Olá amigos. Antes de tudo vou explicar a razão de pagarmos tanto mico correndo de rosa: devido ao grande número de provas de corrida de aventura, nossa especialidade, tinha descartado a possibilidade financeira de correr o Trip Trail.
Porém, em um dos treinos da Selva, conversando com a minha companheira de equipe Luciana Cox e com o nosso professor, Marcio Campos (Selva) chegamos a conclusão que seria importante fazermos esta prova para treinar e que poderíamos misturar as equipes.
Após comentar da questão da inscrição e dos custos, nossa brilhante amiga nos propôs patrocinar um sexteto com uma condição – todos teriam que correr de uniforme rosa, caracterizados de acordo com o ramo de atividade de sua empresa – decoração de casamentos e eventos e cor preferida da Luli. Aceitamos a idéia, achando que seria brincadeira.
Fizemos a inscrição, mas por não ter mais a categoria sexteto, montamos dois quartetos. No dia seguinte a Luli já começou a ter idéias e a correr atrás de camisetas, calças, adesivos e apetrechos rosa.
Em uma semana estávamos com tudo pronto para viajar para Campos do Jordão. Chegamos na quinta a noite e depois de um carro quebrado e várias estratégias para caber tudo dentro de uma Palio Adventure e uma Ranger cabine estendida (estávamos em 13 pessoas e 8 bikes, caixas, malas e etc), fomos dormir.
Acordamos cedo e tomamos café olhando a Pedra do Baú, o que energizou as duas equipes. Ao chegar ao local da largada, já estávamos devidamente uniformizados e fomos pegar os kits, já esperando os comentários, risadas e gozações. Tudo era motivo de brincadeira. E lógico que o locutor ajudou a aumentar a bagunça, narrando a nossa chegada.
Como estávamos em duas equipes, resolvemos correr sempre em duplas com um integrante de cada Flower People. A Luli e o Tom se arrumaram e largaram para o trecho promocional e nós nos encaminhamos para o PC1. Esperamos um pouco e logo os dois chegaram. Fizemos a transição e vimos o Marcio e o Omar saírem para o trecho deles.
Em Delfim Moreira, montei minha bike, comi alguma coisa e fiquei pronto para os 47km que me esperavam. Com a chegada deles, saí pedalando com o Marcinho e buscando alguns adversários que estavam á nossa frente.
Depois de uns 10km de subida começou um belo downhill , onde tive um pneu furado. Logo após começou a pirambeira novamente. Sabia que ia ser longa, pois lá na frente na planilha tinha o seguinte comentário: “top”. Com a ajuda do ogro do Marcinho imprimimos um ritmo forte e passamos algumas equipes. Começamos a descer o último trecho e a uns 200 metros da chegada tive outro pneu furado. Peguei a bike e corri até o PC. Nada adiantou, pois nossos apoios ainda não tinham chegado.
Após 20 min eles apareceram. Trocamos as duplas arrumamos os carros e deixamos a próxima etapa de trilhos e trilhas para o Ale e a Dri.
Na estrada, a Luli já preparava sua bike e todas as suas luzes, pisca piscas, glow sticks e sei lá mais o que. Aproveitei para trocar o meu pneu e coloquei um mais grosso, para evitar que furasse novamente nos downhills. Em pouco tempo os dois chegaram e a Luli e o Tom partiram para o trecho de asfalto.
Os dois próximos foram o Marcio e o Omar. Depois disso não sei muito o que aconteceu, porque fui meio que dormindo até uma cidade com praça e igreja. Hahahaha, nunca vi tanta cidade igual. Comemos em um restaurante e aprontamos os equipamentos do Ale e da Dri que iam pedalar em seguida.
Dormi novamente e acordei com o Marcinho berrando que tínhamos que nos arrumar para o último e sofrido trecho antes do acampamento. O frio e a preguiça eram grandes e todos estavam animados porque já iam para Campos Novos de Cunha, dormir nas barracas. Menos eu e o Marcinho.
Esperamos uns 20 min e demos inicio a uma subida de asfalto. Pedalamos rápido e chegamos numa usina onde a tortura ia começar. Desde então tive a ajuda do Marcinho para superar a subida da serra. Juntamos com um cara que estava fazendo em dupla e seguimos os três em ritmo forte nas retas e descidas e constante nas subidas. Tenho que admitir que tive que empurrar em algumas delas e em outras até deixar a magrela com meu companheiro. A lua estava maravilhosa e enfim chegamos no acampamento as 5h da manhã.
Tomei um banho e tentei dormir. Fiquei até as 7h ouvindo um cara berrar atrás da minha barraca, quando desisti e levantei.
Lá pelas 9h já estavam todos acordados e ficamos perto do nosso carro arrumando as coisas e dando muita risada. Esse povo que treina comigo na Selva Aventura além de ser muito forte é muito engraçado.
A prova de sábado seria feita pelas duas mulheres, Luli e Dri, que se arrumaram e se dirigiram para a largada. Lindas, todas enfeitadas e com os capacetes parecendo um vaso de flores. As duas deram um show, pedalaram forte e passaram diversas equipes, inclusive vários homens. Depois disso foi só curtição até a noite. Jantar, banda e dormir cedo.
Às 4 da manhã já estávamos de pé e com a primeira dupla do dia, Omar e Marcio, pronta para largar às 5h. Fomos de carro para o PC e depois direto para o outro que dava inicio a “reta” final.
Eu e o Tom, que é downhiller, nos preparamos e esperamos o Marcinho que ia descer conosco. Assim que ele chegou começamos a pedalar forte na subida, passamos 4 ou 5 equipes e chegamos ao tão esperado trecho de terra. Eu fiz a subida na frente, mas não consegui manter a velocidade do Tom na descida. O cara é louco e despencou serra abaixo. Eu ia atrás com o Marcinho na minha cola. O Clemar que estava na metade do caminho ficou até assustado com os rosinhas naquela velocidade. Rsrsrs...
Fizemos os 10km até o centro histórico de Paraty em pelotão. Oito bikes e todos com os uniformes da Flower People. Chegamos no pórtico fazendo uma baita bagunça e pagamos as 10 flexões, marca registrada dos Selva.
Foi uma ótima prova, com muita adrenalina e diversão. Melhor ainda era ouvir os comentários inconformados de quem era ultrapassado pelos rosinhas. É isso mesmo, de fraco os rosinhas não tem nada.
Até a próxima aventura.
Abraços.
Rafael Niro
Equipe Flower People I