O Sonho
O Jalapão era um sonho antigo. Durante muito tempo, cansei de ouvir falar das belezas de um lugar deserto, de água limpa, de natureza selvagem e com um dos raftings mais espetaculares do mundo. Para um amante da natureza e da aventura, nada mais apropriado. Era tanta gente falando do lugar, que o Jalapão tinha virado obsessão para mim. Para ajudar, no começo do ano, a Brasil Wild anunciava que o local da prova Extreme de 2009 seria nesse tal de Jalapão. Foi aí exatamente que acabou meu ano. Bom, quero dizer...
...Foi aí que a obsessão se materializou, consumindo todos os meus pensamentos, ansiedades e energia. A partir deste dia, eu só pensava no Jalapão. Foram seis meses de louca (e boa) ansiedade. Afinal, o Jalapão estava próximo e da melhor maneira possível, através de uma exploração detalhada do terreno que só uma corrida de aventura, no seu formato mais expedicionário, sem apoio, poderia proporcionar. Assim sendo, estava garantido que eu conheceria a fundo os buracos, plantas, rios, areias, capins, espinhos, pedras e águas do Jalapão.
Começou também o desespero. Precisava participar desta prova de qualquer maneira. Não poderia deixar esta oportunidade passar. Mas como? Eu, recém iniciado na corrida de aventura, pouco mais de um ano de experiência. Que equipe iria acreditar na minha paixão por este esporte? E essa paixão, seria suficiente para me levar por 500 kilometros de perrengues no cerrado? Afinal, apesar de treinado, eu jamais tinha ido além das corridas de 100K. O que fazer? Hah, vou encher o saco do Mau!
Espírito de Equipe
Nota: meu parceiro de guerra (guerra = Chauás), o Mau, já tinha taxado que não tinha interesse em participar de provas longas. Não era a praia dele. De qualquer maneira, deixei a bola no ar e corri atrás de outros parceiros. Nada deu certo. Voltando ao Mau, a cada nova notícia da prova e do lugar, eu jogava as informações no colo dele. Falava para ele ficar tranqüilo que a gente ia sobreviver, sem problemas (!)... Um dia consegui baixar da internet vários vídeos das edições do Eco-Challenge. Acho que foi aí que mexi com o cara. Ele gostou do espírito kamikaze da coisa, algo que é bem a personalidade do cara. Parece que depois disso, ele foi mudando aos poucos. Mas com certeza, foi a minha “encheção de saco” que surtiu efeito. Um dia o cara me liga e fala que vai. Demorou a "cair à ficha", mas tudo estava resolvido. Íamos para o Jalapão. E na minha concepção, a equipe perfeita. Por quê? Porque se eu fosse escrever os conceitos principais da corrida de aventura, descreveria como um dos quesitos mais importantes para o sucesso, justamente o espírito de equipe. E para mim, correr no Jalapão por cinco dias com qualquer um não seria o suficiente. Queria estar ao lado de alguém que fosse amigo. Que fosse equipe. Que fosse um time de verdade. E com quem eu pudesse rir, e chorar, se necessário. Com o Mau não tinha erro. Era nóis ou era nóis...
E deu certo.
Primeiro, porque ele foi muito legal quanto a minha ausência nos três dias que antecederam a prova, lá na cidade de Palmas. Devido ao casamento da minha irmã, eu tive que ficar em Curitiba até o dia 7 pela manhã (a largada era no dia 8 às 8 da manhã, e Curitiba está a uns 3.000 kilometros de Palmas!). Cheguei em Mumbuca, local da largada, no dia 7 às 23:30 da noite, depois de uma viagem que foi uma corrida de aventura em si e que daria outro livro, do jeito que eu estou escrevendo. Depois, porque nossa amizade e espírito de brincadeira sempre nos tiraram com humor dos maiores perrengues de corridas de aventura. E na primeira prova longa de ambos, onde tudo era novidade, o nosso bom humor foi à arma secreta para controlar o stress durante toda a preparação e execução da prova.
A Paz
Largamos, depois de longos dias de treinos, preparação psicológica, vídeos do Eco-Challenge, leituras do livro do Ian Adamson, consultas na nutricionista, milhões de idas a supermercados e lojas de equipamentos, visita aos colegas da Selva e Canoar, etc, etc, largamos meio atordoados, mas largamos. QUE PAZ!
Paz, que só o Jalapão poderia proporcionar. A Natureza é, sem dúvida, nosso maior tesouro. Pena que os seres-humanos se esqueceram disso. Esta tudo aí. Na nossa frente. É só ter respeito e aproveitar. Enfim, nós corredores de aventura aproveitamos. No Jalapão então, foi um banquete. Nos empanturramos de natureza. Pura, linda, selvagem. Única.
Voltando a corrida. Primeiro trekking. Deslumbre inicial. Amor à primeira vista ou coisa parecida. Mas que aquela combinação de cerrado, alagadiços, espinhos, capim, coqueiros, serras, areia engolidera e dunas era unicamente deslumbrante, era! Para o primeiro dia de prova, nossa estratégia de novatos era ir devagar, se poupando. E seguimos a risca, tanto que na metade do dia, éramos os últimos colocados no geral. Eu e o Mau, fechando a porta e dando risadas.
Só que nosso bom condicionamento físico nos enganou, e aos poucos fomos ganhando posições. Sem esforço, exceto pelos infinitos alagadiços entre as dunas e o Rio Novo, chegamos tranqüilos na flutuação e o conseqüente trecho de nado pelo Rio Novo, que durou quase duas horas até o local de retirada do raft.
Novos Amigos
Na chegada do PC onde pegamos o raft, conhecemos nossa dupla/equipe para o trecho de rafting, primeira grande boa surpresa da prova. A dupla que aguardava nossa chegada para a saída era a Território Mountain Shop, do casal Eriston e Jessie. Quem diria, duas duplas de desconhecidos que ficaram em instantes, amigos e que se transformaram sem esforço algum (típica dificuldade em corridas de aventura), em um quarteto. E de fato, durante todo o período de rafting, fomos um quarteto de verdade, e dos bons, diga-se de passagem. Uma super equipe que venceu todas as corredeiras com destreza ímpar. Foi demais remar com eles.
Mas antes, tivemos que chegar no Dark Zone. Aqui, só queria comentar a minha reação ao chegar na praia de areia mais linda e macia que eu já pisei: ao contornamos aquela curvinha do rio e depararmos com dezenas de rafts lado a lado, eu arrepiei! Corredores e staff para todos os lados, naquela praia paradisíaca no meio do cerrado selvagem. Que imagem surreal.
De volta ao rafting, que começou após umas boas 3 horas de sono naquela areia deliciosa, arrepiamos nas corredeiras classe III do Rio Novo. Ao término, infelizmente, tivemos que separar o nosso super quarteto em duas duplas novamente, para então prosseguirmos na primeira perna de bike. Mas não antes de atravessar as quedas de 15 metros da Cachoeira da Velha, e por baixo! Tarefa super prazerosa que me foi presenteada. QUE TESÃO! BOM DEMAIS! Mau, valeu por ter deixado o “special test” para mim. Que delícia. Lavei a alma debaixo daquela água forte.
E saímos no pedal. Paramos depois de uns 20 kms para eu ir atrás da tal folha A4 escondida no meio do cerrado. Grande erro. E olha que eu tinha CERTEZA que estava tão próximo da maldita folha... Mas eu olhava, olhava e olhava aquele mapa 1:100.000 e acabava por ficar mais confuso. Depois de 1 hora, decidi que às 2,5 horas de bônus não valeriam mais a pena. Parabéns aos dois únicos e grandes navegadores que acharam aquela folha. Vocês são BÃOS!
Um Novo Mundo
Pedalamos legal neste dia. Era oito da noite, quando chegamos no PC onde nosso mundo mudaria, drasticamente. Ali, no início do segundo e decisivo trecho de trekking, parecia que tínhamos cruzado um novo portal. Como se não bastasse aquela mudança de espírito após a largada, tudo resolveu mudar novamente. Ou nós mudamos. Sei lá. Só sei que a partir daquele momento algo aconteceu e as coisas começaram a ficar cada vez mais emocionantes. Os sentidos mais aguçados. Tudo que acontecia, acontecia com uma força tremenda. Sono, fome, sede, cansaço, felicidade, tristeza, frio, calor. Tudo vinha de uma vez, forte e sem dó. Difícil explicar este ponto e as coisas que aconteceram daí em diante. O relato que segue, é simples demais, perto da realidade/sonho que vivemos.
Próximos ao PC9, na subida da serra, parecia que todas as equipes tinham se embolado. No meio do mato, à noite, eram luzes para todos os lados. O Ozi (Equipe Lótus) descreveu bem em seu relato: parecia àquela cena do filme E.T., o que, aliás, reforçava o aspecto de sonho que estávamos vivendo. Depois de muito caminhar, rasgar mato, trocar idéias com outras equipes, e sentir a minha transformação no tal "sleep monster", acabamos por decidir dormir no topo da serra antes de iniciar a descida ao PC10. Pela manhã, depois de uma noite gelada no topo da serra, encontramos mais um bando de equipes (diferentes daquelas com quem passamos a noite) e depois de pouco tempo, achamos a fita zebrada que indicava a descida da serra. Interessante notar que passamos 6 horas procurando a tal da fita durante a noite, e de dia, em 30 minutos a achamos. Descemos a serra com os “brothers” da equipe Arco e Flecha. Vale notar, que ao atingirmos o terreno plano após a descida da serra, os dois malucos saíram em um trekking boçal. Eu e o Mau caminhávamos forte, a mais ou menos 6 km/h e mesmo assim os dois desapareceram da nossa vista em questão de minutos! Putz, os caras “andam” a 10 km/h?!?! Como assim? Parabéns Arco e Flecha, vocês mereceram a sua vitória, não só por suas qualidades técnicas e físicas, mas porque vocês têm coração bom e forte!
A Serra do Jabuti
No caminho, para acordar, tomamos um banho em um riacho de águas límpidas e seguimos, passando pelo PC10 e contando o tempo até a entrada da trilha que nos levaria ao topo da danada da Serra do Jabuti e conseqüentemente ao PC11. E foi aí que o bicho pegou. Que bicho era, eu não sei, mas pegou. Erramos a entrada da trilha por 200 ou 300 metros. Até aí tudo bem, rasgamos um matinho, reconhecemos o erro, voltamos e prosseguimos em frente (nosso outro erro), para procurar a próxima entrada. Só que acabamos fazendo isso umas 300 vezes. E pior, em nenhum momento, pensamos em voltar aqueles 300 metros extras para procurar a entrada da trilha. Afinal, tínhamos CERTEZA que estávamos no lugar certo. Cara, se não fosse o tiozinho com sua “barraforte”, morador da Fazenda Esperança (não sei se esse era mesmo o nome da Fazenda, mas acho mais do que apropriado) aparecer por lá e nos levar até a entrada da trilha, a prova tinha acabado para nós. Felizes por termos “nos achado”, prosseguimos até o topo da Serra do Jabuti. Já eram 3 da tarde. Pensamos, está fácil, vamos descer logo daqui. E novamente, faltou algo. Talvez humildade perante aquele mapa ou talvez fosse o cansaço mais aquelas emoções fortes que eu já citei. Só sei que as 17:30 da tarde, depois de muito bater cabeça andando por centenas de trilhas da Serra do Jabuti e constatar que estávamos novamente perdidos no topo de uma serra, ficamos SUPER aliviados ao depararmos com o Fran, Ozi, Lu e Maurício, da Lótus. Juntos, prosseguimos para a segunda parte engraçada/desastrosa do nosso trekking.
Em equipe de oito pessoas, procuramos a tal trilha que, novamente, era CERTEZA estar por perto até que lá pelas 19:30, paramos para aliviar os ânimos, pés e costas e constatar que continuávamos perdidos. Naquela parada, em segundos, duas horas se passaram. Para mim, este momento foi o mais cansativo da prova. E não fisicamente. Aqui, o cansaço mental foi o que tinha nos dominado. Só nos restava apoiar uns aos outros. E graças à qualidade humana das pessoas que ali estavam, foi isso exatamente o que aconteceu. Exemplo: parcialmente acordado, presenciei o Ozi e seu talento magnífico para médico/podólogo. O cara salvou os pés de uma galera. Parecia fila de pronto-socorro, ali no meio do cerrado. Graças a Deus, eu não era um dos pacientes, mas atesto que todos saíram bem felizes do tratamento. Depois, havia o fato de que a equipe Lótus, devido ao sumiço antes da largada do saco de mantimento deles, estava curta em alimentação. O rango escasso não seria problema, pois tudo, a partir daquele momento seria dividido. Ou seja, o que mais fizemos lá em cima da serra, foi ajudar um ao outro. Apesar do longo e difícil dia que havíamos passado, o final, entre amigos, foi uma recompensa que não tem preço.
Continuamos agora como um octeto, atrás da saída daquele topo de serra, um verdadeiro déjà vu da noite anterior. Andando pelo mato, resolvi subir até um ponto alto, de onde avistei uma luz, lá longe. Entre eu e essa luz estava um enorme canyon e suas assustadoras sombras noturnas. Mas a luz se movia em minha direção. Eu, indagado, comecei a gritar. E a luz começou a me responder, só que devido à distância, eu nada entendia. E assim fomos conversando, sem se entender, por trinta minutos, até que finalmente, com a ajuda do Fran e do Mau, consegui entender a luz, que dizia: “liga o Rádio”. O Mau, um pouco preocupado com nossa situação, já estava com o rádio na mão, e procedeu na operação. Era o Doc Iversen, com a seguinte frase: “vocês estão 4 kms ao sul da trilha”. Caraca! Me achei! Assim fácil. Uhuuuuuu. Estávamos salvos, pois com esta simples indicação, reconhecemos nossa posição no mapa e com facilidade nos deslocamos para fora dali. Em menos de uma hora, estávamos no PC11. Engraçado isso. Foi como aprender Japonês (os desenhos do mapa), com uma frase somente.
Depois dessa novela toda, fomos eventualmente parar no PC13, lá com nossos queridos patos (ducks) e caixas. Eu nem comi. Já eram quatro e meia da manhã. Arranjei um pato e deitei bonito. Botei o relógio para despertar as 6, mas ele insistiu em tocar até as 6 e 45, quando acordei. Quer dizer, eu não acordei, abri os olhos e me levantei. Arrumei as coisas, acordei o Mau, e dormindo, sim dormindo, prosseguimos para o rio para encarar uns 50 kilometros de remo. O começo desse remo foi penoso para mim. Eu realmente estava em outro mundo. Eram oito da manhã, e eu mal conseguia remar. Fomos indo, o Mau remando e eu tentando. O engraçado é que depois de algumas horas, essa minha atitude “zumbística” (só assim posso descrevê-la) passou, e a beleza do rio e do dia que se iniciava me consumiu. Acordei e começamos um período de três horas de remo forte e feliz. Terminamos a canoagem em pouco menos de sete horas. Excelente tempo para os novatos.
120 Kilometros
E voltamos a nos encontrar com as “magrelas”. Elas estavam lá, descansadas naquele sítio, só esperando a gente para um pedal de 120 kilometros. Enquanto eu me trocava, o Mau filou um copo de guaraná gelada com um soldado. Ele me deu um gole, que estava tão bom, que eu nem reconheci aquilo como guaraná. Era algo mais. Algo diferente, que eu nunca havia experimentado. De novo, lembrem-se: tudo havia mudado, tudo tinha fica maior.
Logo no começo do pedal algo bateu forte dentro de mim. De repente, comecei a chorar. Foi espontâneo. Passava um filme da prova e da vida na minha cabeça. Foi demais para mim. Chorava forte. Até me distanciei do Mau, por vergonha ou necessidade de estar sozinho.
Pensava que a prova estava próxima do fim e isso me entristecia. Por outro lado, sentia saudade do mundo que tinha deixado em algum lugar no meio do caminho. Fui me recompondo aos poucos. Percebi que na verdade, eu estava muito feliz. Endoidecido de felicidade. Realizei que, a partir daquele momento, tudo que eu amava nessa vida eu passara a amar ainda mais. E fomos indo.
Pouco antes do anoitecer, veio a trigésima boa surpresa da prova. E vocês devem estar perguntando: como assim, trigésima, até agora você só falou na primeira boa surpresa (o encontro com o Eriston e a Jessie)? É que eu acabei pulando um monte destas surpresas que na verdade, são as amizades que fomos fazendo ao longo do caminho. Putz, a lista é gigante. Se eu fosse escrever e descrever todos, esse relato ia ficar maior e provavelmente ninguém, exceto estudantes de filosofia da USP, chegariam até o final dele.
Sr. Arquimedes
De volta à corrida, paramos para comer debaixo de uma bela árvore ao lado de uma casinha de barro. Pedimos autorização para sentar ali e recebemos de volta, um papo agradável, água de filtro de barro, um banquinho, janta feita na hora e carinho. Sim, muito carinho. Carinho de pessoas simples que abriram as portas de suas casas e de suas vidas, para dois sujos desconhecidos. Ali, tivemos o privilégio de conhecer, e porque não sentirmo-nos parte, a família do Sr. Arquimedes. Pequeno fazendeiro da região que, desde jovem cruzava os caminhos do Jalapão, a pé, de burro, de bicicleta e hoje caminhonete, e que por isso mesmo, nada estranhou nas nossas atitudes de corredores de aventura. Para ele, aquilo que estávamos fazendo (cruzar 500 kilometros de natureza a pé, de barco ou bicicleta), era nada mais que normal. Entendem? Olhem só os valores. Demais.
Só mais uma nota, agora sobre à casa do Sr. Arquimedes. Impossível descrever em detalhes a beleza e conforto daquele lugar. Em simples palavras, era linda demais. Barro, do chão as paredes, o lugar mais limpo e bem arrumado que já vi na minha vida. A mulher do Sr. Arquimedes cuidava daquele lugar de um jeito... Entrar naquela casa foi uma parte forte do sonho. Tudo parte deste complô da vida para nos deliciar!
E continuamos pedalando. Depois do arroz quente com carne seca, foi difícil subir a Serra do Carmo. Mas novamente, sem saber como, fomos indo. Indo, pedalando a zero por hora, empurrando, se arrastando, indo. Neste ponto, os delírios se tornavam cada vez maiores, se é que era possível. Para compensar, cada vez falávamos mais bobeiras. Esse foi o dia (noite) que mais dei risadas. O ápice da histeria foi quando, depois de uma soneca em grupo, nós, Guepardos, E-Lama, Guaranis, e mais uma galera, caímos na gargalhada com a foto que tiramos do Cris (Guepardos), caído no chão com uma cruz de madeira, prontamente manufaturada pelo Tiago. Nessa hora, teve gente que fez xixi na calça. Não estou mentindo!!! Todos acordados depois da gargalhada histérica e histórica, seguimos pedalando calmamente (leia-se, quase como lesmas), até Taquaruçu.
Fechando o Boteco
Em Taquaruçu, fechamos o boteco. Ambos, o da equipe Xingu, que ali assumiu o corte dos últimos PCs para ir direto a Palmas e o do restaurante onde almoçamos, propriamente dominado por corredores exaustos e famintos. Ainda em Taquaruçu, na praça da cidade, perdemos um bom tempo jogando conversa fora e dando muitas risadas para depois, em um comboio de 10 equipes aproximadamente, prosseguirmos até a chegada em Palmas.
O caminho até Palmas teve seu clímax durante o cruzamento das avenidas da cidade onde, um pelotão de corredores malucos em suas bicicletas literalmente parou o trânsito durante a hora do rush. Parávamos dezena de carros em cada rotatória. Trinta e poucas bicicletas conduzidas por seus zumbis, rasgando Palmas. Legal demais. E viva o poder da bicicleta!
Para finalizar com chave de ouro, a chegada em grupo na praia da Graciosa, em pleno a um maravilhoso pôr-do-sol Tocantinense. Algo, dizem, jamais visto na história do Brasil Wild, uma chegada conjunta de 10 equipes UNIDAS! Abraços em todos. Muita alegria. Êxtase a flor da pele. Havíamos conquistado o tal “Brasil Selvagem”.
Nossos Agradecimentos...
Bem, quem já se cansou de ler, vai ter que ter paciência, pois a lista de agradecimentos, é longa:
Em primeiro lugar, agradecemos as nossas famílias, que sempre nos apoiaram, principalmente antes da prova, agüentando nossos longos dias de treinos longe de casa e também durante a prova, sempre de olho em nós pela internet. E claro, pelo amor sem fim que eles nos dispensam. Vocês estiveram com a gente no Jalapão. O tempo todo em nossos corações!
Aos amigos, agradecemos todo o apoio na preparação e incentivo para a prova. Principalmente ao Zé Pupo, Ícaro, Matheus (Canoar) e João, Márcio, Caco (Selva) e Pati (APCA), que com uma generosidade sem fim, nos abriram todo seu conhecimento em provas longas e nos deram todo o tipo de informação sobre equipamentos, treinamentos, alimentação, estratégia, navegação e etc. Sem essa ajuda, estaríamos perdidos (ainda mais...).
A organização do Brasil Wild (Júlio, Alemão, Doc, Jeff e etc), sempre atenciosos às necessidades dos atletas, antes, durante e depois da prova. Moçada, vocês não construíram uma empresa, construíram uma família! Sucesso, sempre!
Ao Léo, meu grande treinador, que sempre confiou no atleta dentro de mim, me preparando espetacularmente para esta prova, que terminei sem uma única dor muscular e com gás para mais uns 300 quilometros de Jalapão! Valeu Léo. Vamo que vamo!
A Liofoods, que nos deu um preço amigo na alimentação liofilizada, exclusividade deles no Brasil.
Ao Lucas e Fran, do Chauás, que a cada prova nos deixam ainda mais viciados por este esporte.
Ao Lucas e Tato, nossos parceiros de sempre, vocês fizeram falta! Portanto, se preparem, na próxima vocês não escapam, vão ralar junto com a gente.
E por último, não menos importante, agradecemos a todos os amigos que fizemos neste período do Brasil Wild. Não temos palavras para expressar a gratidão que temos pelo companheirismo de vocês. Vocês estarão nos nossos corações para sempre.
Paz!
Marcelo Catalan e Maurício Cervenka
Equipe XINGU
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