Chauás Botucatu: relato da ARS São Francisco Clinicas

Por Leonardo Guerra Ribeiro - 13 Abr 2009 - 16h17

Chauás. Para corredores de aventura de todo o Brasil, esta prova dispensa apresentações. Por ser uma prova por tradição física e tecnicamente difícil, a segunda etapa, que aconteceu nos dias 04 e 05 de abril em Botucatu (SP), não fugiu a essas especificações.

Uma prova que demana raça e muita força. Sem isso, ninguém termina um Chauás.

Todas as equipes largaram correndo, na quente e ensolarada manhã do dia 04, a partir da praça da Catedral de Botucatu. Representando a ARS estavam Rodolfo Bravo e Rodrigo Gouveia (dupla masculina) e Rosângela Hoeppner e eu (dupla mista). Atravessamos as ruas da cidade até o Ginásio de Esportes, onde era o primeiro PC (Posto de Controle). Neste momento, por um descuido meu na navegação, entramos na rua errada, o que nos fez perder muitas posições.

Após corrermos forte, conseguimos alcançar boa parte das equipes da frente, e logo após o PC 02, onde se iniciava o trecho de canyoning, já estávamos de volta na briga pelas primeiras posições. O canyoning consistiu em subir o Rio Capivara - raso mas cheio de pedras - por dentro do seu leito, o que exigiu boa técnica dos corredores para não perder velocidade. Logo após esse trecho, uma escalaminhada íngreme com ajuda de uma corda, e uma pequena perna de trekking até o PC 03 A, onde era a transição para o mountain bike.

Mas alguns minutos antes de chegar nas nossas bikes, e logo após passarmos por dentro de um brejo, caímos dentro de uma fazenda, onde algumas pessoas tomavam sua cerveja tranquilamente, na paz da represa:

- Tem cerveja aí? - perguntou a Rose.
- Opa! E gelada! Quer uma lata? - respondeu o fazendeiro.
- Claro!

Estava deliciosa.

Pegamos as bikes numa rápida transição, e pedalamos por vários trechos técnicos rumo aos PCs 04, 05, 06 e 07. Subidas paulatinas e downhills com pedras soltas caracterizaram esse trecho. Deixamos as bikes no PC 07, e partimos para a parte mais temida da prova: o longo trekking pela Cuesta, onde passaríamos na base das Três Pedras.

No mapa fornecido pela organização, havia três caveiras neste trecho, indicando risco. Estavam conosco a dupla masculina da ARS e a Selva Kailash, que corria em quarteto. Após um longo trekking por uma estrada batida, entramos em um pasto, e logo depois um vara-mato por dentro de uma plantação de samambaias. Considerei o trecho mais desgastante da prova, pois nós e a Selva abrimos caminho no braço, o mesmo caminho que foi utilizado pelas outras equipes após nossa passagem. Mas alguém tinha que fazer. Neste trecho aprendi muito sobre navegação com o João (Selva). Valeu, moleque!

Há uma estória que diz que os Jesuítas que catequizavam o interior do país passavam pelas Três Pedras quando foram atacados por índios selvagens. Então os Jesuítas esconderam, na pedra do meio, um enorme carregamento de ouro, mas com o massacre, perdeu-se o local onde até hoje encontra-se o tesouro. Mas eu só fico sabendo essas coisas depois da prova!

Encontramos os PCs 08 e 09, onde muitas equipes passaram a noite perdidas (isso sim é Chauás), e voltamos para pegar nossas bikes. Aqui conseguimos sair um pouco na frente das demais equipes. Após subirmos uma grande serra pedalando, entramos na Trilha do Limão, um downhill técnico e infinito, da melhor qualidade.

Quando saímos da trilha já estava bem escuro; faróis e pernas trabalhavam a todo vapor. Chegamos no PC 12 para encontrar nossas caixas de abastecimento (comida!!!) e em seguida a etapa de canoagem.

Canoagem?!

Segundo a organização, a canoagem seria curta, no máximo 5 km, o que nunca aconteceu na história do Chauás. Algo estava errado. Quando chegamos na entrada do rio, entendemos tudo: o rio era muito raso, impossibilitando a remada! Carregamos o duck (caiaque inflável) pela margem, o que foi infinitamente mais desgastante que remar.

Saí do rio sem forças, e corremos de volta ao PC por uma estrada de areia fofa, paralelo ao rio. Neste momento presenciamos a disputa acirrada entre os quartetos no carrega-duck, Selva e Life Guard, onde uma equipe sempre apagava as head lamps para não ser vista pela outra. Bonito de ver.

Pegamos as bikes, e subimos pedalando mais uma serra íngreme/longa até o PC 15, e logo depois a cidade, onde fomos a primeira equipe ao cruzar o pórtico de chegada. Pouco depois chegaram os quartetos Selva, Life Guard (primeiro e segundo nos quartetos) e a dupla masculina ARS (primeiro entre as duplas masculinas). Mas após alguns descontos no tempo total, devido a uma parada para checagem de equipamentos durante a prova, a Life Guard ganhou a posição da Selva, o que inverteu o pódio na categoria quartetos.

Gostaríamos de parabenizar a organização e todas as equipes que percorreram a Cuesta de Botucatu, e agradecer a todos os nossos patrocinadores e apoios, ao pessoal da Selva pelo companheirismo durante a prova, e ao Rui (Equipe Saci), local de Botucatu e desta vez integrante da organização, que escolheu a dedo o percurso.

A equipe ARS corre com o patrocínio de São Francisco Clínicas e High Tech Imports, e com o apoio da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Academia Wellness, The Pilates Studio, Unaerp, Só Suplementos e Bike Mais.

Site oficial da ARS: www.arsaventura.com.br

Leonardo Guerra Ribeiro
Por Leonardo Guerra Ribeiro
13 Abr 2009 - 16h17 | relatos |
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