A segunda prova do Adventure Racing World Series 2015 foi o Tierra Viva, com organização argentina mas realizado desta vez em terreno chileno. Dezenove equipes se reuniram na cidade de Pucón, com o vulcão Villarica como pano de fundo, um dos poucos no mundo com lago de lava permanente.
Um croqui do percurso de 687 Km foi revelado para as equipes participantes nos dias anteriores à largada, mas elas receberam apenas os primeiros 2 mapas, com as outras sendo entregues no decorrer da prova. Todas as equipes carregaram câmeras fotográficas para registrar a passagem pelos poucos postos de controle espalhados pelo percurso, exigindo muita habilidade dos navegadores.
Algumas organizações incluem disciplinas específicas de sua região e assim foi no Tierra Viva, com a largada com canoas locais utilizadas no lago. E logo no começo as equipes favoritas já se destacaram e as duas suecas mostraram para que veio. Peak Performance e Swedish Armed Forces Adventure Team (SAFAT) andaram na frente do pelotão em quase todos os 7 dias de corrida, com a francesa Agde Raid Aventure em seus encalços.
As seções de trekking pelos vulcões praticamente definiram a prova, totalizando apenas 30% do percurso, mas totalizando 60% do tempo de prova dos vencedores.
As equipes foram avisadas sobre a previsão do clima ruim e imprevisivel nas montanhas, o que parecia improvável com o sol brilhando na largada, mas acabou acontecendo nos trekkings. Os competidores tiveram que encarar fortes ventos, neve, neblina e chuva forte e mesmo os navegadores mais experientes tiveram dificuldades para encontrar os postos de controle.
Os franceses da Agde Raid Aventura foram os mais rápidos em todas as seções de trekking, ganhando tempo sobre os rivais suecos, mas seus erros em outras seções acabaram custando caro. Eles passaram reto por 5 quilômetros de um posto de controle na canoagem e em outro, fizeram a marcação errada e aumentaram sua prova em 100 quilômetros!
E mesmo com todos esses imprevistos a equipes estava na liderança no trekking final, considerado por todas as equipes como a mais dificil aliado ao cansaço e o sono. Os suecos da SAFT retornaram para a transição 10 horas depois de sua saída com um PC faltando. Os atletas decidiram retornar para descansar e se alimentar antes de partir novamente, assim como os espanhóis da theraidstore.com.
A Agde Raid Aventure foi a primeira a chegar na transição final, mas tiveram que parar para dormir e a Swedish Armed Forces – formada por John Karlsson, Malin Hjalmarsson, Emil Dahlqvist e Johan Hasselmark – aproveitou para a ultrapassar e completar a prova em 4 dias, 18 horas e 42 minutos, garantindo seu lugar no AR World Championships 2015 – Brazil.
Mas a emoção ainda não tinha acabado. Os franceses foram perseguidos e ultrapassados pela também sueca Peak Performance, garantindo o segundo lugar num "sprint final" depois de 5 dias de corrida, com a Agde Raid Aventura chegando apenas 7 minutos depois.