção e pela noite, se dirigir a uma churrascaria para comer do bom e do melhor. Logo depois fomos a uma danceteria para a cerimônia de premiação. Não recebemos nada, porém aprendemos muito com essa prova! Ficamos muito felizes de poder terminá-la.
Nossos agradecimentos vai ao nosso parceiro Orientista.com; nossos amigos que torceram por nós; as nossas famílias que nos substituiram em nosso trabalho que dá o dinheirinho de cada corrida e claro, parabéns em especial ao Kim Emmenegger que iniciou no esporte a menos de um ano e meio e se saiu super bem em sua primeira prova de mais de 16 horas (no caso foram 107 horas).
Voltando para o Brasil tive a imensa honra de carregar a tocha olímpica em Gaspar (SC), onde vivo, representando todos corredores de aventura de uma forma bem aventureira! Carreguei a Tocha descendo de bike a escadaria da Igreja! A torcida foi a Loucura!!! Rsrs!!!
Agora é treinar e continuar sempre evoluindo!!! Viver esse sonho, viver Essa é a Nossa Vida!