Handi MDS: inclusão em uma das provas mais difíceis do mundo

A Marathon des Sables é uma das provas mais difíceis do mundo. Percorrer quilômetros pelas areias do deserto exige muitos cuidados, mas imagine fazer isso em uma cadeira de rodas.

A primeira edição da Handi MDS aconteceu esse ano (2024) e tudo graças ao casal Myriam e Pierre Cabon, parisienses sobreviventes dos ataques terroristas na casa de shows Bataclan em 13 de novembro de 2015. Pierre ficou paraplégico mas isso não o fez desistir da paixão por viajar, muito pelo contrário. Visitou a Patagônia, Chile, Tanzânia e até a subida do Kilimanjaro, sempre abrindo caminho onde a assessibilidade é praticamente inexistente.

Graças à participação no MDS Marrocos 2023, Pierre e Myriam puderam ver os diferentes desafios envolvidos na organização de um Handi MDS. Em colaboração com organização, realizaram diversos testes e reconhecimento do percurso para a viabilidade do projeto Handi.

O traçado do percurso foi pensado para ser o mais fiel possível ao traçado inicial, tendo em conta as diferentes condicionantes do terreno evitando, por exemplo, trechos de dunas onde a areia é muito profunda. O acampamento também foi redesenhado para garantir ótima acessibilidade e autonomia, como a disponibilização de banheiros adaptados.

O lançamento deste projeto demonstra o empenho da organização do MDS, com a ajuda de Pierre e Myriam, em promover e sensibilizar para a inclusão através do esporte.

Além da parte logística, o investimento da dupla também se concentrou no recrutamento das equipes compostas por três participantes.

Tal como acontece com a sua versão original, o Handi MDS acontece em três etapas com dois dias de corrida, um dia de descanso e um dia de corrida (51km para 867m de ganho de elevação).

A primeira edição da Handi MDS teve uma participação de 10 equipes formadas por 3 pessoas: 1 pessoa com deficiência e 2 pessoas sem deficiência para auxiliar no percurso.