Controle de doping estará presente na segunda etapa da Copa Internacional de Mountain Bike

Por Redação - 16 Mai 2006 - 09h51

Na segunda etapa de 2006, que será realizada nos dias 20 e 21 de maio em Conselheiro Lafaiete, a Copa Internacional PowerBar Reebok de Mountain Bike já terá o sistema de controle de doping instalado e funcionando. Pela primeira vez em sua história, a competição estará fazendo o exame.

A Copa Internacional conta pontos para o ranking da CBC e União Ciclística Internacional (UCI) e a adoção do sistema de controle de doping é mais uma medida que vem provar o comprometimento dos realizadores da Copa com o esporte nacional. “Há algum tempo a UCI vem nos cobrando isso e nós já sabíamos que teríamos que fazer. Finalmente agora conseguimos viabilizar. É mais um passo que a Copa dá em rumo a profissionalização do esporte”, afirmam Rogério Bernardes e Tadeu Monteiro.

Os selecionados para fazer o antidoping serão o primeiro colocado nas categorias Elite Masculino e Elite Feminino. Para realizar o controle de doping na segunda etapa da competição, o Doutor Eduardo De Rose, um dos principais especialistas em doping no país, indicou o Dr Tanus de Minas Gerais. De Rose se especializou em doping em 1973, quando trabalhava no clube de futebol Grêmio Porto Alegrense. Atualmente o médico exerce funções relacionadas ao controle de doping em diversas organizações e comitês – como na Organização Desportiva Sul-americana, na Organização Desportiva Pan-americana, no Comitê Olímpico Internacional, em duas Federações Internacionais e na Agência Mundial Antidoping.

Eduardo De Rose é também Membro do Conselho Nacional de Esporte e especialista em antidoping no Comitê Olímpico Brasileiro. Confira a entrevista dele explicando o que é o doping e como se prevenir dele:

O que é doping?
Doping é o uso de uma substância ou um método que aumenta artificialmente o rendimento do atleta, algo que prejudica sua saúde ou que é contrário ao espírito do jogo. Quando duas destas três coisas estão presentes, temos um caso de doping.

Como é feito esse teste nos atletas?
O teste de doping é feito através da coleta de 75 ml de urina do atleta, que é dividido em dois frascos invioláveis e mandado ao laboratório.

Quais são as atitudes e hábitos, supostamente corriqueiros, que podem acabar virando doping?
Existe uma lista de substâncias que podem ser ingeridas ou usadas como medicamentos, prescritas por médicos ou recomendadas por familiares, além de problemas de uso de maconha ou cocaína, com pouca antecedência antes de uma prova. Usar suplementos alimentares, como aminoácidos ou creatina pode ocasionar uma contaminação de precursores de hormônios, embora aquelas substâncias não sejam proibidas.

Como se prevenir?
O atleta deve conhecer os produtos da lista proibida, que ele encontra no site do Comitê Olímpico Brasileiro, em www.cob.org.br e evitá-los.

Qual é a exatidão do teste?
A exatidão do teste é de praticamente 100%. Se tu colocares uma colher de café de uma substância proibida em uma piscina olímpica, eu encontro essa substância em um laboratório.

O que acontece com o atleta quando o exame acusa o doping?
Existe um momento de consulta, onde o atleta tem o direito a defesa e deve dar uma explicação. Se a explicação não for convincente ele será julgado e seguramente punido com uma advertência ou suspensão.

Existe alguma norma ou agência que regule o anti-doping no país?
Existe uma Resolução do Conselho Nacional de Esportes do Ministério de Esportes, de número 02/02, que regula o doping de acordo com as leis internacionais.

Qual a importância de se adotar o anti-doping em um evento internacional como a Copa PowerBar Reebok de Mountain Bike?
A importância está em tratar o evento como ético, acostumar os pilotos ao que eles encontrão no Sul-americano e Pan-americano, e evitar problemas futuros.

Mais informações: www.copainternacionalmtb.com.br

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16 Mai 2006 - 09h51 | sudeste |
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