Tudo começou em Botucatu, quando convidado a não correr e sim a ajudar na organização da etapa em minha cidade, a vontade de correr Chauás só aumentava.
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Então a prova surpresa foi minha redenção. Fiz minha inscrição como solo e lá fui. Na quinta-feira antes da prova recebo um email do Rodolfo (Irmãos Metrilhas) dizendo que precisava de um parceiro e se eu não correria com ele, pois estavam liderando o circuito Chauás. Bem aceitei e combinamos de conversar em Pinhal.
Bom, cheguei na praça por volta das 22 hs e a mesma recepção calorosa que só a organização Chauás é capaz de fazer. O Rodolfo chegou logo em seguida e pegamos para cada um o preciso mapa.
Seguimos morro acima por 8Km até o pico Agudo, onde deixaríamos as bikes. Era um mau sinal. Teríamos de ir buscá-las a pé! E assim foi.
Na manhã do dia seguinte, reunião no café para traçar a estratégia. Fiquei feliz o ver que tínhamos pensado na mesma coisa e marcado as mesmas trilhas. Não houve muita discussão e sim consensos. Isso era um bom sinal, pensei na hora.
Manhã belíssima, aquela energia e pela primeira vez na história, não se ouvia a famosa buzina (o Lucas esqueceu!!!). Mas enfim, 10, 9, 8....
Resolvemos sair na boa, num ritmo constante de corrida, mas forte. Fomos deixando algumas equipes para trás e tentando manter junto daqueles que saíram mais forte. Corremos até o PC 2, onde começava a dura trilha para o ataque ao pico Agudo.
Seguimos por um pasto aberto, circundando o morro e logo encontramos alguns atletas perdidos tateando a mata em busca da trilha. Não tivemos problemas e em poucos minutos já corríamos por ela.
Chegando ao PC 3 no alto do pico, após uma dura subida e ainda com muita energia, pegamos as bikes e botamos pra baixo. 40, 50, 60 Km/h no odômetro. Uau!
Cruzamos pelo caminho com nosso amigo Chiquito e seguimos juntos para o PC4. Sem maiores problemas. Mas ali começou o desespero. Seguimos pela trilha e a saída ficava bem escondida e voltando. Passamos reto e encontramos “outras” saídas com azimute equivalente ao mapa.
Perdemos uns 45 minutos ali e ficamos bem para trás. Ali realmente pensei que o pódium ficava mais distante e que minha vontade de ajudar a equipe dos Metrilhas nos atrapalhou.
Achado o caminho correto, fomos novamente alcançando as equipes que não se perderam e nos passaram. Do PC 4 para o 5 seguimos junto com o Fred e sua filha, dos Lebreiros. Chegamos à estrada e seguimos para a cidade. Ali tive uma queda muito grande no rendimento. Precisava comer, mas decidi seguir até a cidade, onde poderíamos beber algo gelado. Puro engano!
Passei do ponto ali e paguei por isso. Cheguei com hipoglicemia. Fiquei deitado por uns 20 minutos enquanto o Rodolfo com uma paciência divina e via todas as equipes passarem e comprava coca e água gelada com a intenção de me recuperar. Valeu mesmo veio!
Decidimos seguir devagar para não desistir, pois estava me arrastando e mal conseguia me alimentar. Novamente o Rodolfo chamou a responsa e subiu para o PC 6 empurrando as 2 bikes. O cara estava com sangue no zóio.
Pouco melhor, chegamos ao PC 6, onde encontrei a Ana Silvia, que disse que estávamos na briga. Falei que estava mal, mas ela me descascou e mandou seguir em frente que ainda dava. Fizemos um remo forte, com algumas portagens e o Rodolfo remando só nas partes rasas conseguindo ultrapassar mais alguns atletas.
Voltamos correndo para pegar as bikes. Ali minha pilha desligou novamente. Não consegui tomar meu gel e ficava com pequenos goles de coca-cola. Novamente o Rodolfo levou minha bike morro acima.
Anoiteceu e teríamos de enfrentar o segundo trekking no escuro. No trajeto para o PC 10, uma dupla masculina nos passou forte de bike e abriu. Não dava para fazer nada, senão olhar e lamentar.
Cheguei no PC 10 acabado, mas animado porque a dupla que tinha nos passado na bike, acabava de sair. Apressamos-nos e conseguimos sair juntos. O ritmo foi muito forte, pois ninguém queria entregar. Isso fez com que a gente alcançasse várias equipes batendo cabeça no escuro.
Seguimos em pelotão para o PC 11 e aí bastava encontrar a trilha de descida. Estávamos em umas 10 equipes. Novamente encontramos muito rápido e saímos na frente correndo no meio do mato para ninguém ver. Deu certo.
Apenas uma dupla masculina nos seguiu e fomos juntos até a estrada de volta ao PC 12, quando um deles nos falou que estávamos bem porque eles eram solo e nós a primeira dupla. Não acreditei. Botei pilha no Rodolfo e começamos a correr no limite.
Pegamos as bikes e descemos num ritmo forte e cuidadoso até a cidade. E era verdade. Éramos a primeira dupla a cruzar o pórtico.
Esta prova mostrou o grande diferencial das corridas organizadas pela dupla Lucas e Fran. A prova somente se define no último PC e que a recuperação é possível. Brilhante.
Realmente só tenho a agradecer ao Rodolfo pela confiança e apoio dado durante toda a prova. Mostrou-se um companheiro de primeira classe e quando precisar é só chamar que estamos em pé e a ordem.
Fico ainda mais feliz por ter ajudado a equipe Irmão Metrilhas a se manter em primeiro lugar. Valeu!!!
Rui
Equipe
Saci
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