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Na manhã de sábado as equipes se encontraram em frente ao Parque das Águas para uma largada simbólica em charretes, passando pela cidade e em direção à estação de trem, de onde partiram até o aeroporto local.
Devido a um imprevisto a equipe carioca Klimax seguiu direto para o aeroporto. Um dos integrantes estava a trabalho no Rio Grande do Sul e com a greve dos controladores de vôo ele só conseguiu chegar em São Lourenço na manhã de sábado. Rapidamente arrumaram os equipamentos e se preparam para a largada, mas agora o problema era com a mulher da equipe, que passou mal durante toda a noite. Infelizmente o esforço foi demais para ela e a equipe acabou desistindo antes da primeira área de transição.
Enquanto as últimas equipes de apoio arrumavam as bicicletas no trecho de ligação entre o pátio e a pista principal do aeroporto, o apito do trem sinalizou a chegada dos atletas.
As equipes foram distribuídas em dois grupos e cada uma se posicionou em lados opostos na pista principal. O que ninguém esperava era que uma das aeronaves decidisse levantar vôo exatamente naquele momento. Sem demora o piloto ligou o motor e começou a taxear, interrompendo todo o preparativo para a largada e até a entrevista que o diretor de prova, Julio Pieroni, dava para a televisão.
Enquanto a aeronave passava com as asas a centímetros das bicicletas, integrantes do staff pediam para que os atletas saíssem da pista e permanecessem na área gramada.
Poucos depois da decolagem, com direito a comemoração por algumas pessoas, foi dada a largada no estilo Le Mans, com os atletas correndo até as bicicletas e partindo para a primeira seção de mountain bike.
Apesar das diversas subidas e o forte calor, o ritmo imposto pelas equipes foi bastante forte e em pouco tempo chegaram na primeira área de transição e começaram a subida em direção ao rapel.
O começo da subida era bem tranqüilo, mas a inclinação aumentava a cada metro. Os atletas saíram de 1200 metros e chegaram na Pedra do Chapéu na cota de 1900m em um trecho com pouco mais de 4 quilômetros. O sol do meio dia e o ritmo forte que se manteve na subida desgastou ainda mais os competidores, que já chegaram cansados da mountain bike inicial.
Apenas um dos competidores fazia o rapel guiado montado na pedra. As primeiras equipes não tiveram problema e rapidamente fizeram a descida, mas quem ficou para trás teve que amargar uma fila de espera que chegou a mais de uma hora para algumas delas.
Para subir os atletas tinham que levar, além dos equipamentos obrigatórios, a polia utilizada na descida. Na pressa o atleta da Pata da Cobra acabou subindo e descendo duas vezes: a primeira para buscar o capacete e a segunda, a polia.
Para alguns a espera no alto da Serra da Chapada era um descanso bem vindo após a longa subida e aproveitavam o tempo para tirar um cochilo e se alimentar. Alguns navegadores aproveitavam para olhar o mapa e já adiantar o rumo a ser seguido assim que seu companheiro terminasse a descida. Fabio Sant'Anna Borge, da equipe potiguar Tapuias, sentia um pouco de frio (ouça relato no menu lateral).
Enquanto a maioria das equipes completava a subida, as líderes pegavam novamente suas bicicletas e seguiam para a canoagem, onde remariam 12 quilômetros. Apostando em uma estratégia diferente a QuasarLontra decidiu trocar o único trecho em que descansariam as pernas por mais um trekking, e desta vez carregando o duck.
Essa estratégia foi utilizada pelos argentinos no Desafio de Los Volcanes 2005, só que ao invés dos ducks eles tinham que carregar os pesados caiaques oceânicos por cerca de 1 quilômetros, da área de transição até a água, e o argentinos utilizaram uma espécie de carrinho, vendido inclusive em lojas de equipamentos de San Martin de los Andes, e obtiveram um grande vantagem sobre os outros competidores. Aqui foi utilizado um monociclo improvisado para apoiar a embarcação e a equipe acabou perdendo metade do tempo de vantagem sobre a segunda colocada.
Em relação à vantagem de tempo perdida fica a dúvida se a SOS Mata Atlântica, formada por ótimos remadores, não conseguiria tirar ainda mais essa diferença caso tivessem remado, mas fisicamente não valeu a pena porque os atletas da QuasarLontra não descansaram as pernas em momento algum da prova.
No topo do teleférico de Caxambu as equipes de apoio aguardavam com ansiedade a chegada dos atletas. A mudança de classificação era incerta e após 3 horas, as primeiras luzes de lanterna apareceram na trilha de subida.
A QuasarLontra manteve a liderança e enquanto se alimentavam e se trocavam, alguém gritou que tinha outra equipe chegando. Com apenas 4 minutos de diferença a SOS Mata Atlântica entrou na área de transição, acelerando o trabalho das equipes de apoio.
Enquanto as duas equipes enfrentavam problemas mecânicos e dificuldades físicas (ouça os depoimentos no menu lateral) e a liderança se alternava a cada momento, algumas pessoas na chegada se perguntavam se elas chegariam juntas, como já aconteceu com equipes diferentes em outras etapas do Brasil Wild. Mas dessa vez a competitividade entre as equipes era bem maior e com certeza ninguém aceitaria essa proposta.
Às 23h53 a Mitsubishi QuasarLontra, formada por José Luiz Reginato, Mateus Ferraz Gil, Rodrigo Martins e Tessa Roorda cruzou a linha de chegada, comemorando bastante a vitória depois de praticamente terem se conformado com o segundo lugar com as dificuldades enfrentadas na seção final.
Nove minutos depois chegou a Motorola SOS Mata Atlântica, de Marcio Franco, Marcelo Macuco, Cíntia Gonçalves e José Roberto Pupo, e em terceiro lugar ficou a Atenah, com Shubi Guimarães, Fernanda Maciel, Camila Araújo Nicolau e Frederico Gall.
A próxima etapa está programada para acontecer nos dias 02 e 03 de junho, em local a ser definido.
Informações: www.brasilwild.com.br
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