“Atenção, o caminho está demarcado por fitas. A distância X tem fita na cor X e a distância Y, na cor Y. Basta seguir para não se perder.”
Essas são frases comuns ditas nos briefings pré-prova ou constam no manual do atleta e por ser um padrão, a informação praticamente está no subconsciente de todo trail runner.
Mas o que é normal para uma grande maioria, pode ser uma dificuldade a mais para uma pequena parcela da população. De acordo com estudos, o daltonismo acomete cerca de 8% da população masculina e 1% da feminina.
Daltonismo é um distúrbio da visão que interfere na percepção das cores. Também chamado de discromatopsia ou discromopsia, sua principal característica é a dificuldade para distinguir o vermelho e o verde e, com menos frequência, o azul e o amarelo.
Em maior ou menor grau, essa é a única alteração visual que os daltônicos apresentam. Um grupo muito pequeno, porém, tem visão acromática, ou seja, só enxerga tons de branco, cinza e preto.
Nesse tempo que acompanho o mercado de trail running, lembro de ouvir um corredor daltônico na linha de chegada explicando como se guiava nas trilhas. Isso aconteceu faz um bom tempo e infelizmente não recordo o seu nome.
A prova oferecia 4 ou 5 distâncias e cada uma delas possuia uma fita de cor diferente. Basicamente ele tentava acompanhar aqueles que estavam na mesma prova, olhando rapidamente para o número das outras pessoas ou perguntando se ele estava certo.
Nas situações em que estava sozinho, a saída era tentar acompanhar as fitas. Onde não havia contraste necessário para identificar o formato, ele disse que observava o movimento do balanço delas pelo vento, mas que já aconteceu de ser apenas uma folha de árvore.
Nada como se adaptar e desenvolver técnicas para praticar seu esporte preferido.