‘Suunto’, em finlandês, quer dizer ‘direção’. A marca conhecida dos corredores de aventura por suas bússolas tem uma história ligada aos equipamentos de orientação. Surgiu em 1936, quando o finlandês Tuomas Vohlonen lançou um modelo mais preciso do que tudo o que havia no mercado até então.
Esse ‘DNA de orientação’, presente nos equipamentos da marca, foi o que mais chamou a atenção no Spartan Sport Wrist HR, relógio com GPS que a empresa finlandesa nos cedeu para teste durante uma semana. Seu principal destaque é a performance em trilhas que exigem navegação, conforme detalharemos mais adiante.
A expressão ‘Wrist HR’ quer dizer algo como ‘frequência cardíaca pelo pulso’, e vem da funcionalidade de determinar a frequência cardíaca com base num sistema ótico no pulso, dispensando o uso da cinta peitoral. É um tipo de tecnologia que, como já mencionamos, não é exatamente nova e equipa os GPSs de ponta das principais marcas, mas que sempre agrada, por ser prático e dispensar a cinta peitoral.
Visualmente, o relógio possui uma caixa arredondada grande, com pulseira de silicone flexível que firma bem no pulso. O modelo que recebemos veio com uma pulseira azul, mas, se o usuário preferir algo um pouco mais sóbrio – para usar no escritório, por exemplo -, a marca também disponibiliza um modelo todo em preto. Há, ainda, uma versão rosa.
Um diferencial que agradou bastante é a tela touch screen, que pode ser utilizada junto com os comandos tradicionais (três botões do lado direito da caixa) e que, pelo que constamos, pouco interfere na duração da bateria.
Falando nisso, em termos de duração da bateria, o fabricante informa que o Spartan Sport Wrist HR possui uma autonomia de 10 horas com o GPS configurado na melhor precisão e de 16 horas na versão econômica. Há, ainda, que há uma opção de ‘GPS – OK’, para 32 horas.
Como era de se esperar o relógio não decepcionou no quesito orientação/navegação. Para testa-lo em condições mais reais, resolvi leva-lo ao Parque Estadual do Pico do Jaraguá. Baixei um mapa da trilha do Pai Zé (a mais popular do parque) diretamente no site Movescount, da Suunto (que centraliza todas as ações no relógio a partir da criação de um perfil) e dali ‘subi’ o mapa via Bluetooth para o relógio. Além de arquivos criados pelos demais usuários do Movescount e disponíveis no sistema, é possível, também, enviar para o relógio arquivos no formato GPX baixados de outras fontes como Wikiloc, por exemplo. Isso dá ao usuário, um enorme arsenal quase inesgotável de arquivos de trilhas.
Com os percursos salvos no dispositivo, parti para o Jaraguá. Embora seja razoavelmente pesada do ponto de vista físico (são 344 metros de ascensão, atingindo o ponto mais alto do município de São Paulo, com 1.135 metros de altitude), a trilha do Pai Zé não oferece desafios do ponto de vista de navegação. Mas, como eu a havia percorrido apenas uma vez, teria para mim um ‘efeito novidade’, excelente para elaborar o review. Sem contar, é claro, que é uma trilha linda e que fica há cerca de 30 minutos do centro de São Paulo.
Uma vez no Parque, antes de começar o percurso, me ocorreu acionar o modo GLONASS (Global Navigation Satellite System ou Sistema de Navegação Global por Satélite), que, segundo a Suunto, aumenta a eficiência da navegação em locais como muitos anteparos (como árvores, no caso da trilha do Jaraguá), mas, por outro lado aumenta o consumo de bateria. Preferi não aciona-lo e o relógio aparentemente não acusou perda de contato com o satélite, mesmo na mata fechada.
Na trilha, resolvi sair para alguns single tracks secundários (são poucos no Jaraguá, mas existem) para testar a precisão do aparelho. Cerca de 10 metros depois de sair da rota estabelecida, constatei no display, a seta que representava o relógio já fora da trilha mostrada. Falando em display, durante a subida, pude alternar a tela do percurso para outra, que mostra em tempo real o percurso altimétrico. Cheguei ao topo do Jaraguá em cerca de 40 minutos.
Conclui que poderia ter feito com ele qualquer trilha complexa do ponto de vista de orientação, como a Serra do Mar (onde muita gente se perde) ou a Serra Fina, apenas ficando atento ao consumo de bateria dependendo do tempo de movimentação.
Do ponto de vista de registro de atividades, o Spartan Sport Wrist HR oferece registro distância, ritmo (em min/km), velocidade, frequência cardíaca, hora e altitude e outros. Há diversas opções de esportes monitoráveis, como corrida de montanha, mountain bike, natação triatlo, esteira e até natação em águas abertas.
O display de atividades é totalmente customizável, o que pode ser feito acessando o Movescount – abaixo. Esse sistema é bacana na medida em que, diante de um computador, é bem mais fácil ‘montar’ o display da maneira que você preferir – abaixo. Mas, por outro lado, dificulta a vida se você quiser fazer ajustes quando estiver numa prova, longe do computador.
O Spartan também possui contador de passos diário, um recurso interessante para os períodos em que não dá pra treinar, mas o usuário quer se manter minimamente em forma – segundo a OMS, o recomendado são 10 mil passos por dia, no mínimo.
E para quem, como eu, é fã do Strava, o Suunto ‘conversa’ bem com o app, bastando, ao final do treino, acionar o Bluetooth do celular e passar a atividade para o Movescount, que, por sua vez, carrega a atividade no Strava – é preciso ter o app instalado, claro, mas a transferência é rápida.
Enfim, um review completo de um equipamento como esses exigiria diversas páginas. Mas ficou claro que o Spartan traz o DNA de navegação da marca finlandesa.
Suunto Spartan Sport Wrist HR
Nota: no momento do review a Suunto informou incorretamente o valor do aparelho (R$ 2.999), tendo, posteriormente, enviado a informação correta: R$ 2.699.
Manual em Português
ns.suunto.com/Manuals/Spartan_Sport_WristHR/Userguides/Suunto_Spartan_Sport_WristHR_UserGuide_PT.pdf?_ga=2.132655566.1106012190.1500503055-1339655544.1499801508
Tutoriais
https://www.youtube.com/watch?v=kxHx5rUlE9w
Mais informações: http://www.suunto-br.com/
