Não lembro de nenhum outro período em que o esporte de aventura e de endurance perdeu tantas pessoas próximas e/ou conhecidas em tão pouco tempo, seja por acidente, doença ou imprudência dos outros; seja treinando, se divertindo ou cumprindo o seu dever. E quando pensamos que tudo vai voltar à normalidade, outra noticia ruim acaba chegando.

No final do ano passado, em pleno Natal, chegou a notícia do falecimento de Cristina Carvalho, atleta que se destacou no triatlon, mas que também conquistou seu espaço nas corridas de aventura e nas corridas de montanha. Sua luta contra o câncer vinha de longa data, mas ela batalhou até o fim e sempre que possível continuava praticando seus esporte preferidos.

Cris Carvalho (segunda da direita para a esquerda) na chegada do Ecomotion Pro 2007 em Paraty (RJ)

Quase 30 dias depois, no dia 23 de janeiro, o bombeiro Eduardo Góes, do 2ª Grupamento de Bombeiro Militar de Feira de Santana (GBM), morreu cumprindo seu dever num trabalho de resgate no Rio Jacuípe. Apesar de não ter um projeção nacional, Eduardo era corredor de aventura experiênte (equipe Kaaporas), sempre participou das corridas no nordeste e com conhecimento técnico em atendimento hospitalar, salvamento em altura, combate a incêndio e salvamento aquático, era o diretor técnico da Federação Baiana de Corrida de Aventura (FBCA).

Eduardo Góes (à direita) era bombeiro militar em Feira de Santana e diretor técnico da Federação Baiana de Corrida de Aventura

Poucos dias depois, a imprudência de um motorista tirou a vida de Claudio Clarindo durante um treino na Rodovia Rio-Santos. Ciclista de longa distância, Clarindo completou cinco vezes a Race Across América (RAAM), competição de ciclismo de estrada que cruza os Estados Unidos de oeste a leste em um percurso de 5 mil quilômetros.

Pelas informações divulgadas, o motorista cruzou a estrada numa ultrapassagem irregular e atingiu o cicilista no acostamento da mão contrária.

Claudio Clarindo completou 5 vezes a Race Across América (RAAM)

E no dia 08 de fevereiro, no meio do carnaval, o médico mineiro Adriano Dantas Costa morreu em um acidente de paraquedas na Serra do Cipó. As informações publicadas online informam que a abertura do paraquedas e a descida ocorreram de forma correta, mas uma rajada de vento próximo ao solo o levou a bater a cabeça e ter morte instantânea.

Além de paraquedista há 20 anos, Adriano também era corredor de aventura experiênte (sua primeira equipe se chamava Quimera) e assim como Eduardo Góes, não tinha uma projeção nacional, mas era bastante conhecido no seu estado. Além das provas de 1 e 2 dias, teve participação em praticamente todas as grandes corridas de expedição, como o Ecomotion Pro e a Brasil Wild Extreme.

Adriano Dantas Costa (segundo da esquerda para a direita), sofreu um acidente de paraquedas

Ídolos internacionais – E fora do Brasil, dois grandes nomes também se foram em situações distintas. Lenda do mountain bike, Kelly McGarry sofreu um acidente enquanto pedalava nas montanhas de Queenstown, Nova Zelândia. Quando o resgate chegou ao local de dificil acesso, o ciclista ja estava morto.

E nos Estados Unidos, o atleta de BMX Dave Mirra foi encontrado morto em casa. O atleta foi um dos grandes medalhistas do X Games e teve até um videogame sobre o esporte com seu nome. Apesar disso, suas incursões esportivas se espalhava também para o ciclismo de estrada (chegou a vencer a RAAM em 2014), triatlon e rally. As primeira investigações apontam para um possivel suicidio.