Expedición Guaraní, uma corrida para se marcar no calendário – Adventuremag

Uma corrida para se colocar no calendário. Assim podemos definir a Expedición Guaraní, corrida de aventura que em sua primeira edição explorou a região central do Paraguai e mostrou ao mundo um país de grande diversidade de terreno e grande beleza natural. Para os brasileiros, ajudou a quebrar o preconceito de nossos vizinhos serem apenas um lugar para compras baratas.

Organizada por Gustavo Borgognon Montero, um dos mais experiêntes corredores paraguaios, e com a direção técnica de Urtzi Iglesias, capitão da equipe Columbia Vidaraid, o evento agradou bastante os participantes. E pelo conhecimento do nivel técnico e fisico de Urtzi, os competidores já esperavam uma prova exigente fisicamente e com muita navegação. E não foi diferente, principalmente nas seções de trekking.

A corrida ofereceu um contraste interessante em relação a outras provas. Ao mesmo tempo que a corrida teve um caráter e percurso com desenho expedicionário, a organização ofereceu alguns serviços que dava conforto aos atletas nas transições e na chegada.

No primeiro caso, podemos citar o fato de carregar as bicicletas na seções de canoagem, a obrigatoriedade de fazer o rapel no Salto Cristal para conseguir buscar o posto de controle seguinte, como se fosse uma continuidade do caminho (em outras provas chega-se num ponto, faz o vertical e volta pelo mesmo caminho), assim com na ascensão. Para quem montou uma boa estratégia, a subida pelas cordas era apenas um obstáculo para seguir em direção à transição seguinte e não apenas uma tarefa.

No segundo caso, os competidores recebiam água, isotônico e refrigerantes (limitados) nas áreas de transição. Quase no meio da prova, eles tiveram ainda o serviço de mecânica de bicicletas para algums imprevisto e na chegada, puderam deixar suas bicicletas com o mesmo serviço e as receberam lavadas e prontas para levar para casa. Vale destacar ainda que cada equipe pode deixar algumas peças de roupa para serem lavadas pelo hotel, entregues no dia seguinte limpas e cheirosas.

Aliado a isso, uma das maiores premiações atuais das corridas de aventura: U$ 20.000 distribuídos entre os 8 primeiros colocados, mais U$ 500 para a melhor equipe paraguaia.

A corrida – A Adidas Terrex dominou a prova de ponta a ponta e sua vantagem aumentava a cada transição. Os atletas também encontrar dificuldades na navegação, mas sua velocidade era impressionante. Logo no final do primeiro dia a diferença chegava a 4 horas em relação à QuasarLontra Kailash, segunda colocada, que acabou cometeu diversos erros ao longo da prova e por sorte (e pela dificuldade do percurso em geral) não foi ultrapassada em nenhum momento.

O primeiro erro foi ficar à procura de um posto de controle que havia sido cancelado (a equipe era informada na transição e um assinatura era exigida para confirmar que estavam cientes) e o segundo foi ter feito um trekking em sentido errado (o trekking anterior não tinha ordem obrigatória e este, sim). Para não ser desclassificada, a equipe teve que refazer no sentido certo.

Com as dificuldades de navegação, os horários de corte acabaram ficando bastante apertados para a maiorida das equipes e mesmo com a mudança de horário, apenas 4 equipes conseguiram passar pelo primeiro.

Praticamente todos os navegadores relataram as dificuldades na navegação e mesmo as seções de mountain biking, que pareciam ser rápidas, levaram bastante tempo para serem superadas.

Os competidores enfrentaram de tudo nessa prova: canoas viradas com as bikes; tempestades rápidas; estradas com tanta lama que travavam as rodas e deixavam as bicicletas pesando "toneladas; chuva de granizo e de raios; calor forte; rapel sob a água gelada do Salto Cristal.

Assim como na largada, a chegada teve o rio Paraguai como o principal protagonista. Por suas águas viam-se as canoas chegando no horizonte e o fluxo a favor ajudava os braços cansados depois da exploração dos 600 quilômetros pelo país.

Os campeões da Adidas Terrex foram recepcionados na pequena praia do Resort na noite de quinta-feira (27) e todos queriam tirar fotos ao lado dos grandes vencedores. A equipes seguinte, cortada, chegaria somente na manhã do dia seguinte e a segunda colocada, QuasarLontra, quase 20 horas depois.

Quem fez um grande prova foi a argentina Secretos de Ullum, conquistando a terceira colocação. Durante a premiação o capitão Oscar Ferre comentou que grande parte do sucesso deveu-se à navegação precisa do brasileiro Jonas Junckle.

A melhor colocação paraguaia ficou com a Gallo Cyclesport Specialized.