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O percurso de mountain bike foi bastante variado, com muito single track e alguns trechos de areia, marca registrada da região. A orientação também fez com que equipes ficassem perdidas por muito tempo e decidissem sair da prova.
O briefing foi realizado na Fazenda Bela Vista na noite de sábado, quando a organização deu uma prévia do que seria o percurso e passou algumas orientações da prova. Os mapas foram entregues somente na manhã de domingo. Com os kits em mãos só restou aos participantes preparar seus equipamentos para o dia seguinte e deixar suas bicicletas na área de transição.
Na manhã de domingo, ainda sob a lua cheia que brilhava no céu, as equipes começaram a chegar no Parque do Lago e a se juntar às outras que acamparam no local. Com o início da entrega dos mapas, os navegadores dividiram a atenção entre a marcação do percurso e o café da manhã.
A prova teve aproximadamente 9Km de trekking, 2,5Km de bóia-cross e 35 Km de mountain bike, mas a dificuldade de navegação aumentou o percurso para a grande maioria das equipes, que se perderam ou optaram por estratégias diferentes.
O trekking foi a primeira modalidade da prova e o sinal de largada pegou alguns atletas desprevenidos, que ainda conversavam entre si quando a buzina foi acionada, e por alguns instantes hesitaram em sair correndo, mas logo todo o pelotão vestido de vermelho já não era mais visto. Os navegadores não quiseram arriscar nesse começo de corrida e optaram em seguir pela estrada ao invés de cortar caminho pelo pasto e logo os primeiros colocados entraram na água para o início do bóia cross.
A pequena ponte de madeira serviu de plataforma de salto para os atletas mais apressados mas muitos decidiram ir com calma e entrar pela margem, sem se arriscar muito. Sem muita opção de ultrapassagem, esse trecho foi bem tranquilo e o rio serviu para refrescar do calor do trekking inicial. Uma curta portagem no meio do percurso obrigava os atletas a sair da água, mas alguns metros à frente eles estavam no rio novamente.
A cada posto de controle uma equipe diferente assinava em primeiro lugar, e como a diferença de tempo era de apenas alguns minutos e a parte mais difícil do percurso foi deixada para o final, a classificação final era uma incógnita. Quem navegasse melhor ou traçasse a melhor estratégia poderia ganhar um tempo valioso de vantagem sobre os mais fortes fisicamente.
Mas o azar também está no jogo. A equipe Paradofobia Aventura, que estava entre os quatro primeiros colocados no começo da prova, teve problema com o cubo central em uma das bicicletas e ficou de fora da luta pelo primeiro lugar. A equipe chegou a sair da área de transição pedalando mas pouco tempo depois um dos atletas voltou empurrando a mountain bike.
A equipe de Ribeirão Preto, ARS São Fransisco Clínicas/Unaerp, partiu para o mountain bike em primeiro lugar e com vantagem de 10 minutos sobre a Mitsubishi QuasarLontra, quinta colocada, mas decidiu fazer um caminho mais longo até o próximo posto de controle (PC5). Mas a estratégia custou caro e a equipe trocou de posição com a equipe paulista. Embolados nas primeiras colocações estavam a ARS, QuasarLontra, Trópicos e Paradofobia.
Enquanto as primeiras colocadas disputavam a liderança, as equipes que estavam mais para trás enfrentavam com dificuldades as partes mais técnicas e a falta de água. O sol forte não dava trégua e havia poucos lugares para reabastecimento.
Encontramos os atletas da equipe ARS próximo ao PC8 empurrando as bicicletas em uma longa subida cheia de pedras e galhos. Assim como eles, achávamos que as primeiras colocadas já haviam passado pelo local, ainda mais quando vimos uma trilha com a vegetação bastante amassada, indicando a passagem de muitas pessoas, mas a liderança estava novamente com a equipe, que saiu do posto de controle pelo caminho errado e por pouco não passa por um trecho proibido de asfalto.
Da chegada era possível ver um grande rebanho pastando em um morro à esquerda de onde estávamos, e era por aquele caminho que as equipes iriam chegar pedalando. Quando os bois começaram a se movimentar percebemos que os vencedores estavam para chegar e vimos a primeira equipe com um dos atletas empurrando sua bicicleta morro abaixo.
"Imagina se aparece outra equipe agora", foi a frase dita pelo organizador Vinicius Cruz, logo depois de avistar a primeira equipe. Como uma premonição, a segunda colocada apareceu no alto do morro, perseguindo os primeiros colocados. Quando a segunda colocada se preparava para pular uma porteira localizada no pé do morro, a terceira equipe apareceu no horizonte, já bem próxima.
Com um pneu furado, o atleta Arthur Soares chegou empurrando sua bicicleta e junto com Eric Machado, levou a ARS São Franscisco Clínicas/Unaerp à vitória. Em segundo lugar, com diferença de um minuto, chegou a Trópicos e um minuto depois, a Mitsubishi QuasarLontra. A Paradofobia, que vinha junto com o pelotão, chegou quatro minutos depois. O quinto lugar foi conquistado com muito suor e remendos nas sapatilhas. Fabiano Luiz Ribeiro, da Pé Vermelho, teve que improvisar e prender as solas com silver tape e com a fita do firma-pé para poder continuar pedalando e cruzar a linha de chegada.
A prova foi bastante dura e exigiu preparo físico em dia para conseguir terminar a corrida, lembrando um pouco as provas do antigo Circuito Brasileiro. "A gente procura se encaixar no mercado de corrida de aventura trazendo uma prova diferenciada no sentido de resgatar os aspectos do esporte, buscando montar provas com características de navegação, com bastante trechos técnicos e diversidade de percurso, características encontradas em provas de expedição", disse Vinicius Cruz.
A próxima etapa será realizada no dia 20 de maio na região de Rio Claro e a terceira em Santa Rita do Passa Quatro, sendo que essa será noturna. A quarta e última etapa ainda não tem local definido.
Classificação Parcial
Categoria Mista
1 - Mandala
2 - Saci
3 - Lebreiros 2
Categoria Masculina
1 - ARS São Franscisco Clínicas / Unaerp
2 - Trópicos
3 - Mitsubishi QuasarLontra
Informações: www.proaventura.com.br
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