Uirapuru no pódio da Haka Race 150km!

Por Rafael Niro - 13 Out 2009 - 16h36

Depois de quase um ano só fazendo provas de bike, estava com aquela vontade enorme de correr aventura e uma prova de expedição seria uma ótima opção de retorno. Queria aquela sensação de virar a noite, navegar, transição...

Como minha equipe, a Uirapuru, esta de “férias” este ano, e a prova não teria categoria solo, convidei o Filipe Xavier, meu parceiro de Cape Epic, para formar uma dupla masculina. Ele aceitou na hora e os dois empolgados para fazer uma boa prova, começamos a alinhar os objetivos, que até então era se divertir e dar o melhor de cada um.

Viajamos sexta a tarde para Bragança e eu na companhia da Dri Boccia (Goiabada e Flower People), que iria correr com os Kawabanga. Nossa, que bagunça em Dri? Afinal, de qual equipe você é?

Chegamos cedo em nosso lindo hotel e já agilizamos os equipamentos, comidas, roupas. Tava um baita frio durante a noite e já imaginávamos o perrengue que seria a segunda perna de remo, por isso, da-lhe corta vento e coisas do gênero.

Sábado de manha, fomos para a largada. Nosso apoio, a Ale, esposa do Filipe, estava estreando na função e estava um pouco tensa e apreensiva, mas o calor da largada deu uma pilhada em todos e quando chegamos com as bikes à primeira transição, estava tudo impecável. O ritmo desses primeiros 15km foi forte e assinamos entre as 4 primeiros. Meu parceiro ficou encantado com a mulher e se atrapalhou um pouco, hehe, deixando mapa e tudo pra trás. Alguns minutos perdidos e fomos trotando com nossos remos em mãos até a canoagem. O Filipe não ainda estava contrariado ao uso do reboque, então fomos um pouco mais lento e uma ou outra equipe nos passaram no trekking.

A canoagem foi tranqüila, com sol, vento lateral moderado. Deixamos os caiaques e avistamos a Aroeira um pouco a frente. Isso nos deu um gás e apertamos o passo ate que o camel back do Filipe começou a vazar muito, uma cachoeira. Já era certo, teríamos que comprar água, porque dali pra frente teríamos um morro conhecido na região como “gigante” para subir e fazer o rapel.

No aminho juntamos com a Selva e fomos conversando. Demos uma pequena errada no final da trilha, mas logo chegamos na pedra, onde já me preparei para descer rapidinho os 50mts de vertical. A Luli estava dois atletas na minha frente e focamos na descida da serra para não perder tempo.

Aquelas trilhas são praticamente a casa do Filipe que tem sitio por la. Colocamos o mapa no bolso e despencamos morro abaixo. Depois do PC 8, onde tava o Togumi, uns malucos passaram por nós. Caramba, e nos achávamos que estávamos rápido. Os caras estavam voando. Opa, os caras só não, no meio tinha a Leticia da Lebreiros. O Filipe começava a dar sinal de cansaço e dessa vez aceitou ser rebocado. Apenas para dar um ritmo.

Na entrada da cidade, encontramos com a Lebreiros novamente. Transição rápida e borá pedalar morro a cima. O próximo PC chamava – Lago do Topo – será que tinha subida até lá?

Essa bike foi show, temperatura boa, vários downhills. Tava adorando.

Logo chegamos no PC12. A Ale nos esperava com sopinha, macarrão e o Tom também estava por lá para nos dar uma força. Estávamos a apenas alguns minutos atrás da Luli (Aksa). Não sei porque tinha pensado que seriam apenas 8km até a represa. Que nada, eram quase 20km. Longo trekking....

No meio disso, tínhamos que achar o PC Virtual, que deveria estar a 1km do local plotado. Fizemos as contas e no momento certo iniciamos a procura pela placa. Toda a atenção, mas nada. Perdemos tempo e duas duplas e um solo nos alcançaram. Perguntamos a eles se tinham encontrado a tal da placa e responderam que sim, mas que ela estava bem antes do indicado. Ta aí, nosso erro foi querer navegar direito. Devíamos ter ficado de olho a trilha toda. As duas estavam de complô contra a gente e quiseram chegar antes no PC da canoagem para dizer que nos não tínhamos pego o PC virtual. Não adiantou nada, entramos na água juntos e no final do remo tínhamos quase 1h de vantagem sobre eles....Pois é...

O remo foi ANIMAL!! Fazia tempo que não remava em lugar tão legal. A água quente, sem vento, ótima visibilidade, tudo perfeito. Engatamos o reboque nos dois caíques. O Filipe vinha na esteira e quando precisava parar para navegar, eu continuava dando direção e ritmo. Isso ajudou muito.

Enfim, ultima transição!

Bike para Bragança, mas quem disse que a prova já tinha acabado? Para nosso desespero, meu pneu, com tubeless (vencido. Eu confesso, não troquei o liquido desde o Cape Epic em março) furou e começou a vazar. Tentei colocar cola de remendo, terra e nada funcionava. O pneu tava meia bomba e o medo de murchar inteiro era grande. Fomos pedalando quietos e de olho na roda. Detalhe, não tínhamos bomba, apenas uma câmera reserva e um tubo de CO2. Graças e Deus, o pneu agüentou até o final. Fiz um pouco de força a mais, mas valeu a pena, pois chegamos em 3º lugar na categoria dupla masculina.

Foi meu primeiro pódio em provas de aventura! Irado.

Parabéns Leo pela ótima prova.
Parabéns equipe Aksa que esta muito forte. Fizeram certo em poupar para o grande objetivo, o mundial. E Funga, caraca, onde você queria levar essa galera?
Parabéns a todos que enfrentaram este desafio.
E obrigado, a Ale, pelo ótimo apoio, a responsabilidade é enorme e você tirou de letra. A Selva Aventura pelos treinos, ao Tom pela força com as bikes, ao Filipe por aceitar formar a dupla, navegar muito bem e agüentar minha pilhação em todas as transições e a Dri, pela companhia durante o feriado.
Aos meus patrocinadores....Ops, que patrocinadores? Não tenho nenhum. hahaha
Quando é a próxima? Tô dentro.

Aguardem, em breve um novo projeto para 2010. Todos terão como participar em prol de uma ótima causa.

Rafael Niro – equipe Uirapuru / Mootiva.com

Rafael Niro
Por Rafael Niro
13 Out 2009 - 16h36 | sudeste |
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