O Mundial de Trail da IAU/ITRA será realizado neste final de semana na Trilha dos Abutres, em Miranda do Corvo, Portugal. Será a última edição no formato atual; a próxima já estará nos moldes definidos após a fusão dos mundiais IAU/ITRA e WMRA.
A distância da prova será de 44,6 km, com elevação positiva de 2100m. O percurso apresenta duas partes bem distintas. A primeira metade é mais técnica; depois do km 6 começa o sobe e desce com alteração constante de ritmo. A segunda parte é muito rápida, com possibilidade de correr todo o trecho sem variação de ritmo. Certamente a prova será definida neste trecho, o que parece, favorecerá os velocistas.
Formato do evento
Cada país pode inscrever até 9 corredores de cada gênero para a disputa individual. Somente 6 podem participar da disputa por equipes e devem ser definidos antes da prova. Somente os tempos dos 3 melhores de cada país são contabilizados. A classificação por equipes é resultado da soma dos tempos de seus 3 corredores mais bem posicionados. Vence a equipe cuja somatória seja a menor.
Muitos dos países participantes vão apenas para a disputa individual, porque não conseguiram montar equipes com 3 ou mais corredores.
Este ano, por equipes, novamente, a favorita no masculino é a Espanha. Mas, se nos anos anteriores dominaram com relativa folga, este ano tem na Itália um adversário duríssimo. Esta última montou uma equipe muito forte, onde se destacam os campeões dos três últimos mundiais da WMRA e Marco de Gasperi, que um dia já foi citado por Kilian como seu maior adversário à época.
Outros grandes adversários na briga pelo campeonato por equipes são a Grã-Bretanha e a França.
No feminino, diferente dos anos anteriores, quando a França levou equipes fortíssimas e dominou as disputas, este ano, a favorita é a Espanha. A mesma França, mais Grã-Bretanha e Estados Unidos devem brigar pelas outras posições no pódio.
Disputa Individual
Se na disputa por equipes as postulantes ao pódio são poucas, nas disputas individuais o cartel é extenso e a briga está em aberto.
O atual tricampeão mundial, Luis Alberto Hernando tem na sua equipe, dois adversários de peso, Cristofer Clemente e Zaid Ait Malek. Da França, Nicolas Martin e Ludovic Pommeret. Da Grã-Bretanha, Andy Simmonds e Jon Albon. Da Itália Marco de Gasperi e os campeões das 3 últimas edições da WMRA, Francesco Puppi e Alessandro Rambaldini (2x).
Muito difícil apostar em algum atleta, mas seria um enredo de filme se Zaid Ait Malek vencesse ou mesmo subisse ao pódio. No final do ano passado esteve para ser deportado da Espanha e, após assegurar sua permanência definitiva, em menos de um ano representa o país em um Mundial. Deverá brigar como nenhum outro por uma medalha!
No feminino há vários nomes que brigarão pelo título individual. A atual campeã Ragna Debats, da Holanda, estará de volta. Este ano terá adversárias bem mais fortes que na última edição – Ruth Croft, da Nova Zelândia, Sheila Avilés e Azara Garcia da Espanha, Sanna El Kott Helander, da Suécia, Kelly Wolf, dos Estados Unidos, Magdalena Laczak, da Polônia, Yuri Yoshizumi, do Japão, Adeline Roche (campeã em 2017), da França, Jasmin Paris e Charlote Morgan (campeã em 2018 pela WMRA), da Grã-Bretanha e Silvia Rampazzo (campeã em 2017 pela WMRA), da Itália.
América do Sul
No masculino, três países brigarão pela hegemonia na América do Sul – Peru, o melhor da última edição, Brasil e Argentina. O Peru, este ano, leva apenas três corredores, o que poderá dificultar a repetição do último desempenho. A Argentina também leva uma equipe forte, mas abaixo do que poderia. Com exceção de Gabriel Rueda, seus principais corredores não estão na seleção. O Brasil tem tudo para obter o melhor desempenho na América do Sul. A equipe é muito forte e com atletas no mesmo nível, o que aumenta as chances de boa pontuação.
No individual masculino, na briga pelo melhor resultado na América do Sul, todos do Brasil estão na disputa – Ernani Souza, Cléverson Del Secchi, Jovadir Acedo Jr, Rogério Silvestrin, Célio Rosa e Willas Sousa. Do Peru também os três corredores estão no páreo, Remígio Huaman, Emerson Trujillo e Jose Manuel Quispe. Da Argentina, Pablo Barnes e Gabriel Rueda se destacam. E da Venezuela, Moises Jimenez.
No feminino, a disputa por equipes deverá ficar entre o Brasil e o Chile. A Argentina deve aparecer como a terceira força. A equipe brasileira, composta por Silvia Durigon, Patricia Honda, Ligia Almeida, Lucia Magalhães, Camila Feijó e Diana Bellon, parece ser mais equilibrada que as outras duas.
No individual, a disputa deve ficar entre Amber Philp, do Chile, Silvia Durigon, do Brasil, Mercedes Pila, do Equador e Auydee Loayza, do Peru. Outros nomes a considerar são Adriana Vargas, da Argentina e Lucia Magalhães, do Brasil.