Continuando com o tema “Alucinações”, em comemoração dos 20 anos de corrida de aventura no Brasil, segue abaixo algumas estórias de Rafael Campos, fundador e capitão da equipe QuasarLontra e um dos mais experiêntes corredores brasileiros, com participações nas maiores provas nacionais e internacionais, como Eco-Challenge, Primal Quest e diversas edições do AR World Championship.
“Em minhas primeiras corridas de aventura, eu tinha muito mais alucinações do que nas corridas seguintes. As mais marcantes foram as alucinações que tive na Expedição Mata Atlântica 1999 (EMA1999) e no Eco-Challenge das Ilhas Fiji em 2002. Mas isto não quer dizer que também não tiver momento de loucura em provas mais recentes.
No EMA 99, era minha primeira corrida de aventura, na terceira noite da prova, corríamos para passar no último corte da prova. Neste momento pedalávamos por uma região que tinham muitos ninhos de cupim no pasto. Foi quando eu virei para a Gabriela Carvalho, minha parceira de equipe, e comentei: ‘Nossa, um monte de equipe está parando e montando barraca por aqui, vamos tentar seguir e não dormir.’
Ainda nesse pedal por três vezes eu dei várias freadas bruscas de bike no meio da estrada. Eram trechos que a sombra dos faróis me faziam acreditar que fossem pequenos rios que íamos cruzar.
Outra situação foi no Eco Challenge das Ilhas Fiji, em um trekking que durou três dias. Durante uma madrugada eu ouvia toques de corneta, barulhos de helicóptero e também barulho de multidão. Sempre achava que estávamos nos aproximando de alguma Vila ou de um quartel, mas quando olhava no mapa, não havia nada em um raio de 40km.
Outra história engraçada foi quando corri uma prova com o Said, que depois viria a ser o organizador do Ecomotion. O Said estava doido, alucinado, e na caminhada me dizia: ‘nossa Rafinha estou vendo vários doendes, vamos atrás deles? Acho que eles sabem o percurso!’. Ele ficou assim por horas, até que ao chegarmos em um PC em que o médico estava lá, o proibiu de continuar por estar for a de si.
Por último, correndo no mundial da Noruega, durante a noite começamos ver fanstasmas no céu. Se movimentavam rapidamente de um lado para outro e de repente paravam. Alguns tinham cores brancas e outros esverdeadas. Um fala com o outro da equipe ‘você viu aquilo?’. E todos estavam vendo. Depois de alguns minutos, entendemos que não poderia ser uma alucinação coletiva e sim, realidade. Estávamos presenciando um show de aurora boreal !! “