E na Brasil Wild Short... Mitsubishi Quasar Lontra vence novamente

Por Jaqueline Pedreira - 14 Mar 2006 - 12h46
Li o texto do meu amigo Togumi, na Adventuremag, que a 1a. etapa da Brasil Wild foi exigente e que das 59 equipes que largaram, apenas 18 completaram no tempo determinado. Não pude acompanhar os valentes corredores da longa, pois resolvi ir checar de perto como seria a primeira experiência de prova curta organizada por Julio Pieroni. Veredicto? Dura, exigente e técnica. Novamente, a verdadeira corrida de aventura, porém em versão reduzida. Desde a etapa de Poços de Caldas, no ano passado, eu percebi que as provas da Brasil Wild eram as mais esperadas pelos atletas de ponta. Justamente por ser considerada a mais "bem medida" e a que nivela os atletas por cima, quer dizer, provas onde a técnica faz a diferença. Como corredora de provas curtas, principalmente dos circuitos da Caloi Adventura Camp, eu não pensava na hipótese de experimentar uma Brasil Wild, mas a idéia da organização de lançar uma etapa short, me possibilitou a experiência. Conferi na pele a história da técnica fazer diferença... no meu caso, no trecho de bike, minha modalidade preferida, ajudou e no duck me acabou! :-) A prova Largamos no domingo, na rua principal de Monte Verde às 7 da manhã. Frio e um certo cansaço depois das 7 horas de estrada da noite anterior. A prova começava com um trekking de uns 12 km até o PC1, onde pegaríamos as bikes. Não sei porque estes trechos ainda são chamados de trekking, já que todo mundo sai correndo! :-) Disparada pela rua principal, e tome de subida no asfalto, até chegar em uma Araucária que fica perdida no meio da estrada, como se indicando nossa entrada na estradinha de terra. Entramos na estrada de terra e a partir dai a navegação começou a ser fundamental. Como a prova curta é na medida para quem está começando, algumas motos da organização se posicionavam em locais estratégicos para não permitir que alguns perdidos se distanciassem demais da direção correta. No nosso caso, a navegação também foi um ponto a favor nesse trecho. Meu companheiro de equipe e de aventuras, Camê, não perdeu o rumo nem uma vez. Depois de passar por trilha lindas, paisagens encantadoras e andar MUITO, finalmente chegamos ao PC1 para seguir na bike. O começo foi lindo! Muito downhill no meio de eucaliptos e pinheiros... Só que como em geral depois de muita descida vem muita subida, principalmente quando você está na Serra da Mantiqueira, elas chegaram. Confesso que nunca empurrei tanto minha bike morro acima! E olha que moro no Rio, no Alto da Boa Vista e meus treinos de bike são sempre com muita subida... Mas, ali não tinha jeito: pedra solta, inclinação forte, terra = push bike! O trecho era de cerca de 30 km, mas não sei quanto destes 30 eu pedalei de fato. Em uma das dezenas de subidas e descidas teve um momento que eu pensei que não iríamos conseguir chegar ao fim. Até por que na minha cabeça estava a etapa seguinte, o duck, onde teríamos que remar por 11 km. E além de não adorar remar, eu nunca tinha remado tanto. O final do trecho de bike era um prêmio para quem suportou tanta subida e descida: um downhill delicioso, técnico e muito veloz. Adorei e cheguei no duck com a maior disposição para encarar o rio! :-) E, lá fomos nós... Começamos a remar forte, inclusive passando duas equipes logo no início do trecho. De repente, do nada, surgiu a primeira corredeira. Sem ter a menor técnica em descida de rio, simplesmente deixamos o duck ir. Resultado: Camê jogado pra fora, barco virado e eu levada pela corredeira como um saco de qualquer coisa. A sensação não foi das melhores e ai o stress começou... Um pouco mais adiante estava a segunda corredeira. Antes da largada, a organização havia sugerido que não tentassemos descer, pois todas as equipes da longa que tentaram, viraram. Então, o melhor a fazer era a portagem pela margem do rio. E, obviamente, se já viramos na primeira, não pensamos nem em tentar a segunda! O problema é que pouco antes dela, quando o rio começou a ficar mais rápido, batemos em uma pedra e catapulta! Lá fui eu novamente para dentro d'gua... Rolando e batendo nas pedras eu só via os guias localizados na tal corredeira que não deveríamos descer, mandando irmos para a borda. Só que eu estava na água, decendo em direção da corredeira, sem a menor condição de chegar na borda. Estiquei meu remo o máximo que pude em direção ao Camê, e ele me puxou para dentro do barco, já na margem do rio. Depois de uns palavrões e umas discussões "acaloradas", ainda tivemos que assistir uma das equipes que passamos no início fazer o trabalho direitinho e recuperar a posição. Lição: na hora do stress é quando mais precisamos da cabeça fria. Senão só fazemos (e dizemos) besteira! Desculpas públicas ao meu companheiro de equipe pelo desabafo naquele momento difícil! :-) Continuamos em frente tentando manter a moral elevada. Remamos forte e sincronizados até encontrar uma árvore caída no meio do rio. Mais uma vez nos faltou técnica para lidar com ela e acabamos em uma situação perigosa, com o Camê fora do barco sendo puxado pela correnteza, e eu tentando puxar ele de volta. A lição do momentos anteriores parece que foi aprendida e desta vez usamos o trabalho de equipe para nos livrar da situação. Chegada A primeira equipe a chegar, como era esperado, foi a Mitsubishi Quasar Lontra. Conseguimos completar a prova, esse era nosso maior objetivo. Foram 9 horas muito duras, mas como sempre acontece, no final você quer começar tudo novamente. Acabamos conseguindo a 2a. colocação na categoria "duplas mistas", mas ainda assim o que mais nos deixou feliz foi completar. Parabéns a organização da Brasil Wild. Como sempre, fizeram uma prova linda. E, aqui vai um apelo: continuem nas curtas para que quem está começando no esporte possa se divertir e experimentar o que é uma corrida de aventura de verdade! fonte: www.aventurese.com.br
Jaqueline Pedreira
Por Jaqueline Pedreira
14 Mar 2006 - 12h46 | sudeste |
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