Relato da equipe mineira Brou Fitness no Running DAVENTURA

Por Redação - 05 Out 2009 - 22h11

O evento
O sábado amanheceu nublado na Ilha de Itaparica, na Bahia. Uma chuvinha fina anunciava um belo dia para se correr uma corrida de aventura. No dia anterior, tínhamos (eu e o Juninho, o outro integrande da dupla Brou Fitness, que formamos este ano para participar das corridas) saído de Belo Horizonte de avião rumo a Salvador para participar do Running Daventura, prova de aventura de 110 km que seria realizada na região de Itaparica. À noite, no briefing, conhecemos a galera da corrida (organização e atletas, todos muito bacanas), e ficamos de olho nos quartetos que estavam na briga pela vitória, já que a organização iria premiar o vencedor com uma vaga no Ecomotion/Pro 2009. No dia da corrida, antes da largada, a ilha estava lotada. Além da galera aventureira, iriam largar também corredores para 2 corridas mais curtas, totalizando quase 500 atletas, uma festa.


© Wladimir Togumi / Adventuremag

A corrida
Chegando a hora da largada, as equipes se dividiram e enquanto o Juninho foi correr 6 km, eu fui nadar quase 1 km, depois de sermos abandonados no meio do mar. Chegamos quase juntos ao PC 1 e entramos na canoa caiçara de quase 200 kg para fazer a 1ª pernada de canoagem, de 15 km. Logo na saída percebemos que seria difícil acompanhar os quartetos, que remavam todos numa canoa só, ao passo que as duplas estavam sozinhas.

O dia abriu nessa hora e o sol começou a rachar nervoso. Batemos no PC2 em 9º geral e 1º das duplas e a partir daí nos entendemos melhor com os remos e a canoa e começamos a recuperar. Foi bacana ir ultrapassando os quartetos nas canoas e terminamos a seção 3h depois (já por volta das 13h) em 5º geral. Em seguida tinha um trekking bem curto para ir até a AT, pra pegar as bikes.

Passando por trilhinhas muito bonitas e variadas, o pedal foi muito agradável até o PC 6, onde já passamos em 2º geral. Deste ponto tínhamos 2 opções: ou seguíamos por umas trilhas de extração de madeira com muitas possibilidades de se perder ou arriscávamos atravessar um manguezal. Caímos no mangue mesmo com os moradores locais dizendo que não dava pra ir, porque a maré estava muito cheia (cabe dizer que foi muito interessante ter que fazer a navegação levando em conta a variação das marés).

O mangue começou raso, foi afundando com a lama nos joelhos e se transformou num caudaloso rio, de uns 30 metros de largura com correnteza forte. Seguimos por ali, nos perdendo pelos labirintos do mangue até que cerca de 1 hora depois chegamos “do outro lado”, que seguia alagado, mas pelo menos a água dava pé.

Já eram 18h e o sol se punha belamente no horizonte, dando lugar a uma lua cheia que banhou tudo de prata e fez da corrida um evento ainda mais agradável. Atravessamos esse resto de mangue e batemos o PC 7 em 1º geral, pra surpresa dos baianos que nos apelidaram carinhosamente de comedores de pão de queijo.

Largamos as bikes e fomos correndo pelo mesmo mangue até o povoado onde nos disseram que não dava pra atravessar. Estava todo mundo desacreditado.

Às 20h (já levávamos 10 horas de prova e longe do fim, contrariando as expectativas dos organizadores de que os 1ºs colocados chegariam com 12h de corrida), saímos de novo de canoa caiçara, seguindo de perto o quarteto que nos tomara a liderança geral no trekking. Era a galera baiana dos Insanos, todo mundo gente boníssima.

Duas horas de remadas depois, sob um luar que tornava desnecessário o uso das head lamps, partimos para mais um trekking. Montanhas, fontes históricas, moradores peculiares (Seu Zequinha) fizeram parte deste trecho, onde também o luar foi substituído em alguns momentos por garoas ocasionais. Nos perdemos em um manguezal gigante, cheio de caminhos e só encontramos as bikes de novo às 7h da manhã, depois de perambular pelo mangue, por matas, por trilhas alagadas.

Seguíamos no 1º pelotão geral, mas quando a maré encheu demais no mangue decidimos abandonar o manguezal e fizemos um caminho mais conservador, que acabou nos levando a um pequeno trecho de asfalto e depois o PC 13, último da longuíssima perna de trekking. Mais um manguezal pela frente, e quando a lama subiu dos joelhos de novo, consultamos o mapa e decidimos descer pelo rio, agregando uma modalidade à corrida: flutuação. Relaxamento máximo numa paisagem de belas matas ciliares.

No PC 14, pegamos as bikes e percebi que não conseguiria sentar, porque estava cheio de assaduras. Foram 22 km de pedaladas em pé, isso já beirando as 24 horas de corrida. Chegamos ao fim com exatas 23 horas de prova, em 5º geral (com muito pouco tempo de desvantagem pros ganhadores, a galera dos Insanos) e 1º das duplas, numa prova que foi tão variada quanto bonita, tão bem organizada quanto prazerosa, e tão sofrida quanto arretada.

Valeu baianada!! Até o Ecomotion... Preparem-se pra comer muito pão de queijo.

Fotos da corrida: picasaweb.google.com.br/zeelias/CorridaAventuraItaparica

José Elias
Capitão da dupla Brou Fitness (MG)

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05 Out 2009 - 22h11 | nordeste |
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