Integrantes da Saci-Aksa só se encontram nas provas. Mesmo assim, a equipe está sempre no pódio
Quarto colocado no Ranking Brasileiro de Corrida de Aventura (RBCA), o quarteto Saci-Aksa vive uma situação curiosa: seus integrantes vivem em cidades diferentes e só se encontram nas provas. Mesmo assim, o time vem superando a distância e conquistando resultados expressivos, como um vicê-campeonato no Haka Race 2016 e uma vitória no Chauás 180 km 2017.
No próximo sábado, os quatro integrantes do time, Felipe Neves (que vive em São José dos Campos), Maurício Morceli (que mora em Botucatu-SP), Danielle Nagaoka (de São Paulo-SP) e José Fernando Paiva (de Londrina-PR), estarão juntos novamente, para disputar a segunda etapa do Haka Race 2017, em Itapetininga-SP.
Morceli conta como é conciliar as agendas e a distância e ainda assim ser um dos times mais competitivos do Brasil.
Adventuremag – Como é treinar num quarteto, sendo que cada integrante vive numa cidade?
Maurício Morceli – Em primeiro lugar, antes da distância física, é preciso conciliar os perfis de cada atleta, que até têm a ver com as profissões e que num quarteto é super importante. O Felipe Neves (advogado) é super competitivo. Já o Paiva (arquiteto) é muito estável psicologicamente. E a Danielle (médica) é tranquila e dedicada ao time. Cada um tem uma cidade e um perfil. Fazer com que esses estilos se encaixem, formando uma equipe de verdade é o nosso desafio.
Adventuremag – E como vocês fazem pra combinar esses estilos?
Morceli – Um ponto importantíssimo é a navegação; temos um navegador – que tem liberdade e apoio pra navegar – e um back up. Além disso, todos temos pelo menos 10 anos de experiência e por isso, cada um sabe bem seu papel na equipe. Tem um cara que faz força, que vai bater mato na frente, tem o navegador e tem o apaziguador. E todos têm claro que somos uma equipe constante, que não sai desesperada para ganhar posições como um cavalo paraguaio. Fazemos a nossa prova focados no nosso desempenho.
Adventuremag – O fato de cada um viver em uma cidade interfere?
Morceli – Conseguimos lidar bem com a distância porque conversamos on-line e, sobretudo, porque temos um treinador em comum, o Daniel Franquin (Aksa), que distribui as planilhas de treinamento e funciona como uma espécie de coach, de maestro, acompanhando (mesmo que maneira remota) se cada um está treinando e com que intensidade. Outra coisa que facilita é a responsabilidade de cada um. Sei que o desempenho de todos depende de mim, por isso mesmo estando longe, me dedico aos treinos.
Adventuremag – Possuem grupo de WhatsApp?
Morceli – Sim! Um grupo que nos permite um diálogo rápido e franco. Se não dá pra participar, temos a liberdade pra avisar os demais. O diálogo é muito claro e todos são muito responsáveis. Se não dá pra correr uma determinada prova, mesmo que seja por falta de preparo, o time tem a liberdade de escolher outro atleta para aquele caso específico.