Normalmente quando se busca provas mais técnicas – aquelas mais travadas e com grande altimetria – os olhos voltam-se para a Europa, mas temos aqui na América do Sul uma corrida que se encaixa nessas características e que não recebe muita atenção: 4Refugios.
A prova principal tem “apenas” 42 Km d+4.000m em um terreno difícil e com muitas pedras soltas. O campeão 2019 terminou em 06h05m27s.
A 4Refugios é uma corrida realizada anualmente em Bariloche e seu formato original era a realização em 2 dias (em estágios) e passando, como o nome diz, em quatro refúgios de montanha da região.
Buscando satisfazer os dois extremos do público – de um lado, os que não se sentiam preparados para percorrer os quatro refúgios e do outro, os que estavam muito bem preparados e não queriam parar e esperar mais um dia para fechar o percurso – a organização passou a oferecer outros formatos.
O formato original passou a ser chamado 4Refugios Clasica e hoje são oferecidas as seguintes opções:
– 4Refugios Non Stop – 44 Km d+4.000m
– 4Refugios Clasica – 30Km + 25 Km d+3.600m (2 dias) – Solo ou Dupla
– 3Refugios – 40 Km d+2.600m
– 2Refugios – 30 Km d+1.700m
– 1Refugio – 15,3 Km d+1.233m
É preciso enviar currículo esportivo para participar da 4Refugios e 3Refugios (120 vagas cada).
Brasileiros da 4Refugios
Alguns dos brasileiros que participaram da prova estão Marcelo Sinoca, Diego Leonardo e Fredy Guerra.
“Sempre busquei provas não-comerciais, menos corríveis, mais técnicas e selvagens possíveis, com o máximo de inclinação, porque de alguma forma isso me motiva. Não sei explicar porque! Mas no início de 2019 eu, minha esposa, minha filha ainda com apenas 5 meses e um casal de amigos, nos programamos pra irmos para a Patagônia, nos arredores de Bariloche, e conhecer a prova mais dura, técnica e inclinada que já tivemos notícias na América do Sul,” disse Guerra.
“Estávamos ansiosos pra escalar aquelas cordilheiras de montanhas e passar pelos 4 refúgios NonStop, por 44 Km acumulando 4000+ 4000- em um mesmo dia. Já era previsto que iríamos encontrar um terreno bem diferente do que estávamos acostumados no Brasil, encarar downhills aniquiladores com pedras soltas e afiadas de onde saiam águas transparentes de degelo, com temperaturas abaixo de zero, ventos fortes e trechos com neve.”
“Esta é uma prova Skyrunning que não perde em nada para grandes provas da Europa, em nível competitivo, técnico e de belezas naturais, mas assim como elas, exige uma preparação específica, logística bem planejada, experiência em provas no estilo ‘KTR’ e bons equipamentos, pois lá é bem provável que você irá testar seus capacetes e luvas, que são alguns dos equipamentos obrigatórios solicitados.”