O Primal Quest 2006 foi sediado em Utah este ano e de acordo com a organização, a partir do ano que vem a prova passa a ser itinerante e a cada ano será realizada em um local diferente do mundo, seguindo os passos do antigo Eco-Challenge. A equipe Terra Brasil foi a única representante brasileira na prova e conquistou a 46a colocação, completando o percurso com corte. Leia abaixo a entrevista com Denise Hajjar, capitã da equipe:
O site oficial mostrava a equipe como sem classificação e depois foi corrigido. O que realmente aconteceu?
Realmente o site nos colocou como unranked devido a um erro em um dos ATs. Isto aconteceu porque no segundo corte estipulado pela prova, nós chegamos com doze horas de folga. Acabamos saindo e efetuando o primeiro PC da parte do montanhismo (PC 30). Mas a informação que recebemos era que se não conseguíssimos terminar todo o restante do percurso a tempo, seríamos desclassificados. Não haveria novo corte que nos possibilitasse cruzar a linha de chegada. Neste momento eu tive que optar e decidi pela opção mais segura: a de cruzar a linha de chegada com garantia, pois este era o nosso primeiro objetivo. Acabamos retornando ao AT 29, pegamos nossas bikes e seguimos no percursso mais curto. Isto nos tomou quase 20 horas entre a nossa chegada e volta ao AT 29. Mais a penalização sofrida, acabamos em 46° lugar. Como nossa meta era apenas terminar e não obter uma classificação boa, não tivemos prejuízo. Mas fico muito feliz em saber que se tivéssemos apertado o passo, poderíamos estar entre os 30 primeiros facilmente. Sabendo que lá estavam os melhores do mundo, fico muito feliz! Fica para a próxima.
Qual a maior dificuldade da prova?
Tivemos algumas dificuldades: a primeira foi a imensa logística de chegar até lá, com todos os equipamentos e cumprir todas as exigências do Primal Quest.
A segunda, por incrivel que pareça, foi o calor insuportável combinado ao clima seco da região. O fato de estarmos no deserto e não vermos um fiozinho dágua durante dias, loucura!
A prova também tinha uma logística de caixas de suprimentos que forçava a gente a carregar muitos equipamentos e alimentos, além de no mínimo 5 litros de líquido por pessoa, o tempo todo. As nossas mochilas pesavam demais! Acho que de 15 a 20 kg!
Com foi encarar uma prova deste tamanho, em relação aos preparativos e treinamentos?
Foram exatamente 9 meses de trabalho intenso para chegar lá. Posso até dizer que correr uma prova de 800 quilômetros é mais relaxante e mais gostoso do que todos os preparativos. Isto sim tomou muito tempo antes e depois da corrida, o que foi realmente estressante. Foram muitos detalhes e o fato de não ter equipe de apoio tornou a coisa mais complicada. Tínhamos que ter tudo de todos em praticamente 3 caixas. Os treinos foram bem mais intensos que o normal e mais longos. Mas esta parte foi bem divertida pois tenho certeza que nos tornamos melhores atletas, principalmente quando penso em cordas.
Quais os próximos objetivos?
Temos intenção de correr algumas provas médias até o final do ano e estamos inscritos para o Ecomotion Pro em novembro deste ano. Eu pessoalmente adoro correr provas longas e adorei correr o Primal Quest. Quem sabe o ano que vem...
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