Um dia ensolarado marcou o início das atividades da Expedição Terra de Gigantes 2022. As equipes foram recebidas na Fazenda Pública Joaquín Piñero, na cidade de Maricá, Rio de Janeiro. As poucos as equipes vindas de diferente Estados brasileiros foram chegando com seus equipamentos para a conferência e entrega para a organização, que as levariam para as áreas de transição determinadas.
No local foi oferecido um almoço, oportunidade para relaxar (dentro do possível) e colocar a conversa em dia com os amigos distantes que se encontram apenas nas corridas de expedição.
A largada aconteceu ao pôr do sol no Farol da Ponta Negra, de onde se tinha uma vista privilegiada da cidade e dos lagos por onde as equipes remariam no começo da prova.
Pela frente elas teriam:
– 1 Km – Trekking/Natação
– 36 Km – Canoagem
– 22 Km – Rogaine
– 29,5 Km – Trekking / Técnicas Verticais
– 129 Km – MTB
– 45 Km – Trekking
– 47 Km – Canoagem
– 30,5 Km – Trekking
– 100 Km – MTB
Ao sinal da largada as equipes “despencaram” morro abaixo e em poucos minutos chegaram na transição para pegar os caiaques. A maioria optou por cruzar o canal e molhar os pés logo no início da prova, mas teve quem preferisse dar uma volta maior por uma ponte próxima e se manter seco por um período maior.
As equipes passaram a noite gelada remando pelas lagoas gigantes da cidade, passando por pescadores e por pessoas curtindo o final de domingo quando se aproximaram de áreas mais urbanizadas para encontrar os postos de controle.
Os caiaques estavam pesados, cheio de comida, roupas e equipamentos, mas mesmo assim a maioria delas optou por fazer uma portagem próximo no PC4, localizado próximo a uma avenida e que economizaria um bom trecho remando. Mas… teriam que carregar todo aquele peso por um quilômetro.
A equipe Vai Lola acabou não pensando em fazer um corte mais curto e estava carregando os caiaques por quase 4 quilômetros quando foram avistados pela organização nas ruas da cidade!
O dia seguinte começou de uma forma espetacular, com o céu avermelhado que as primeiras equipes puderam apreciar do alto da Pedra de Itaocaia. Enquanto isso as últimas estavam terminando o rogaine pelas dunas da Barra de Maricá.
Nesse ponto a corrida estava embolada com Uruguay Ultra Sport, BOA, Terra de Santa Cruz e Malacara. Pela frente elas teriam 129 Km de Mountain Bike até o vilarejo de Correntezas (Bananeiras), segunda base da prova.
Um erro de navegação dos uruguaios permitiu que a BOA ganhasse terreno, mas eles retornaram para o caminho correto e conseguiram manter a segunda colocação.
Foi nesse trecho que um dos integrantes da Malacara não estava se sentindo bem e equipe parou no SAMU de Japuíba, ali ficaram por mais de 10 horas. Se ele não melhorasse poderia significar ficar de fora da prova apenas 26 horas depois da largada.
Sem outra opção, os outros atletas decidiram que o melhor a fazer era descansar e depois, seguir adiante fazendo o melhor possível. E assim foi e na manhã do dia seguinte a equipe chegou em Correntezas.
Nessa área de transição as equipes retornavam após 2 alças. Primeiro ela fizeram uma alça de trekking pelo alto da serra passando pela região de Nova Friburgo e visual do Parque Estadual dos 3 Picos.
Em depois saíram remando em direção à represa de Juturnaíba e retornaram de trekking para a transição, para então sair para o MTB final de volta a Maricá.
Essa ‘metade’ final da prova foi marcada por voltas, reviravoltas. Infelizmente o rastreamento na primeira alça não funcionou e logo que as equipes passavam para o outro lado da serra a atualização parava. Era uma incógnita de onde elas estavam. O sinal surgia de volta quando estavam descendo de volta.
A Uruguay Ultra Sports acabou por perder a segunda colocação a partir desse trekking, com uma sequência de erros de navegação. A equipe foi pelo caminho errado, voltou para trás, seguiu em frente e errou de novo, retornou para trás…
A disputa pela liderança passou a ser entre a BOA e Terra de Santa Cruz. Ambas estavam bem próximas na busca pelos PC’s dentro da represa, mas os brasilienses ‘bateram cabeça’ e decidiram dormir e nesse tempo a Terra de Santa Cruz tomou a liderança.
Pelo desenho do percurso, parecia que nada mais tiraria a vitória da Terra de Santa Cruz. Pela frente a última seção da prova, um mountain bike de 100 quilômetros até a chegada e uma certa vantagem em relação à BOA. Mas faltando 2 PC’s ela foi alcançada e ultrapassada.
E agora o que parecia agora uma vitória certa da BOA, virou uma incógnita. A expectativa era que a primeira equipe cruzasse a linha de chegada na noite de quarta-feira, mas achar o último PC estava difícil e com o cair da noite a dificuldade aumentou ainda mais.
Enquanto a BOA fazia o reconhecimento de todas as trilhas da área, a Terra de Santa Cruz se aproximou e seria a chance de retomar a frente e ganhar a prova. Mas ela também se perdeu, com ambas as equipes se cruzando no meio da madrugada.
Olhando no rastreamento, teve um momento em que a Terra de Santa Cruz estava mais próxima de achar o PC, mas os brasilienses se deram melhor e por uma diferença de apenas 1h30 em pouco mais de 3 dias e meio de prova, a BOA sagrou-se campeã da Expedição Terra de Gigantes 2022.
Link do rastreamento: https://raceplay.se/event?eventid=106
Veja abaixo o pódio final
1ª BOA – @brasilia.outdoor.adventure
2ª Terra de Santa Cruz – @terra_corridadeaventura
3ª Malacara – @malacararace
4ª Uruguay Ultra Sports – @uruguayultrasports
5ª Xango Krass Team – @xangokrass
Mais informações: https://www.expedicaoterradegigantes.com.br/