A equipe Cosa Nostra - Caverá estará também representando o Brasil nesta quarta edição do AR World Championship. Marco Alcântara, capitão da equipe, participou neste ano da primeira corrida de expedição solo do mundo, o Between 2 Continents - Between 2 Oceans, na Costa Rica. Sua equipe também participou do Ecomotion Pro 2005 e conquistou a 13a colocação (6a equipe brasileira).
Mas para a prova na Suécia-Noruega a formação será diferente da equipe que foi para as Serras Gaúchas e contará com o reforço dos atletas Jean Finkler e Marcela Ferreira, da equipe Caverá e Rafael Melges, equipe Parodofobia. Veja abaixo o currículo esportivo de cada atleta e uma pequena entrevista:
Quando vocês decidiram participar do AR World Championship?
Marco: Haviamos decidido inicialmente fazer o Bull of Africa, mas a devido ao pouco número de participantes desistimos e passamos a procurar uma prova com um nivel mais acirrado de competição, foi aí que chegamos no AR World Championship. Uma prova com as equipes mais fortes do mundo participando e com dificuldade adicionais como trechos de trekking em gelo (com grampões), etapas de patins, 15.000m de ascensão, enfim, uma prova dura, exatamente o que procurávamos. Contribuiu também para a nossa escolha o treinamento realizado em provas de orientação na Suécia feito pelo Jean, nosso navegador, que achamos que poderá nos ajudar no conhecimento da região.
Jean: Ficamos sabendo desta prova, mas também ficamos sabendo que seria bem mais difícil, e teríamos que aumentar a carga nos treinos, ampliar nossos conhecimentos em outras modalidades, etc. A prova será bem mais disputada! O Marco recorreu os sites de outros eventos e descobriu este, para o delírio da equipe. Enviou um e-mail para a organização e fomos bem recebidos!
Como estão os preparativos e o treinamento?
Marco: Além dos treinos habituais de remo, corrida e ciclismo, intensificamos a musculação, pois acreditamos que tanto quanto a condição orgânica, a condição muscular será vital para enfrentarmos longas caminhadas nos glaciares, e os 15.000m de ascensão.
Jean: Estamos correndo atrás de vários equipamentos que serão obrigatórios no ARWC 2006. Alguns equipamentos para esta prova, inéditos para nós, irão desfalcar as nossas reservas financeiras, mas se queremos participar temos que adquirí-los. Alguns exemplos são os remos, os patins, os crampons e machadinhos para neve e gelo, botas para montanha, caixa rígida para a bike, etc.
Estamos treinando nas diversas modalidades constantes da prova, focando, principalmente, nos patins, no remo e nas técnicas verticais, que estão entre as deficiências da equipe. Quase não temos tempo para as mais comuns, como por exemplo: trekking e mountain bike. E a família também fica na torcida, e até um pouco distante, por vezes.
A corrida terá poucas horas de escuridão com o verão no hemisfério norte. Vocês acham que isso irá influenciar muito no rendimento da equipe?
Marco: Serão aproximadamente 2 horas de noite a cada 24 horas. Acreditamos que isso facilitará a privação de sono que nos submetemos nessas provas longas.
Jean: Acho que este fator não acarretará maiores problemas, mas certamente será um diferencial para nós, temos a esperança que seja para melhor. Achamos que quanto mais tempo de sol, melhor, mais calor e, consequentemente, uma temperatura mais propícia para uma "sestiada nos pelegos". Teremos que sestear em determinadas etapas da prova, isto vamos decidir com a equipe, e vai ser na hora que bater o cansaço, sem desconsiderarmos as opções estratégicas. Qualquer divergência nos relógios biológicos dos integrantes, deveremos encontrar uma solução.
E o frio?
Marco: O frio, pela previsão da organização, não é dos mais rigorosos nessa época. Está previsto que fique em média em torno de 15º C. Mas sabemos que nas caminhadas nos glaciares a sensação de frio pode ficar bem mais crítica. Mas estamos levando roupas adequadas para isso (exigidas como equipamento obrigatório inclusive).
Jean: Penso que o frio não será um grande problema, pelo menos fora d'água. Talvez o problema da temperatura seja nos trechos de água, que serão bem extensos, e aí sim, uma vez molhados, provavelmente o fator frio tornará a corrida ainda mais desafiadora. Ontem, lendo um pouco mais a fundo sobre as modalidades da prova, vi que teremos muito terreno encharcado, florestas pantanosas e alguns trechos de neve e gelo, então vamos nos molhar bastante.
A organização alertou sobre possíveis problemas/perigos no percurso?
Marco: Ainda não tivemos nenhuma observação sobre riscos no percurso, somente fomos informados sobre a retirada de um trecho de 600 metros de swim-bike (nadar carregando as bikes), algo que realmente nos deixou bem felizes, pois a temperatura da água lá, mesmo no verão, é bem baixa.
Jean: Pelo que a organização informou, a prova será para muitas equipes terminarem com sucesso, sem "zonas de paradas obrigatórias" ou perigosas à noite, etc. Praticamente um turismo-aventura para as diversas equipes participantes. Maaaaaas, pela pouca experiência que temos em provas longas, tentamos "adivinhar" que a corrida será muito difícil, e dura, cheia de estratégia, bem exigente na parte de navegação... Para nós, as novas modalidades serão, por si só, perigosas e problemáticas. Se tudo der certo, sofreremos muito, passaremos por situações difíceis, obstáculos quase intransponíveis, se der errado, estaremos fora! Pelos ares da Aurora Boreal e pelo Sol da meia-noite, o ARWC não será uma prova para desfrutarmos as belezas naturais da Lapônia, das Terras do Norte e do Círculo Polar Ártico, será um verdadeiro desafio!
Dentre as modalidades envolvidas o patins in-line talvez seja a menos comum entre nós. Como será essa modalidade para vocês?
Marco: Essa é a maior dificuldade técnica que estamos enfretando, pois nenhum integrante da equipe apresenta conhecimento prático dessa modalidade. Estamos daquele jeito por enquanto: muitos tombos. Mas até a prova, acredito que estaremos preparados.
Jean: Estamos aprendendo a cair, levantando e caindo de novo! Temos que treinar muito pra ficarmos ruíns, mas até o dia da viagem, acho que vamos conseguir o equilíbrio. As modalidades serão um desafio à parte, mas o difícil mesmo pelo que estamos sentindo será ficar com a mochila durante sete dias com peso próximo dos 8 quilos. Encontraremos a nossa caixa de suprimentos somente 4 vezes durante toda a expedição.
Marco Alcântara
13º - EcomotionPro/2005;
5º - Costa Rica – Solo Adventure /2006 (3 dias);
Diversas corridas de aventura no Brasil nos últimos 2 anos;
Completou 11 Ironman (Flórida, Alemanha, Brasil);
3 vezes campeão Nacional de remo;
Vice Campeão Sul Americano de Remo.
Marcela Ribeiro
10° - Ecomotion Pro/2004;
9° - Ecomotion Pro/2005;
Completou 8 Ironman (Florida, Canadá, Brasil, Havaí);
Diversas corridas de aventura no Brasil nos últimos 5 anos;
Jean Finkler
9° - Ecomotion Pro/2005;
2 vezes campeão nacional de orientação;
Diversas corridas de aventura no Brasil nos últimos 7 anos.
Rafael Melges
2º Circuito Adventure Camp 2006;
4º - Circuito Gaia Adventure Solo Racing 2006;
Diversas corridas de aventura no Brasil (10 corridas nos últimos 2 anos);
Diversas corridas de mountain bike no Brasil (16 corridas nos últimos 2 anos);
Desafio de los Volcanes 2006;
6º - Xterra Brazil 2005;
20º - World Championship Xterra Hawaii 2005;
3º - Circuito Big Biker 2004.
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