Esse foi meu destino no Guarujá! O Sol providenciado por Deus, que nos brindou com um sábado maravilhoso a beira-mar. O Suor patrocinado por Fran e companhia (como sabem fazer uma prova dura em um curto espaço de terra e de tempo – PARABÉNS!). E por fim o Sono. A este responsabilizo minha filha Ana Liz que completou 2 meses no final de semana da corrida.
Sem treinar desde dezembro, devido aos últimos meses de gestação e depois ao nascimento, a privação de sono tem sido minha companheira. Quem sabe é mais uma modalidade de treino para provas longas!
Minha inscrição na categoria solo não tinha a menor pretensão senão curtir um final de semana na praia com amigos. Mas um "mui" amigo me escreve na quinta. Rodolfo, dos Irmãos Metrilhas. "Vamos comigo de dupla pois to sem parceiro. Vamos relembrar a dupla vencedora da Chauás Pinhal 2009". Esse apelo me pegou fundo e aceitei. E segue a família SACI do interior para o litoral, com banheira, fraldas, carrinho de bebe, e bem lá no fundo da mala, meu capacete.
Já na largada estava uma pilha porque tinha certeza de que iria deixar a desejar pois sabia de minha condição física muito longe do ideal. Disse ao Rodolfo para apenas me manter acordado que as pernas vão responder. Era isso que eu esperava! Largada a milhão. De repente estávamos vendo a corrida de um ângulo bem diferente, ou seja, lá de trás. Nós apenas víamos a multidão se afastando. Ainda para piorar minha bexiga cheia pedia socorro e a parada no AT de bike foi obrigatória.
Saímos mais atrás ainda, mas a bike nos deu novo ânimo e fomos pedalando forte até a próxima transição. Pela costeira seguimos até pegar os lentos ducks sem passar ninguém, ou seja, o ritmo estava muito forte. Ao pegarmos o barco, o remo rendeu demais e fomos buscando as duplas que estavam a nossa frente. Ao chegarmos à ilha, os quartetos e solos já haviam feito o PC e retornavam. Dá-lhe braço.
Chegamos ao AT para o trekking onde o Lucas já fazia muita festa. Muito sobe e desce e já estava cambaleando e tentando manter o ritmo forte impresso sempre pelo Rodolfo, que assumia 100% da navegação. Decidimos seguir por uma trilha em busca do PC 12 por onde ninguém estava se aventurando. Rasgamos um mato com muita coceira no corpo até chegarmos à costeira. Dali tivemos duros 2 ou 3 Kms até o PC, com pedras gigantes e praticamente intransponíveis. Não tinha jeito, precisávamos seguir em frente.
PC assinado, mergulho instantâneo e sobe trilha. AH, agora é só sentar e remar. E não é que o Lucas aprontou de novo! A ordem era: Duplas devem seguir a pé até as bikes. Que desespero! Novo mergulho e de repente a notícia: vamos, vamos que vocês são os segundos. Que injeção de adrenalina. Voltamos às bikes com outra dupla praticamente nos empurrando.
Pedalamos com imenso apetite em direção a praia para mais um PC e mais uma robada. Subimos todo o morro das Astúrias achando que já era do Maluf. Doce engano. Com sangue no zóio partimos para o rapel, onde desci queimando os dedos na corda. Mas valeu, cada minuto, cada gota de suor, cada sorriso.
Irmãos metrilhas em segundo lugar. Para o Rodolfo uma surpresa. Para mim uma superação. E ver minha esposa e aquela medalha no peito de minha filhinha na chegada não tem preço.
Parabéns novamente a todos pela excelente organização. Togumi e Marcelo impecáveis na captação de imagens e vídeo. E que venha Campos do Jordão!
Rui Seabra
SACI/Metrilhas
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