Unimed-Rio Terra de Gigantes/Tribus Adventure completa XKRace após 36hs de prova, 3.500 metros de altitude e -16°C

Por Philipe Campello Costa Brondi da Silva - 19 Out 2009 - 18h00

No final de Agosto as duas equipes se juntaram para correr o Ecomotion e o Brasil Wild. Após o Julio Pieroni cancelar sua prova, a equipe resolveu partir para a Argentina e participar da 2° etapa do circuito XK Race 2009. A prova parecia interessante pela dificuldade técnica elevada, mas ninguém podia imaginar a experiência incrível que estava por vir...

Depois de 12 horas de viagem chegamos em Mendoza. A cidade fica na base das Cordilheiras dos Andes, a apenas 90km do Aconcágua. Permanecemos dois dias na cidade para comprar os últimos equipamentos, alimentos e então partimos para Potrerillos. O vilarejo fica na beira de um lago inacreditável onde desemboca o Rio Mendoza. Estávamos a uma atitude de cerca de 1400 metros, com umidade baixíssima, um ótimo local para aclimatar.

No dia seguinte fomos para o briefing. Mais de 80 equipes inscritas na prova sendo que na nossa categoria eram 16.

Após o briefing e entrega de mapas percebemos o quanto seria duro para nós. Altitude elevada, neve pelo caminho e o clima muito seco nos aguardava. Além disso, a orientação parecia bem complicada passando por montanhas sem trilhas demarcadas.

Largamos de Uspallata (1800 mts) de MTB em uma subida que atingia 3100 mts sem refresco! Se fosse só isso, tudo bem, mas nossos problemas começaram na descida. A temperatura estava em 16° C abaixo de zero! Nossas mãos e rostos congelaram e por causa da roupa e principalmente das luvas desapropriadas tivemos um princípio de congelamento nos dedos. Paramos no PC1 e com a organização, fizemos um fogo em uma caverna para descongelar nossas mãos e de outros atletas. Foi o momento crucial para a equipe. Pensamos em desistir, como seria passar mais uma noite daquela? Mas optamos por seguir a diante, o que nos motivou a chegar até o fim. Saímos para uma prova de recuperação e principalmente para completar todo o percurso.

Já na saída do PC2, recuperamos mais de 10 posições e a equipe começava a se recuperar do trauma da noite anterior. Porém, ao acelerar para atingir o PC4 no cume do Cerro Pelado (3500 mts), uma atleta da equipe não se sentiu bem e tivemos que diminuir um pouco a velocidade. No topo da montanha tivemos uma visão extraordinária do topo das Américas, o Aconcágua.

Muitas das equipes começaram a desistir da prova e para nós, só restava acelerar para chegar no rafting. Descemos o rio sem sol, mas na saída estavam nossas bolsas com roupas secas, comida e uma parada obrigatória de duas horas.

Após o “descanso”, saímos para o segundo trekking, esse na madrugada e com uma navegação bem complexa. Foram cerca de 14 horas de caminhada por montanhas, vales e rios secos. Uma das travessias mais bonitas que já fizemos. Em seguida um trecho de bike em direção a chegada!

Terminamos a prova em 25° no geral e 6° na nossa categoria. Nosso objetivo maior foi alcançado:  a equipe está formada e se passamos por essa juntos... passamos por qualquer coisa!  Foi muito mais do que esperávamos.

Ano que vem a prova será de 600 km em Salta, norte da Argentina. Recomendo aos atletas participarem da prova. O local é incrível e a organização nota 1000.

Philipe Campello Costa Brondi da Silva
Por Philipe Campello Costa Brondi da Silva
19 Out 2009 - 18h00 | geral |
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