Os samurais querem conquistar o mercado de aventura com seu melhor produto.
O engenheiro Kikuo Ibe dificilmente imaginaria que um incidente do dia a dia o transformaria em celebridade. Foi em 1982, quando “Ibe-san”, deu um encontrão em outro pedestre nas ruas de sua cidade natal no Japão, deixando cair (e quebrar) um objeto de inestimável valor sentimental: o relógio que havia ganhado do pai na formatura.
Funcionário da Casio, já então uma potência global da área de eletrônicos, ele decidiu projetar um relógio indestrutível. Surgia daí a ideia do G-Shock (o “G” se refere a “gravidade”) um daqueles produtos que, com o tempo, se transformam em verdadeiros clássicos.
Desde aquele esbarrão até 2017, as vendas totalizaram 100 milhões de unidades, um fenômeno que segue até hoje com o lançamento, em outubro deste ano, do GA 900, modelo que a equipe da Adventuremag recebeu do fabricante japonês – e pelo qual agradece à Casio.
A proposta, desde sempre, é oferecer um produto parrudo para aguentar de choques mais violentos até, evidentemente, atividades aquáticas. Desafios para os quais o G-Shock foi desenvolvido considerando recursos como um módulo com estrutura oca, que permite que o relógio “flutue” dentro da caixa (permitindo resistência contra impactos em qualquer ângulo), vidros protegidos com uretano e uma vedação reforçada capaz de resistir a até 20 Bares (o que equivale a uma profundidade de 200 metros), na versão que recebemos. Uma proposta que, evidentemente, dialoga com as atividades da corrida de aventura – que exige um equipamento resistente.
Foi justamente para isso que o testamos na quarta etapa do Haka Race, em Juquitiba (SP). Parrudo e clássico, o modelo pode ir direto dos escritórios (sobretudo nestes tempos em que o home office derrubou barreiras de etiqueta corporativa e o casual se tornou a regra) para a trilha. A bateria, com uma incrível duração estimada de oito anos elimina a necessidade de qualquer preocupação com carregamento na véspera da prova.
Largamos pontualmente às 9h, no novo formato do Haka Race, batizado de contra-relógio (e que, aliás, fez um enorme sucesso). Começamos com rafting, três quilômetros entre rio acima e rio abaixo, indo e voltando. Na sequência, vieram trechos de bike em plena mata (com locais em que a vegetação era tão fechada que, literalmente, agarrava em nossas bikes e no G-Shock). Por fim, trekking também em um trecho de mata. De modo geral o equipamento se mostrou, como eu esperava, super resistente, inclusive no trecho de água e na mata, onde nas descidas foi ao chão quando resolvi vencer alguns trechos adotando a velha técnica do esqui-bunda. Sobreviveu totalmente ileso.
O visor é um pouco pequeno, mas não comprometeu, permitindo que eu acompanhasse o tempo e, consequentemente, gerenciasse bem a navegação em cada “perna” do trekking e do mountain bike. Destaque super positivo para os botões grandes, que podem ser acionados numa boa mesmo com uma luva mais grossa de bike.
Um clássico atemporal, o G-Shock ganharia competitividade incorporando GPS, passando a ter mais força em um território (as provas de aventura) para o qual tem uma enorme vocação. O fabricante, aliás, admite que o tema já está no radar. Vale lembrar que alguns modelos incorporam altímetro e bússola digital, funções bastante úteis para a navegação nas provas de aventura e que dariam bem conta do recado.
Enfim, o G-Shock passou no teste. E, ao que tudo indica, a Casio planeja novidades para lutar pelo mercado de aventura. Os samurais estão prontos para a batalha pelos atletas trail running e corrida de aventura. E suas “armas”, já bastante resistentes, estão cada vez mais sofisticadas.
Casio G-Shock
GA 900
R$ 799
www.gshockstore.com.br