fotos: Paolo Avila
Sempre à procura de melhores corridas a nível sul-americano consegui encontrar um desafio que preenche as minhas expectativas, Peru !!! E que promete ser o destino ideal para o futuro do Trail. Todos podem dizer que correram através de desertos parecido ao do Chile, com areia compacta e poucas dunas.
Correr em desertos de areias destruidoras de pernas com dunas que consomem energia e paisagens que lembram o deserto do Saara, é tudo o que Paracas oferece, exatamente na cidade de Huacachina.
Nos dias 15 e 16 de Julho aconteceu a Paracas Desert Trail, a qual reuniu esportistas de todo o mundo que viajaram até as dunas de Huacachina para testar este tremendo cenário e esta grande corrida que começa no oásis natural mais belo e turístico do Peru, afim de atravessar o deserto e chegar até o mar.
A corrida se prepara para começar com uma grande multidão de pessoas, corredores e acompanhantes, que cobre o oásis de Huacachina, todos desafiados pelo mesmo objetivo: vencer uma noite dura de corrida que terão pela frente. E aos acompanhantes, dar incentivo e contenção para este dura batalha que começará em poucos instantes. Grandes grupos de corredores pertencentes a equipes se fotografam felizes pela convocação.
Este mesmo cenário será usado pela Marathon Des Sables em sua primeira versão fora do deserto do Saara, que elegeu Peru e mais precisamente Paracas por suas dunas de qualidade mundial para realizar esta corrida e convida os corredores mais bravos e mais resilientes. Apenas alguns se atreverão a suportar esta grande corrida, mas esses poucos conhecerão a dor de correr por essas dunas e a alegria de viver essas paisagens únicas que possui o Peru.
Em meio ao oásis há uma lagoa natural de água doce com peixes e e de onde começa esta corrida, com quase 80 inscritos para correr os 100K. Contando os segundos começam os gritos, se vê a angústia nos rostos e o desejo louco de correr. É dada a largada, partem os corredores!!! Não há um trecho plano, apenas subida e areia em duas direções, enquanto o sol se põe no horizonte que é a linha de chegada.
A quilômetros de distância se vê sinais que são as luzes dos participantes, descobrindo cada canto das dunas. A cada 500 metros há bandeiras com iluminação que marcam o caminho a seguir.
Tanto homens e mulheres correm em meio às areias, sempre com altimetria positiva que consome pernas e cria bolhas nas solas dos pés. Somente aqueles que estão preparados suportam os primeiros 63K, local do segundo posto de abastecimento e onde podem ser assistidos por médicos e uma equipe multidisciplinar que fazem parte da organização.
Tarde da noite, as estrelas são apenas as nossas companheiras durante o caminho. As dunas se tornam complexas, o frio ataca, a areia se infiltra em todos os lugares e o objetivo se aproxima. A brisa do mar atinge corredores, refrescando seus corpos e aliviando a ansiedade de celebrar por vencer mais este desafio.
A corrida termina no Centro de Interpretação da Reserva Nacional de Paracas, no meio do deserto. Neste lugar está o museu que detém a história da cultura Paracas, cultura pré Inca, e onde se pode ver múmias e tudo relacionado a esta tremenda cultura.
Após a corrida, o pódio dos 100K para homens foi obtido com um tempo de 9h30 por Charles Ayala. Quem ficou em primeiro lugar entre as mulheres foi Aydee Soto com 12:09 Hrs.
Apenas os corajosos, não só de corpo tão pouco de mente, estarão convidado para este desafio que busca selecionar só os verdadeiros atletas de trail.