Quando soube que a prova seria realizada em Gravatá comentei com os outros integrantes: não existe prova fácil em Gravatá. 130 km em um relevo de serra. Esta prova vai ser duríssima!
Desde a largada sabia que a prova seria muito disputada, principalmente pelas três melhores equipes de Pernambuco da atualidade; a Direction, Terra de Santa Cruz e Caboclos de Lança.
A prova começou com um Bike and Run de pouco mais de 20 km. Depois uma natação de 700 m seguidos de um Mountain Bike de 12 km até o local da largada, passando por 5 PCs. As três equipes chegaram juntas em todos esses PCs, mostrando que eu estava correto na minha previsão.
A partir deste ponto realizaríamos um trekking de 28km com um pequeno trecho de canoagem no meio voltando ao local da largada novamente. Os Caboclos saíram na frente, seguidos de perto por Terra e nós um pouco atrás. Foi um trekking bem pesado e desgastante. Decidimos não forçar para termos mais força no final. Isso nos custou ficar 30 minutos atrás de Terra e uns 15 minutos dos Caboclos ao final dessa perna.
Já caia a noite quando partimos de bike para a cidade de Pombos descendo a Serra das Russas. Antes passamos por dois PCs virtuais. No caminho tivemos dois pneus durados e uma corrente quebrada. Pensei: vai ser difícil brigar pelo primeiro lugar. Mesmo assim mantivemos o ritmo o mais forte possível até uma parada estratégica no Rei das Coxinhas no alto da serra na BR-232. Perdemos 10 minutos mas nos alimentamos bem e ficamos fortes. Íamos precisar desta força para o final.
Ao chegarmos em Pombos estávamos em segundo, mas Terra já tinha 40 minutos de vantagem. Era hora de fazer mais força.
Continuaríamos de bike até o povoado de Russinha passando por um PC virtual, uma Associação, onde deveríamos anotar o ano de fundação em algarismo romanos. No caminho erramos duas vezes. E cada erro fazia com que subíssemos serras e mais serras. Perdemos mais de 30 minutos.
Quando encontramos a casa da Associação, que estava um pouco afastada da trilha, pensei. É aqui! Mas ao me aproximar fui recepcionado por nada menos que uns 6 cachorros. Não pode ser aqui, o organizador não colocaria o PC aqui. Vamos mais a frente. Fui e voltei a esta casa umas duas vezes e sempre recepcionado pelos cachorros, até que na última vez tive coragem e encarei as feras. Que feras que nada, foi só bater a perna e apontar o farol em cima deles que todos se mandaram. Era realmente o local do PC. Parei peguei a caneta e comecei a anotar o número enorme. De repente vejo o Renato de Terra ao meu lado. Pensei, agora a briga vai ser até o final. Vai ganhar quem estiver melhor!
Rapel na ponte cascavelChegamos no povoado de Russinha empatados e deixamos as bikes no caminhão ao mesmo tempo para iniciarmos o trecho final de trekking até a largada. Antes deveríamos ir até a Ponte Cascavel, uma antiga ponte de uma ferrovia desativada, fazer um Rapel de 80 m negativos.
Terra chegou e saiu do rapel 5 minutos na nossa frente mas os alcançamos na BR-232 meia hora depois. Na BR no caminho da chegada a prova se definiu. Forçamos o máximo que pudemos nestes 10 km finais e conseguimos abrir uma distância suficiente para vencermos. Aí foi só soltar o grito de desabafo e comemorar. Missão cumprida!
Jairo Martins Marques
Equipe Direction
Copyright©2000-
Adventuremag - Informativo sobre corrida de aventura - Política de privacidade
Proibida a reprodução, modificação e distribuição, total ou parcial de qualquer conteúdo deste website