Minha Primeira Corrida de Aventura (Clichê Minhas férias da escola)

por: Ed Montana

Como cheguei até aqui
Primeiro: como fiquei sabendo da existência dos Pamonhas e da tal Corrida de Aventura? De Moreira é um colega de triathlon de Mafra (SC), cidade que morei um tempo, que me falou da existência desse tipo de corrida e que era uma prova com meu perfil.

Fui convidado ano passado para participar da última etapa do paranaense com o pessoal do Os Pamonhas, mas naquele momento não pude ir. Agora fui convidado novamente e foi possível a minha participação.

Eu
Apesar de ter iniciado tarde no esporte, com cerca de 30 fiz minha primeira corrida, já adquiri certa experiência em provas endurance e gosto de provas com esse perfil. Fiz 3 Ironman, incluindo o sofrido de Fortaleza e diversos 70.3 e outros tri e cross tri.

Equipe
Jerônimo foi nosso navegador e diga-se de passagem, excelente navegador. Conseguir conciliar as atividades com a pressão da prova e a responsabilidade da navegação é algo muito difícil. Tenho noções básicas de leitura de carta, mas nesse esporte a falta de prática e inexperiência pode custar muitas horas…  Quem sabe um dia me torne um navegador.

Ana, a mulher do nosso quarteto, vem de uma linhagem de corredores de aventura, com seu pai e irmão competidores. Muito habilidosa no pedal, que me chamou muito a atenção, ainda mais se tratando de MTB e por onde passamos. Muito centrada e uma excelente atleta.

Guilherme, outro triatleta e com uma historia de vida incrível, a qual fiquei sabendo na nossa viagem de ida pra a prova. De você olhar para o rapaz dá para perceber que é bruto. Muito quieto e focado.

A Prova
Esperava uma prova difícil, principalmente tendo em vista a minha inexperiência com canoagem. Nado faz bastante tempo, mas apesar de serem atividades na água, são bem diferentes. Tanto a bike quanto o trekking não seriam o problema, mas o frio… com certeza me fez colocar mais roupa.

Pouco antes da largada recebemos as cartas e nosso navegador já foi traçando a nossa estratégia de prova, ou seja, a prova inicia antes da largada. Estratégia pronta e equipe alinhada, partimos para a largada da canoagem. Estávamos com maré vazando que nos ajudou até a saída em frente ao porto. A seção foi relativamente tranquila, apesar de ser um movimento mecanicamente diferente para mim.

Chegando na primeira transição partimos para a busca dos pontos. Tivemos um pouco de dificuldade nos primeiros, tendo em vista um local que sabotou e estava dando tiros… mas nada grave. Mesmo com os dois pontos iniciais cancelados pela organização, acabamos encontrando. Seguimos para a etapa da Bike, essa parte sem dificuldades para nossa equipe e com uma navegação perfeita chegamos até o trekking.

Estávamos afoitos, pois naquele momento éramos os últimos, cerca de 20 minutos atrasados.  Corremos para tentar recuperar o tempo perdido, mas no fim das contas tivemos muita dificuldade em achar o PC6, penúltimo ponto da prova, que era uma fotografia em determinado local. Os 15 minutos viraram 40 minutos de retaguarda…

No retorno a equipe já estava um pouco desmotivada e começando a sentir o frio, afinal às 18 horas de inverno na mata, já não tem quase iluminação. Terminado o trekking, ao pegarmos as bikes descobrimos que havia uma equipe que ainda não havia chegado… Equipe que não cruzou com a gente… Esperança, não somos os últimos, e outro chavão que ficou reforçado nessa prova é o “Só termina quando acaba”. Essa motivação nos fez fazer mais força para encontrar o último ponto.  Chegando próximo ao dito ponto, que estava do outro lado de um suposto lago eu pensei, “filho da mãe o organizador, vou ter que atravessar esse lago para furar o Racebook”. Eram quase 21 horas, e fui para entrar na água. No fim era um lago de 30cm e só molhei  até meus joelhos.

Com o Racebook fechado, agora só restava o retorno de caiaque. Em partes pensávamos que estava tudo certo, pois tínhamos cerca de 2 horas ainda para finalizar a prova. O grande problema nesse ponto era a maré, que cedo nos ajudou, agora iria atrapalhar. Vazante de lua nova, que correnteza! Atravessar até a frente do porto de Paranaguá foi relativamente tranquilo, mas dali em diante foi complicado. Optamos por ir bem próximos as margens par minimizar o efeito da maré, e só assim conseguimos vencê-la. Os últimos 500 metros foram exaustivos, nunca chegava o final da capitania dos portos (a chegada era ao lado da capitania). Nesse momento só escutávamos os gritos de torcida do pessoal e as pequenas lanternas deles, sinalizando o fim.

Era cerca de 22:10 quando chegamos e tivemos a notícia de sermos os terceiros a terminar. Outra equipe do grupo não conseguiu vencer a maré e acabou pedindo resgate.

Adorei a experiência de ter participado de uma prova assim, achei difícil correr sem relógio GPS para saber meu pace exato e velocidade na bike, mas por outro lado é muito libertador poder fazer uma prova sem se importar com estes parâmetros. Espero poder participar de outras provas e evoluir nesse esporte maravilhoso.

Agradeço muito a equipe Os Pamonhas pelo acolhimento!

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