Após o cancelamento da feira em 2015 devido à crise econômica, a Adventure Sports Fair está de volta e de casa nova, a São Paulo Expo Exibition & Convention Center, na região sul da cidade.
Para quem esteve presente em outras edições (tanto na Bienal, quanto no Espaço Imigrantes) provavelmente o primeiro impacto seja o pequeno espaço ocupado, mesmo com as atividades, estandes e espaço para oficinas no mesmo local.
As palestras foram realizadas em auditórios dedicados garantindo conforto e silêncio para os convidados.
No lado externo podíamos encontrar praticamente as mesmas atividades de outros anos: test-drive de montadoras de automóveis e motos e salto de bungee jump. Lá dentro as atividades se complementavam com tanque para remada em caiaque e stand-up paddle, tanque de mergulho, pista de skate, pista de snowboard e esqui (sem neve), slack line e parede de escalada.
As oficinas de aventura abordaram temas diversos sobre os esportes e turismo de aventura, para diferentes níveis de conhecimento e portanto, atingindo praticamente todo o público interessado.
Dentre as atividades que acompanhamos mais de perto posso citar a clínica com Luis Antonio Gambá e a palestra de José Virginio falando sobre as corridas de montanha.
E também a clínica com Sidney Togumi, Ligia Almeida e Ivan Pires, integrantes da seleção brasileira de trail running que irá representar o país em outubro no Mundial em Portugal, destacando a presença ilustre de Stjepan Pavicic, diretor da NIGSA, organizadora da Ultra Fiord, Ultra Trail Torres del Paine, Patagonian international Marathon e Patagonian Expedition Race.
Visão geral do evento – observando a feira de uma forma mais ampla, percebe-se o foco maior no turismo de aventura (isso já vinha acontecendo há tempos) ao invés do esporte, provavelmente por atingir mais gente e consequentemente movimentar muito mais a economia outdoor de uma forma geral.
O evento poderia inclusive alterar o nome para Adventure Fair, assim como já se encontra registrado seu endereço na internet. Isso não significa desqualificar ou desmerecer os esportes.
A ausência de grandes nomes conhecidos do nosso meio e a presença de personalidades da televisão – Richard Rasmussen e Karina Oliani, por exemplo – deixa claro que a organização quer renovar seu público, trazendo gente nova para o mercado.
Algumas pessoas que temos como ídolos são totalmente desconhecidos do grande público e nada como trabalhar com quem está na mídia para atrair um novo público. Conhecer novos ídolos, acompanha-los e depois passar a consumir os produtos de aventura é um segundo passo a ser dado.
Trazer as mesmas pessoas de sempre para palestrar é “chover no molhado”, pois o assunto fica cada vez mais profundo e consequentemente, interessando somente para aqueles que já sabem de quase tudo e possuem quase tudo em roupas e equipamentos.
Fui apenas um dia e encontrei conhecidos que posso contar nos dedos. E sempre que isso acontece, seja numa competição ou na feira, acho bom, pois “caras novas” indicam interesse e possível movimentação no mercado no futuro.
Não sei dizer se a feira foi um sucesso de visitação e também não sou especialista em marketing e feiras para saber se a proposta utilizada foi a correta, mas de uma forma geral o mercado precisa se renovar e se tem alguém que tem condições de bancar essa aposta, não podemos reclamar.
Mas nem tudo são flores e o ponto negativo (e que pode acabar com toda a minha teoria descrita acima para atrair mais público) é o custo para visitar a feira.
O metrô Jabaquara é ali do lado, mas quem foi de carro teve que amargar com o custo de R$ 40,00 (se pensarmos na realidade de valores cobrados em outros lugares de São Paulo para passar o dia inteiro, está no mesmo nível, mas isso não quer dizer que considero barato) e R$ 50,00 de ingresso na bilheteria.