A segunda etapa da edição deste ano da Copa do Mundo de Cross-Country Olímpico (XCO) e Cross-Country Short Track (XCC) acontece em Araxá-MG; se a abertura em Mairiporã-SP foi incrível, os fãs podem esperar mais uma vez um clima de festa
Localizada seis horas ao norte da abertura da Copa do Mundo em Mairiporã-SP, Araxá-MG é famosa por suas montanhas, cachoeiras e banhos mundialmente reconhecidos. É claro que a prova em si não é exatamente relaxante para quem vai competir. Pelo contrário, o percurso técnico deve significar muita ação e adrenalina do começo ao fim para os atletas – assim como foi na primeira etapa.
Com uma cidade acostumada a receber competições de alto nível, a prova deve atrair os fãs do mountain bike mais hardcore para a cidade mineira. O que podemos esperar? Outro Carnaval de cores e sons dos melhores e mais habilidosos mountain bikers do mundo.
Vista aérea do Complexo do Barreiro, em Araxá (MG)
Vantagem caseira
Embora Araxá esteja fazendo sua estreia na Copa do Mundo UCI, em abril de 2023 a cidade celebrou duas décadas de competições de nível internacional de mountain bike, chegando a realização da 20ª edição da CIMTB no município.
Desta vez, tanto o circuito de XCO quanto o de XCC foram traçados em meio à floresta, combinando trechos planos, seções de alta velocidade e descidas cheias de gravidade. As condições do local também são parte da brincadeira: o barro vermelho de rolagem fácil se transforma em uma lama escorregadia quando chove.
É um ambiente completamente novo para a maioria dos atletas acostumados à WHOOP UCI Mountain Bike World Series, o que pode significar vantagens para quem vai representar o Brasil na disputa.
Algumas das maiores esperanças locais estão em quem detém os melhores resultados no Campeonato Brasileiro: Karen Olimpio (Soul Cycles) é a atual campeã no feminino e Ulan Galinski (Caloi Henrique Avancini Racing) é o atual vice-campeão. Embora no último final de semana a dupla tenha conquistado a 29ª e a 20ª posições, respectivamente, em Mairiporã, a experiência prévia pode auxiliar no próximo domingo – assim como a outros atletas brasileiros.
Disputas acirradas
O fim de semana de abertura em Mairiporã produziu algumas das disputas mais acirradas dos últimos tempos. Por isso, definir favoritos para a disputa em Araxá é uma tarefa inglória.
Na competição feminina da Copa do Mundo de XCO, a campeã olímpica de 2016, a sueca Jenny Rissveds (Team 31 Ibis Cycles Continental), usou toda sua experiência para virar o jogo na última volta: acelerou e ultrapassou as norte-americanas Savilia Blunk (Decathlon Ford Racing Team) e Haley Batten (Specialized Factory Racing) em uma liderança inalcançável. Vai ser uma surpresa se as demais atletas permitirem que ela repita este contra-ataque em Araxá, mas não é possível descartar uma dobradinha da sueca no Brasil.
Na disputa masculina da Copa do Mundo de XCO, os Top-5 em Mairiporã ficaram separados por apenas 5 segundos, com a liderança mudando constantemente durante a prova. No fim, o norte-americano Christopher Blevins (Specialized Factory Racing) conquistou a vitória, mas seu companheiro de equipe, o francês Victor Koretzky, e o suíço Filippo Colombo (Scott-SRAM MTB Racing Team) também poderiam ter chegado ao lugar mais alto do pódio.
Os três são os atletas a serem observados em Araxá, mas não podemos descartar o suíço multicampeão Nino Schurter (Scott-SRAM MTB Racing Team) – que após cair na segunda volta em Mairiporã vai querer dar a volta por cima em Minas Gerais.
Na disputa do Short Track, a britânica Evie Richards (Trek Factory Racing Pirelli) é a mulher a ser batida depois de uma conquista dominante na primeira etapa. Entre os homens, é o neozelandês Samuel Gaze, dominante e atual campeão mundial da UCI, quem está de olho em uma dobradinha neste giro brasileiro da Copa do Mundo de Mountain Bike.
As competições começam na sexta (19/04) em Araxá com a disputa da categoria Sub-23 do UCI Cross-country Short Track racing – a agenda completa está disponível neste link. A organização local é da CiMTB – a Copa Internacional de Mountain Bike.