Entrevista exclusiva da equipe Olho d' Água, uma das favoritas à vitória na próxima etapa da Haka Race

Por Danilo Vivan - 17 Ago 2009 - 21h11

Na primeira prova do Haka Race 2009, disputada em março, em Extrema (MG), muita gente ficou surpresa quando a equipe Olho d’Água, de Santo Antonio do Pinhal (SP) cruzou a linha de chegada em primeiro lugar na categoria Sport. Afinal, a julgar pelo visual, os integrantes do time, Eduardo e Rafael Yamada se prestariam mais ao papel de dois adolescentes viciados em games e lan houses do que ao de corredores de aventura – Rafael, o integrante mais novo, tem apenas 14 anos e é um dos mais jovens atletas do circuito. Mas as aparências enganam. A dupla participa de provas a mais de dois anos e tem como ‘campo de treinamento’ nada menos que as impiedosas montanhas da Serra da Mantiqueira. Agora, na etapa do dia 29, ‘jogando em casa’, eles podem ser considerados favoritos. Confira a entrevista do capitão da equipe, Eduardo Yamada, para o Adventuremag.

Adventuremag – Na primeira etapa do Haka Race vocês surpreenderam as equipes mais conhecidas e venceram. Qual o segredo da equipe?
Eduardo Yamada – No ano passado, na etapa em Campos do Jordão (terceira etapa do Haka Race), a Olho d´Água já havia vencido, mas na categoria Pró, com dois amigos, Fabrício e Alcir, que hoje formam a dupla “Os Malas”. Corremos juntos quando a prova é formada por um quarteto. Nós somos, antes de tudo, amigos. Fazemos churrasco, jogamos boliche e vídeo game juntos. Somos praticamente uma família, isso fortalece muito, pois sabemos que podemos contar um com outro fora e dentro das corridas. A gente como equipe soma e multiplica, essa é a grande diferença. Na etapa de Extrema eles começaram a correr com o nome “os Malas”, na Pró, e eu e o Rafael (Rafael Yamada) continuamos como Olho d´Água e vencemos na Sport.

Adventuremag - Diante dos resultados anteriores e correndo em casa, em Santo Antonio do Pinhal dá pra se considerar favorito?
Eduardo Yamada - Não acredito em favoritismo, até porque corrida de aventura abrange vários fatores e as equipes de ponta são muito fortes. Diferentemente de Socorro, estamos preparados para andar forte. Nosso objetivo não é vencer, e sim fazer na prova o que treinamos nesses últimos meses.

Adventuremag - E como têm treinado?
Eduardo Yamada - Mantemos uma rotina de 5 a 6 vezes por semana. Nosso treinamento é sempre outdoor, aproveitando ao máximo o relevo da região. Fazemos um treino longo de corrida e um de bike por semana. Treino de força aqui é fácil; tem ‘pirambas’ pra todos os lados. Os atletas que vão participar (do Haka Race Santo Antonio do Pinhal) que se preparem (rs). Não tem segredo aqui; é só rodar que se está treinando. Pra canoagem temos um tanque no meu sítio. Remamos em cima de uma tábua e às vezes vamos para a represa do Itapeva, em Campos do Jordão, (1800 metros de altitude) para remar com duck. O Rafael estava lesionado com problemas no joelho desde Extrema, quando descemos a mil depois do rapel, mas já está treinando forte.

Adventuremag - O fato de viverem na Serra da Mantiqueira facilita o treinamento?
Eduardo Yamada - Eu e o Rafa temos o privilégio de estarmos em casa na Serra da Mantiqueira. É só calçar o tênis ou a sapatilha e ir treinar em estradas e trilhas; montanha é o que não falta. Além disso, há a questão da altitude. Treinamos sempre acima dos 1.200 metros e, às vezes, chegamos a quase 2.000 metros, o que é uma vantagem para treinamentos aeróbicos (até dormindo estamos treinando nessa altitude - rs), sendo que Santo Antônio do Pinhal é um paraíso para a mountain bike com provas a cada três meses. Treinar num ambiente parecido com o das provas é uma boa vantagem. Outra questão é a das temperaturas: a região é fria. Houve um Haka, em São Francisco Xavier em 2007, em que fazia frio e chovia. Corremos apenas com jaleco de prova e bermuda. Dei risadas, pois tinha um pessoal com anorak. Levamos vantagem e ficamos em terceiro lugar na categoria Pró. Por outro lado quando vamos para regiões mais quentes sentimos muita dificuldade. Para a prova de Extrema, treinávamos no horário mais quente do dia para acostumar com o calor. Teve uma prova do circuito Chauás em Riberão Pires em que passei mal com o calor, pois a prova foi em janeiro.

Adventuremag - Vocês pensam em mudar de categoria? Já avaliaram a possibilidade de correr provas mais longas?
Eduardo Yamada - O objetivo da Olho d’ água neste ano era a adaptação do Rafael, que tem apenas 14 anos, nas provas curtas e no ano que vem, sim, entrar para disputar o campeonato na categoria Sport. Mas como fomos bem em Extrema, mudamos os planos: ano que vem vamos para provas de 50 quilômetros e, no final do ano, vamos fazer uma prova de 80 quilômetros a 100 quilômetros. Nesse sentido, o circuito Haka Race vem suprindo todos os requisitos que buscávamos para iniciantes: uma prova segura que preparasse para provas mais duras, e na Pró uma prova com navegação que desse chance para os bons navegadores. O Léo (organizador) está de parabéns e vem melhorando a cada prova.

A etapa Santo Antonio do Pinhal acontecerá no dia 29 de agosto.

Mais informação: www.hakarace.com

Danilo  Vivan
Por Danilo Vivan
17 Ago 2009 - 21h11 | sudeste |
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