Concluir uma corrida de aventura Chauás, já é difícil, terminar uma Chauás de 70 Km com uma costela quebrada, no Km 10 mais ou menos, ah isso vai para a minha história.
Sábado, 18 de julho de 2009, Jacupiranga, SP, 10 horas da manhã, o Lucas correndo para cá e para lá como sua famosa buzina, o Fran sorrindo como sempre e eu, fominha de largada, embaixo do pórtico, batendo papo com o Xiquito (aqui permitam-me um parênteses, existe o super-homem, o homem de ferro, o Wolverine, e logo atrás o Xiquito, o cara com certeza é um X-man, se vivesse em qualquer país desenvolvido teria muitos patrocínios, empresários por favor patrocinem o Xiquito, uma cara simpático, inteligente, engraçado e um baita atleta).
Voltando a prova, para dar a largada de bike andei no pelotão da frente, nos primeiros quilômetros, passei no 1º PC mais ou menos 9 Km, no pelotão intermediário descemos uma piramba e saltamos uma cerca entrando em uma mata baixa. Nesse caminho tinha vários troncos finos atravessados no chão, acelerei um pouco, foi o meu erro, em um destes troncos a roda dianteira virou, eu cai e bati a costela no tronquinho.
Minha vista escureceu, e eu rezei para não desmaiar e não ter acontecido algo mais sério. Fiquei sentado por alguns minutos, bike inteira, dois dorflex pra dentro e bola pra frente. Um quilometro a frente todo mundo encontra a 1ª pegadinha da prova. Andamos mais ou menos 25 km, acaba a 1ª fase da bike, começa o treking, tentei trotar. Cada passada era como se uma agulha fincasse abaixo do meu peito direito, pensei “ih não estou muito bem ”, mas não vou tomar mais remédio para não mascarar demais a dor.
Fomos, de soma 850 m em 2 Km de subida, e neste momento encontrei com os atletas das duplas masculinas Xingu, e Ozi e sua simpaticíssima parceria da dupla mista Lótus. Obrigado a todos, nos ajudamos nas quase três horas que descemos quebrando a mata. Quando saímos da mata e chegamos a estrada a turma gritou, pulou e animou um trote, eu disparei na frente, não porque estava mais forte, mas porque não queria quebrar o astral da turma com minhas caretas de dor.
Chegamos juntos no remo, o Fran tinha dito no breafing que tinha pequenas corredeiras. Mentira! Cachoeirinhas boas, ainda mais que chovia muito e o rio encheu. Cada remada com a direita era uma lágrima que descia, cheguei no PC encontrei o Fran e disse: “cara, acho que quebrei a costela, pois soltei um punsinho e doeu muito” caímos na gargalhada e adivinhem “dá-lhe dor”.
Mais uns 18 quilômetros de bike e cheguei, talvez na prova mais sofrida das 60 (sessenta) das quais participei. Resumo do caso, como dizem por aí: “sou brasileiro e não desisto nunca”.
Mas por favor não façam essa imbecilidade. Estou escrevendo esta história, sexta-feira dia 24, meio dia, deitado na minha cama, na qual só levantei essa semana para ir ao hospital tirar radiografia e que constatou uma fissura na 7ª costela direita e devo ficar de molho mais ou menos um mês, tomando três remédios diferentes.
Euder Melo de Almeida
Advogado Aventureiro
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