A equipe argentina Antibalas é a vencedora da 6a edição do Desafio de los Volcanes Elaion. Entre os brasileiros a melhor equipe foi a Kailash Trópicos, terminando na 15a colocação. Com a participação de 50 equipes de 15 países, a largada aconteceu na cidade de Valdívia, no Chile, no dia 29 de janeiro e 33 delas completaram o desafio e cruzaram a linha de chegada em Quila Quina, no Parque Nacional Lanin, na Argentina.
» Galeria de fotos » Site oficial |
A largada aconteceu no Oceano Pacífico para logo depois avançar pelos rios que cortam Valdivia e seguir pelo continente. As primeiras equipes chegaram no PC2, onde deixavam seus caiaques para iniciar uma etapa de mountain bike, depois de 7 horas de remo em um trecho de 62km pelo rio Futa. Poucos antes de chegarn o PC, a equipe brasileira Ecoxperience virou um dos caiaques quando passavam por uma corredeira e perdeu algumas posições. Quando as últimas equipes terminaram o remo, já era noite no sul do Chile, e a corrida já avançava pela Cordilheira dos Andes passando por Paillaco (PC3) até chegar em um pequeno povoado chamado Llifén.
Em Llifén, onde se encontrava o PC4, próximo ao Lago Ranco, os carros de apoio esperava pelas equipes para entregar novamente os caiaques e receber as 4 bicicletas depois de 100 km de pedal. Mas para chegar até o lago e começar a segunda perna de canoagem, as equipes tiveram que carregar seus caiaques por aproximadamente 1 km, sem ajuda do apoio. Essa informação havia sido passada no briefing e algumas equipes se mobilizaram no dia anterior da prova e levaram carrinhos para carregar suas embarcações, poupando os braços e costas.
A disputa pela ponta estava entre duas equipes argentinas (Antibalas e Mamulyafu) e por uma equipe norte americana (Sole) e ali, na noite do dia 2, aconteceu o evento mais dramático da corrida deste ano.
A história começou quando o caiaque navegado por Ezio Mucelli e pela espanhola Nerea Martinez virou nas águas frias do Lago Ranco. Imediatamente a outra embarcação da equipe argentina foi ajudar seus companheiros; mas a manobra do caiaque de Javier Paschetta e Marcos Barrantes teve a mesma sorte e eles caíram na água.
A partir desse acidente começou a luta para salvar os equipamentos e também para a sobrevivência dos atletas, já que os quatro atletas faziam um esforço tremendo para nadar até terra firme, enquanto puxavam seus caiaques e equipamentos. Javier Paschetta esteve uns 45 minutos na água e sofreu uma forte hipotermia. A equipe Sole, que vinha alguns quilômetros atrás, ao ver os quatro argentinos na água, resolveram sair da disputa da prova e fazer o resgate dos atletas da equipe Mamulyafu Efellco. A equipe norte americana, liderada por Karen Lundgren e Paul Romero, ajudou a equipe a chegar nas praias do lago e ajudou os competidores a se recuperar fisicamente.
A Mamulyafú conseguiu se recuperar e continuar na prova, mas haviam caído da disputa pela liderança para a 23a colocação. A situação foi aproveitada pela equipe Antibalas que conseguiu aumentar sua liderança e foi a primeira a chegar no PC6 (Acampamento 1), localizado em Riñinahue, às margens do Lago Ranco, e onde aconteceu a primeira parada obrigatória de 5 horas. Depois do descanso as equipes iniciavam uma nova etapa de mountain bike de 61 km, margeando o lago Ranco com destino aos pés do vulcão Puyehue, passando antes por uma tirolesa de 30 metros de altura por 50m de distância, sobre uma cachoeira do rio Nilahue. Na saída do PC6, a equipe Selva NSK Kailash se encontrava na 10a colocação, a melhor classificação brasileira até o momento.
O vulcão Puyehue é um vulcão que se encontra em plena atividade e a prova disso é a grande quantidade de geisers encontrados à sua volta. Alguns competidores descreveram o vulcão como um grande deserto lunar, com uma vista impressionante da Cordilheira dos Andes. O total de trekking que as equipes realizaram até o cume do vulcão e a descida, foi de 92 Km, com 2000 metros de desnível real e foi um dos trechos chaves para a classificação final.
As equipes deixavam suas bicicletas no PC9 para começar o início da subida e os competidores não fizeram a estimativa certa para o longo trekking, levando pouca comida e água. Apenas as primeiras equipes demoraram 30 horas para percorrer o trecho, enquanto que as equipes que se encontravam nas últimas posições precisaram de mais de 2 dias, como a Paradofobia, do Brasil, e outras tantas equipes.
Os fatores que marcaram as equipes que fizeram o trekking até o Vulcão Puyehue foi a desidratação e os danos ao pés. Ao longo dos 92 km de trekking, havia lugares que não se encontrava água. Em outros lugares as equipes tiveram que cruzar vários rios e continuar andando com os pés úmidos fez com que surgissem grandes bolhas e causou o abandono de alguns atletas.
A navegação até os PC's 10, 11 e 12 não representava grande dificuldade, mas a descida exigia uma navegação com grande precisão. Na descida, a equipe lider Antibalas falhou e perdeu 5 horas de vantagem em relação à equipe Sole. Até o final da descida, a Sole ultrapassou a equipe argentina e era a nova líder, com vantagem de 3 horas sobre a Antibalas. Nesse trecho equipe Selva ficou perdida durante 20 horas e saiu da disputa entre os 10 primeiros colocados.
Depois do vulcão o trekking continuava e as equipes mais fortes precisaram de mais 8 horas até chegar ao acampamento 2, localizado às margens do Lago Maihue, mas muitas equipes levaram mais de 12 horas do PC13 ao 14.
Antes de chegar ao acampamento 2, as equipes Sport City Hype (México), Corredor Andino Antibalas (Argentina), Ejercito de Chile (Chile), Dodge (Argentina) e Ecoxperience (Brasil) tiveram que abandonar a corrida. A equipe FAAP conseguiu chegar até o acampamento mas a equipe médica não permitiu que a atleta feminina continuasse, devido à desidratação.
A acampamento 2 era o paraíso para as equipes que chegavam exaustos, porque era o local da segunda parada obrigatória de 5 horas, então poderiam descansar e se alimentar.
Novamente a partir de Maihue, as equipes partiram no caiaques. Alguns estimavam 24 horas, mas a realizada foi novamente diferente do imaginado. Durante os 38 km de remo no Lago Maihue, duas equipes sofreram penalizações por não responder corretamente as informações dos PO (passagem obrigatória). As equipes Mamulyafu e Marcantonio foram penalizados em 4 horas.
Depois do remo no Lago Maihue, começou uma extensa etapa de montain bike de 125 Km, para muitos uma das etapas mais bonitas da corrida. Além de terem que navegar com o uso de mapas e bússola, as equipes tiveram que passar por outras dificuldades. Por exemplo, cruzar um rio por uma ponte caída, passando por uma viga de 25 cm de largura. Os competidores esgotados e com poucas horas de sono, tiveram que avançar por uns 20 metros, carregando sua bicicletas e se equilibrando para não cair no rio caudaloso.
Algumas equipes se perderam e tiveram que sair da prova, mas finalmente quem conseguia chegar em Hua Hum, na fronteira com a Argentina, tinham grandes chances de cruzar a linha de chegada. Outras equipes sentiram o esforço fisico e não conseguiram manter o ritmo de prova.
Entre o PC17 (Paso del Encanto - Chile) e PC18 (Hua Hum - Argentina), um integrante da equipe Sole estava muito cansado e atrasou a equipe, deixando novamente a liderança para a equipe Antibalas. Incrivelmente a equipe norte americana perdeu a corrida no final, quando todos já davam como garantida a vitória dela na 6a edição dos Volcanes.
Hua Hum, na fronteira entre o Chile e a Argentina, se encontra a apenas 35 km de San Martin de los Andes e as equipes que chegavam no PC18 tinham a sensação de ter completado a prova, mas faltavam ainda 31 km de trekking até a chegada em Quila Quina.
Na madrugada de 2 de fevereiro, a equipe Antibalas cruzou a linha de chegada, depois de 549 Km e 85h5min de corrida. Poucas horas depois chegou a Sole e em terceiro lugar ficou a Zenith Banco Hipotecario.
Equipe | Tempo | |
1º | Antibalas | 85.05 hs |
2º | SOLE | 92.15 hs |
3º | Zenith Banco Hipot | 94.53 hs |
4º | Columbia Challenge | 97.25 hs |
5º | Mamulyafu Efellco Producc. | 100.14 hs |
6º | Uruguay | 103.47 hs |
7º | Banco Hipotecario CampingCenter | 109.50 hs |
8º | Giant Paihuen | 114.30 hs |
9º | Kukenam | 115.00 hs |
10º | Intersport - Lethiguel | 115.45 hs |
11º | Big Bear Adventure | 118.14 hs |
12º | Alpine Skate | 119.36 hs |
13º | Viña- Drager- BT | 120.20 hs |
14º | Marcantonio Mizuno | 120.22 hs |
15º | Kailash Trópicos | 121.16 hs |
16º | Patagonia | 121.55 hs |
17º | Cimarrón Aventura Proshop | 122.14 hs |
18º | Gea Sport | 123.42 hs |
19º | Merrell Valdivia | 127.00 hs |
20º | Pacific Flexitanks Angostura | 127.31 hs |
21º | Rincon Club | 128.44 hs |
22º | 360 Interceramic Chihuahua | 131.25 hs |
23º | Acadia Venezuela | 131.25 hs |
24º | Siemens Raid the North Canada | 131.25 hs |
25º | Gatorade Chile | 133.05 hs |
26º | HDM Nahuales | 134.15 hs |
27º | Piedras | 145.00 hs |
28º | Depor Camping | 146.00 hs |
29º | Selva NSK Kailash | 148.13 hs |
30º | Ecocuerno | 149.10 hs |
31º | Zofri Falabella | 149.53 hs |
32º | Paradofobia | 150.10 hs |
33º | CVC Turismo Hitec | 152.00 hs |
34º | Paz para mi Pueblo | Até PC 18 |
35º | Rockford | Até PC 17 |
36º | Meliquina Telmex Hitec | Até PC 14 |
37º | FAAP Aventura | Até PC 14 |
38º | Dodge | Até PC 13 |
39º | EcoXperience UPFIT Adventuremag | Até PC 10 |
40º | Ejército de Chile | Até PC 12 |
41º | Sport City Hype | Até PC 12 |
42º | Corredor Andino Antibalas | Até PC 12 |
43º | Jeep | Até PC 9 |
44º | PSA Argentina | Até PC 4 |
Ranking final - Masculino
Equipe | ||
1º | Tarducci Adventure | 148.40 hs |
2º | Orinoco Venezuela | 150.46 hs |
3º | Iberia | Até PC 5 |
Copyright©2000-
Adventuremag - Informativo sobre corrida de aventura - Política de privacidade
Proibida a reprodução, modificação e distribuição, total ou parcial de qualquer conteúdo deste website