Todo atleta de corrida de aventura sai de uma etapa pensando na próxima prova que vai correr e conosco não poderia ser diferente. Tínhamos acabado de participar de uma prova em SP e no retorno para Curitiba trouxemos de carona nosso amigo Euder Advogado Aventureiro (um dos maiores incentivadores do esporte no Brasil). Entre tantos assuntos durante a viagem ele comentou sobre a primeira etapa do Circuito das Grutas, uma prova em Minas Gerais com 200 km, e isso para nos já era um fator relevante porque gostamos muito de correr provas longas. Depois de muitos emails com o Marcos, organizador do circuito, decidimos que iríamos mesmo participar da prova.
Sabíamos que para encarar esta prova haveria vários detalhes que teríamos que tomar cuidado, o clima é bem diferente do que estamos acostumados aqui no sul. Em Curitiba saímos com temperatura de 16 graus e chegamos em Minas Gerais com 20 graus à meia-noite na hora da largada da prova. Para fugir um pouco à regra, a largada da prova seria um bike and roller. Antes da prova esta parte soou meio estranho porque não imaginávamos como seria. A surpresa foi muito agradável, era atleta de patins, skate, drag queen de bike que se espatifou no chão e patinete que virou surf no asfalto porque perdeu as rodinhas. Chegamos na nossa transição em 5 km entre os primeiros e partimos para a primeira perna de bike por single-track, trilho de trem e estradas de chão.
Para fugir um pouco a regra também, a escala do mapa diferente do usual dificultou muito a navegação. No bolo entre as primeiras equipes chegamos até o primeiro picotador e a charada. Aqui o bicho pegou na prova. Nos juntamos com mais duas equipes e depois de muito quebrar a cabeça, e muitas entradinhas, quando chegamos no AT02 já tinha amanhecido o dia. Paramos para reabastecer, comer um pouco e descontrair para encarar uma perna de trekking com mais de 39 km. O sol já começava a pegar forte e nos dispersamos um pouco entre as equipes e junto com um atleta solo, depois de muito quebrar cabeça, chegamos ao PC01. Nada como tomar uma Schin Laranja para começar novamente nosso retorno até a caixa de apoio para encarar 80 km de bike.
Já era mais de 14:00 quando estávamos chegando na caixa de apoio e reencontramos uma dupla masculina, a ARS (Fredy e Dudu), e deste ponto até o final da prova andamos juntos como um verdadeiro quarteto misto. Foi muito bom, porque todo o clima pesado e desgastante foi passando e ficou somente risada pelo caminho até chegar o tão esperado PC03. Todos estávamos cansados, com muita fome e alguns já nem sentavam no selim da bike por causa das assaduras. Para nossa sorte o PC era junto ao "Mcdonalds" da região e comemos e aproveitamos para descansar. Dormi um sono antes do organizador da prova chegar e optar em nos dar o corte para seguirmos novamente para Sete Lagoas.
Levar o corte pode parecer que seria bom, mas não tanto assim, já que estava caminhando para a madrugada e ainda havia um pedalzão de 40 km praticamente todo em estrada de chão até o retorno a tão esperada cidade de Sete Lagoas. Enfim, depois de muitas indas e vindas, quase 200 km de prova mesmo tendo levado o corte, o resultado foi muito bom, ficamos em primeiro nas duplas mistas e em segundo geral duplas, empatados com nossos amigos da ARS.
Gostaria de deixar aqui meu agradecimento a todos os atletas mineiros pela companhia durante a prova e pela hospitalidade. Um abraço forte para Fredy e Dudu (ARS), Euder e organização.
Agradecimento especial a Território Mountain Shop, que patrocina e acredita em nós.
Abraço Forte a todos, até a próxima prova
Eriston Schypula
Equipe Território Mountain Shop
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