O Campeonato Mundial de Corrida de Aventura de 2023 na África do Sul colocou à prova a resiliência e a capacidade de adaptação de todos os times.
As etapas foram longas e desafiadoras. Ora pelo clima que mudava drasticamente a cada dia, ora pelos fortes ventos e ora pelas intermináveis planícies que seguiam pelo horizonte e exigiam que as equipes mantivessem um ritmo mais alto e sem paradas.
Com navegação não tão exigente, o resultado foi uma competição muito exigente fisicamente e não tecnicamente.
Para o Team Brazil Multisport, composto por Camila Nicolau (capitã), Guilherme Pahl, Jonas Junckes e Jay Jantaraboon (da Tailândia), essa prova foi considerada a mais difícil realizada por eles até hoje. Isso porque explorou justamente o que a equipe não é especialista e os atletas tiveram que lidar com suas fraquezas e imprevistos a todo momento para cruzar a linha de chegada.
O resultado, 4º lugar geral, foi um sucesso, considerando todos os contratempos!
“É muito gratificante trabalhar duro e obter resultados significativos para nosso país. O Brasil tem uma linda história na corrida de aventura, para nós, é uma honra seguir escrevendo estes importantes capítulos”. Afirma Camila Nicolau
Nunca um time brasileiro chegou tão longe como o Team Brazil Multisport no Ranking Mundial de Corrida de Aventura e eles atribuem o excelente resultado a toda a experiência adquirida ao longo de mais de 20 anos de experiência no esporte, ao trabalho elaborado nos últimos 2 anos desenvolvido com o coach José Roberto Pupo, ex atleta de corrida de aventura e técnico da seleção brasileira olímpica de canoagem de 1992.
“O Zé tem a mesma paixão pela corrida de aventura que a nossa equipe, por isso se motivou com o trabalho e viu como poderia nos ajudar a evoluir. Com ele nosso time não saiu mais do Top 5 de nenhuma prova do circuito mundial”.
Além disso, a escolha dos atletas que se complementam em suas virtudes e funções é fundamental para um bom trabalho em equipe e esse time está cada vez mais próximo do encaixe perfeito. Para a Cami e o Gui o fato de eles terem se mudado para a cidade de Lençóis na Bahia foi também um fator determinante para a melhoria na qualidade dos treinos.
O percurso originalmente divulgado com 840 km acabou tendo 940 km o que o colocou no pódio de provas mais longas já organizadas na história. Apenas 62 equipes cruzaram a linha de chegada das 109 que largaram.
A província de Kouga, onde a competição foi realizada, saiu de uma seca de mais de 7 anos de duração poucos meses antes da largada. Por essa razão, as paisagens áridas e desérticas deram lugar a coberturas verdes extensas e flores encantadoras. Com um percurso grande parte selvagem pudemos ver uma diversidade de animais como javalis, gnus, jabutis gigantes, macacos, antílopes, águias, lêmures e outros.
Outros dois brasileiros também fizeram bonito na competição, integrando equipes gringas: Marco Amselem garantiu a 2ª colocação com a equipe espanhola Vidaraid; e a Mariana Pontes ficou em 7º lugar com outra equipe espanhola, a Track the Race.
O Team Brazil Multisport foi o primeiro time das Américas a cruzar a linha de chegada, ficando atrás das equipes da Suécia, Espanha e Estônia. Atualmente eles buscam patrocínio para poder participar do Circuito Mundial de 2024 que terá a grande final no Equador em novembro.