Autor: Adventuremag

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Mountain Quest chega à 4ª edição – Adventuremag

Desafio, superação e muita vontade de redefinir limites, são o mote para a ultramaratona de MTB Mountain Quest, a decorrer entre os dias 18 e 19 de junho de 2016, nas serras da Aboboreira, Marão, Sr.ª da Graça e Alvão. A 4ª edição do Mountain Quest alia o lazer, a competição e a superação, numa prova que já é uma referencia em Portugal e voltará a surpreender os mais ousados.

A prova é feita em autonomia total e apenas a navegação GPS permite guitar os atletas pelas montanhas, assinalando os pontos mais importantes. As distâncias compreendem os 180 Km e/ou 70 Km, onde no primeiro dia se alcançam 7000 metros de desnível positivo. Estas são algumas das características desta ultramaratona de mountain bike, que pretende elevar e partilhar com todos os participantes a beleza representada pelas serras que emolduram a região do Tâmega e Trás-os-Montes.

As inscrições podem ser feitas individualmente ou em duplas, e a ultramaratona divide-se em três percursos: o Warrior de 70km, que parte de Amarante rumo ao Marão, passando pelo parque Eólico Pena Soar e Ponte de Arame (19 de junho); o Gladiator de 180Km, que parte igualmente de Amarante, seguindo para a Serra da Aboboreira, passando pela Sr.ª da Serra – ponto mais alto do percurso – , parque Natural do Alvão e Senhora da Graça (18 de junho); e o Spartacus de 180Km + 70km, um verdadeiro teste às capacidades dos mais destemidos, com a possibilidade de realizarem as duas provas. Paralelamente, realiza-se ainda uma caminhada, fora do contexto competitivo, em plena Serra do Alvão.

Para além da importância no contexto desportivo, o Mountain Quest reflete a riqueza da região a diferentes níveis, tais como os recursos naturais, os monumentos, as tradições, a cultura e a gastronomia. São várias as entidades que estão envolvidas e que trabalham em parceria para conseguirem organizar e oferecer aos visitantes e atletas os melhores serviços.

Porque o ambiente e o envolvimento da comunidade são algumas das principais preocupações da organização, 1€ das inscrições reverte a favor da ‘Terra dos Homens’, associação de apoio a crianças e jovens desfavorecidos de Amarante. O Mountain Quest apoia também ‘Os Pecaninos’, uma associação que ajuda animais abandonados em Paços de Ferreira.

O Mountain Quest conta com o apoio do Município de Amarante, da Câmara Municipal de Mondim de Bastos, da Dolmen, da TMG Terapias e da Botas Bike Shop.

A 4ª edição do Mountain Quest posiciona-se como uma das provas mais exigentes da Europa. A organização descreve o Mountain Quest como: “uma ultramaratona concebida com o objectivo principal de ser uma aventura épica na montanha. Não é só mountain bike, é muito mais. É a vida”.

O período de inscrições decorre até 31 de maio 2016.

Relato Ultra do Céu 2016 – Adventuremag

A Ultra do Céu é uma projeto independente sem fins lucrativos em que consiste em sair de um ponto a outro com as forças das próprias pernas. Neste caso específico, o trajeto começou na cidade de Ibertioga passando por Santa Rita de Ibitipoca, Vilarejo dos Moreiras, Conceição de Ibitipoca até o Parque Estadual de Ibitipoca. O ponto culminante é o local conhecido como Janela do Céu e por isso o nome do projeto.

“Das outras vezes fiz tudo sozinho, este ano, convidei alguns amigos e foi uma ótima confraternização entre amizade, esporte, saúde, natureza, vida e a montanha!”, disse o idealizador Valmir Lana Jr.

Segue abaixo seu relato:

Ultramaratona é um nome que remete a uma coisa muito difícil, que poucos tem a audácia de se propor. Em contrapasso dessa ideia vem o Céu, que já é tido como um paraíso, passa uma ideia de plenitude. E com estes contornos se pode definir esta jornada, uma experiência surreal que já nos primeiros passos se mostrou suave com uma corrida leve e iluminada pelo brilho da lua e seu majestoso Arco-íris lunar.

Ultra do Céu

Cada um em seu próprio passo, passeamos pelas estradas que ligam Ibertioga a Santa Rita de Ibitipoca, onde a abundancia em suprimentos nos surpreendeu e a gratidão ao “Torresmo” vulgo Marcos Loschi é tamanha. Minutos de descanso e avaliações, 25km já haviam ficado para trás e nos restavam alguns, ótimos, quilômetros até nosso objetivo, deixamos a praça de Santa Rita e em um acolhedor vilarejo chamado “Moreiras”, nos encontramos todos e felizes partimos novamente.

Pernas já pesadas, a corrida suave já não era uma realidade palpável, o suor esfriava o corpo todo e o dia já raiava no horizonte. As lentes do habilidoso fotógrafo registrava tudo com maestria, é possível dizer que suas fotos tem vida, dá para ler o que o Thiago e todos nós ‘Lemos” nelas.

A chegada no cruzamento que leva ao Parque foi muito comemorada e partimos com alegria e cansaço pela subida calçada que minava o corpo e alimentava a alma.

O relógio de sol, o paredão de Santo Antônio, a Ponte de Pedra, Lago das Miragens, Cachoeira da Pedra Quadrada, Cachoeira dos Macacos, Mirante poderiam já nos bastar por tamanha beleza e prazer em correr por todos estes pontos, alguns por ali ficaram com a certeza de que deram o máximo de suas forças e, que, por mais prazerosa que fosse, ainda assim era uma Ultramaratona.

Não havia receio de não chegar ao objetivo, com a consciência de que os quilômetros passados pesariam nas subidas e descidas do Pico do Pião, o subimos e o descemos com todo o encantamento de ali estar e partilhar toda aquela belezura!

Ultra do Céu

Uma cachoeira no meio do caminho que só aparece nas épocas de muita chuva nos presenteou e as pernas iam sozinhas pelas técnicas trilhas que nos levou a outra cachoeira que, esta sim, é famosa “Cachoeirinha”… fotos e mais fotos e seguimos para sua base e chamá-la de “Cachoeirinha” era um absurdo… caudalosa e potente, poderíamos colocar qualquer sufixo, menos o diminutivo pelo qual era famosa!

Majestosa, imponente, linda, todos presentes tinham sorrisos nos olhos e adultos se transformaram em pequeninas crianças a se banhar e se banhar naquelas fortes águas.

A vontade de ficar ali o dia inteiro só não era maior que a vontade de, com mais alguns passos, chegar ao destino final, Janela do Céu… enfim, chegamos ao tão sonhado local que nos leva a pensar que estamos em algum paraíso ou coisa que o valha. Ficamos ali admirando e comemorando toda a jornada. Teoricamente ali era o fim, mas ainda tínhamos a volta pela Lombada, o ponto mais alto do Parque.

Subir, subir e subir para depois descer, descer e quando pensávamos que estaria chegando, descíamos mais ainda e até que, então, descíamos mais e parecia que não iria acabar nunca, mas a Ultra do Céu havia chegado ao seu final com memórias para uma vida inteira, memórias de amigos, monstros das corridas em montanhas, seres humanos incríveis que celebram a natureza, vivem o espírito da montanha, o espírito Outdoor e que são felizes assim, sempre seguindo em frente (Go On Outdoor)!