Selva Adventure - conheça o treinamento de corrida de aventura realizado em Tucuruí (PA)

Por Wladimir Togumi - 13 Set 2006 - 19h50

A cidade de Tucuruí se encontra a 400 km de Belém (PA), às margens do rio Tocantins, e é conhecida em todo o país pela construção da maior hidrelétrica totalmente brasileira (Itaipu é um empreendimento binacional entre Brasil e Paraguai).

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Visão geral da UHE Tucuruí


Plantio de mudas nativas fez parte da competição

A contrução da barragem criou um lago que na época de chuvas chega a ter uma área de 3.000 km2, com volume de 46 bilhões de m3 de água e comprimento de 170 quilômetros. Antes da construção do reservatório a região do baixo Tocantins, onde está inserida a Usina Hidrelétrica Tucuruí, era quase totalmente coberta por floresta tropical úmida, e possuía 551 espécies de plantas, distribuídas em 81 famílias.

Além disso a criação do lago fez surgir cerca de 17.000 ilhas que possuem casas, igrejas e até criação de gado, transportados em pequenos barcos pelos moradores.

Foi nesse cenário que aconteceu a primeira edição da Selva Adventure, um treinamento de corrida de aventura voltado para a formação de novos competidores e preparação para provas mais exigentes da região.

O evento foi organizado pela Ipaxé Turismo e contou com a ajuda do exército através do 23º Esquadrão da Cavalaria de Selva, comandado pelo Major Fortes, responsável pelo levantamento percurso e toda a logística necessária para a realização do mesmo.

Foram cerca de 60 quilômetros de percurso nas modalidades de mountain bike, trekking, pista de orientação, tiro com arma de ar comprimido, técnicas verticais e flutuação, sob um sol forte e muito calor durante todo o dia.

Pouco antes da largada a impressão que se tinha é que o desafio seria muito maior do que o esperado com a chuva que ameaçava cair. Antes do início do aquecimento e alongamento com todos os participantes da prova, o nascer do sol deu lugar a uma nuvem que escureceu todo o céu e trouxe um vento forte que arrancou a lona que cobria o palco montado no Cais do Porto, local de largada e chegada da corrida.

Mas logo depois o sol voltou a brilhar e os últimos preparativos foram feitos pelas equipes. Mapas em mãos e estratégias montadas, hora de partir. A largada aconteceu de trekking e percorreu a avenida principal da cidade até o Posto Cidade Luz, local da primeira transição e de onde saíram de bicicleta.

Durante todo o trecho urbano os atletas foram acompanhados por batedores da Polícia Militar que garantiram a preferência dos competidores nesse começo de prova. A população local olhava com curiosidade aqueles atletas vestidos de amarelo, com mochila nas costas e capacetes na cabeça, correndo pelas ruas, escoltados por policiais e sendo fotografados e filmados e o grande comboio formado por jipes, motos e caminhões do exército, carro de resgate dos bombeiros e ambulância.

Pela frente, 30 Km por estradas de terra, em alguns locais com o terreno arenoso, obrigando os atletas a descer e empurrar suas bicicletas. Logo nesse começo de prova um dos atletas da equipe Fogo desistiu da prova.

Após o longo mountain bike os atletas trocaram de modalidade no PC4 e iniciaram a canoagem no lago. A etapa foi feita com embarcações locais, utilizando remos de madeira. O baixo nível do lago deixava à mostra árvores da antiga floresta da região e grandes trechos de terra que na época das chuvas ficam sob a água.

A diferença entre as duas primeiras equipes no começo da canoagem era de apenas 15 minutos e diminuiu durante a etapa de remo. A Raçaí aproveitou também o descuido da primeira colocada que cometeu um erro de orientação e ficou na dúvida do local correto do PC5, perdendo um bom tempo até se localizar e chegar no Posto de Controle.

Interessante foi a estratégia da equipe Furacão. Enquanto 3 atletas remavam, Maiara, a integrante feminina da equipe, jogava água em seus companheiros para diminuir o calor.

PC marcado, as equipes fizeram uma pequena travessia a nado e seguiram correndo até o Esquadrão da Cavalaria, local da pista de orientação em mata, e tiro com ar comprimido. O teste de tiro exigiu muita calma dos participantes já que cada equipe tinha que acertar 3 balões para poder prosseguir. Eles chegavam de um ritmo forte e tinham que diminuir a respiração e se concentrar nos alvos, que balançavam com o vento e dificultava ainda mais o trabalho dos participantes.

O próximo destino foi um guindaste da Eletronorte, utilizado pela empresa para a transferência dos equipamentos utilizados na construção da usina que chegavam de navio para os caminhões e posteriormente levados até o local da obra, e onde foi montado o rapel da prova. Os atletas faziam a descida pelas cordas e seguiam nadando até o antigo Farol, de onde seguiam andando até a chegada, de volta ao Cais.

Além da prova-treino, a organização do evento, junto com o exército e a Eletronorte, realizou diversos projetos sócio-ambientais durante todo o dia. Foi oferecido atendimento médico-odontológico para cerca de 400 pessoas em uma comunidade local e a entrega de material escolar para estudantes de uma escola montada em assentamento de terra. Além disso os atletas participaram do plantio de mudas nativas no Parque Ecológico de Tucuruí.

A vitória ficou com a equipe Furacão e a segunda colocada foi a Raçaí. A prova contou com a participação de equipes da região, muitas formadas por militares, que se aventuraram em sua primeira corrida de aventura.

Infelizmente atletas mais experiêntes, sediados em Belém, não estiveram presentes e perderam a oportunidade de participar de um excelente treino para as próximas competições que acontecerão na região. Provavelmente um dos motivos é a proximidade de uma competição com diferença de apenas 15 dias e que exigiria um investimento maior das equipes para estar presente nos dois eventos.

A questão da segurança pôde ser observada durante todo percurso. Além de ambulância e médicos prontos para qualquer emergência, as equipes foram acompanhandas por barcos durante a etapa de remo e por caiaques da Associação Navegar durante a flutuação no Rio Tocantins. Além disso o evento contava com a comunicação do exército para resolver qualquer outro problema.

Para os atletas mais experiêntes isso pode parecer um pouco demais, mas pela proposta da organização de ser um evento de treinamento e formação de novos competidores, segurança nunca é demais.

A região tem potencial para a montagem de vários percursos e o lago oferece um grande desafio em relação à orientação devido às diversas ilhas existentes.

Mais informações: www.ipaxeturismo.com.br

Wladimir Togumi
Por Wladimir Togumi
13 Set 2006 - 19h50 | nordeste |
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