El Origen Aconcágua 2018: 3 dias com paisagens (e altitudes) de tirar o fôlego

“Falta pouco para acabar!” eu disse para uma atleta que caminhava na última subida, da última montanha e no último dia do El Origen 2018.
“Que pena…” foi a inusitada resposta que recebi.

Normalmente não há resposta ou alguns agradecem pela incentivo, mas para essa participante não estava chegando apenas o fim da corrida, mas também o fim de uma experiência de três dias intensos em uma das regiões mais bonitas do planeta. Ali do alto ouvíamos o locutor animando os competidores e víamos o hotel Portillo, base da prova. Cruzar a linha de chegada significava que era hora de voltar à realidade.

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A convivência, troca de informações e intercâmbio cultural entre participantes de diferentes países sempre é um dos pontos altos nas provas em estágios. Independente do tipo de hospedagem escolhida, o hotel era o ponto de encontro para conversar sobre o dia que passou, ouvir o briefing e tirar dúvidas sobre o dia seguinte. Foram 3 dias respirando, vivenciando e experimentando as corridas de montanha. Alguns iam dormir cedo, outros ficavam na área social até o último minuto.

Foi sofrido, cansativo e para alguns, dolorido, mas a recompensa foi correr com um visual de tirar literalmente (junto com o fator altitude) o fôlego, cruzando fronteiras e percorrendo trechos em território argentino e chileno.

ElOrigen_Aconcagua_2018_Bastidores_00015.jpg Hotel Portillo, base do El Origen Aconcágua 2018

Aliás a altitude era uma das principais preocupações dos participantes. Como exemplo, São Paulo está a aproximadamente 760m de altitude, bem parecido com Santiago, capital chilena de onde partiram os transfers para o hotel localizado a quase 3.000m e onde se chegava após 2h-2h30 de viagem. Uma das primeiras sensações nestas condições é a falta de ar ao realizar o mínimo esforço, como subir uma escada. Outra é a dor de cabeça e para tentar diminuir esse problema a indicação é beber águar frequentemente.

Os primeiros dias pré-prova teve frio, vento forte e em alguns momentos, garoa, mas São Pedro estava de bom humor e o clima acabou sendo favorável em todos os dias: céu azul e sol. À noite, céu estrelado e lua cheia. Não poderia ter clima melhor para a primeira edição do El Origen fora da Patagônia Argentina.

A corrida – O pano de fundo do primeiro dia de corrida não poderia ser diferente: Aconcágua, montanha mais alta das Américas. A partir da entrada do Parque Provincial Aconcágua, em Horcones, os participantes correram com a montanha à sua frente pelos primeiros quilômetros até a ponte El Durazno, onde começavam o retorno à entrada do parque. Mais à frente os percursos se dividiam, com os 50Km fazendo a volta na Puente Inca e os 100Km em parte da subida do Cerro Penitentes, atingindo 3.600m.

Um dos principais alertas para este dia foi: “Cuidado com as mulas! Saiam do caminho quando as verem!” Mas não porque o animal iria atacar as pessoas, mas porque elas sobem e descem (muito) carregadas e simplesmente seguem seu caminho. O cuidado era para que os corredores não fossem atingido por suas cargas vindas dos acampamentos.

ElOrigen_Aconcagua_2018_Bastidores_00049.jpg Mulas descem dos acampamentos carregadas de carga

No dia seguinte, novamente largada no lado argentina, desta vez a partir de Las Cuevas, subindo para o Cristo Redentor de Los Andes, estátua que divide os territórios argentino e chileno, seguido por uma descida íngreme por um vale e seguindo em direção ao hotel. Enquanto os 30Km e 50Km seguia para a chegada, os 100K tinham que enfrentar uma longa subida até uma das bases de esqui e descer um acarreo (para os brasileiros, seria algo como uma descida por cascalhos), que passou a ser designada por alguns participantes como a descida da linha preta (n.e: um mapa no hotel mostrava os percursos de descida de esqui diferenciadas por cores de acordo com a dificuldade. E esse acarreo aparecia na cor preta, a mais íngreme e técnica).

E para fechar o evento, um dia totalmente em território chileno, com passagem pelo Parque Andino Juncal – uma área protegida privada com 13.796 hectáres e pertencente à familia Kenrick desde 1911 – e percurso por uma antiga linha de trem que ligava Mendoza a outras cidades da região.

Ainda não há data definida para a próxima edição no Aconcágua, mas se quiser conhecer novos lugares, prepare-se para o El Origen Atacama ainda em 2018.

Veja abaixo algumas fotos. Veja a galeria completa no nosso facebook

Largada em Horcones, no Parque Provincial Aconcágua, com a montanha mas alta das Américas de fundo.

 

Passagem pela Puente Inca
Ponte Pênsil na ida e volta em direção ao Cerro Penitentes
Cerro Penitentes ao fundo
Cristo Redentor de Los Andes divide Argentina e Chile
Acarreo “linha preta”
Acarreo “linha preta”
Mapa com os percursos de esqui coloridos de acordo com a dificuldade
Glaciar Juncal ao fundo
Travessia de rio no último dia do El Origen Atacama 2018
Direito a cerveja no posto de hidratação montado no Parque Juncal
Antigo túnel de trem

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