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A primeira edição da Chauás Solo contou com a participação de 38 atletas, dispostos a enfrentar a mata atlântica da região de Juquiá e completar os 80 quilômetros de percurso previstos, nas modalidades de trekking, mountain bike e canoagem.
A prova também marca uma volta no tempo para quem participou da primeira corrida da Chauás, realizada em 2003 e que passou por alguns trechos e postos de controle desta nova corrida.
Como era esperado, o percurso ofereceu alguns desafios na orientação e obrigou os participantes a confiar na sua técnica e intuição e seguir por caminhos inexistentes em dois momentos da prova: no trekking e na última seção de mountain bike.
A concentração aconteceu no centro da cidade de Juquiá e enquanto os atletas faziam o acerto da documentação e checagem de equipamentos, dois cicloturistas passaram chamando a atenção. Leonel Manso e Joaquim Guillamet saíram de Manaus no começo de fevereiro e vão pedalar até o Ushuaia, no extremo sul do continente americano, e depois "subir" até a Venezuela. São cerca de 70 quilômetros por dia, carregando um peso de aproximadamente 60 Kg.
As provas organizadas pela Chauás ficaram marcadas pela chuva forte, mas desta vez a previsão para o final de semana era de sol durante o dia e frio à noite, sem nenhuma probabilidade de chuva, o que estava se confirmando até pouco antes do briefing, quando o céu ficou cinza e parecia que ia chover a qualquer momento. Algumas pessoas diziam que São Pedro não foi avisado da prova e quando olhou para baixo e viu que era um evento da Chauás, mudou o clima. Mas logo depois o tempo melhorou e confirmou o previsto.
Após um rápido briefing os atletas partiram para uma largada promocional do centro da cidade até o local da largada oficial, um pedal de aproximadamente 8 quilômetros pela estrada que liga Juquiá a Tapiraí.
Para o azar de quem não pedala bem, a largada aconteceu em uma pequena subida e logo após o sinal da famosa buzina do Lucas, os atletas partiram morro acima. Foram muitas subidas e descidas ao longo do percurso e com diversos trechos em que empurrar a bicicleta era a melhor maneira de seguir em frente.
E como sempre, a sorte (ou azar) faz parte da corrida também. Na metade desse trecho, no final de um longo dowhill, os atletas Ricardo Guilarducci (MG) e Bruno Silva (RJ) chegaram empurrando sua bicicletas. O primeiro estava com o câmbio quebrado e não tinha mais a corrente, e o segundo não tinha mais freios, tanto dianteiro quanto traseiro. Guilarducci acabou sendo obrigado a desistir da prova, mas Bruno Silva seguiu adiante e conseguiu completar todo o percurso.
Terminada a primeira seção de mountain bike, os atletas entravam nos ducks para enfrentar as corredeiras do Rio Açungui. A virada de alguns caiaques assustou alguns atletas, mas a grande maioria se saiu bem. Na hora do "rush", quando muitos atletas chegaram bem próximos uns dos outros, os responsáveis pela segurança tiveram um pouco mais de trabalho, com caiaques virando ou seguindo por caminhos mais difíceis.
Apesar de ter entrado errado na corredeira, o atleta Robinson Simões ficou tranquilo e passou de costas por toda a última sequência de descidas. Já Fernando Jesus optou por fazer uma portagem e carregar a embarcação pela margem.
A primeira seção de trekking foi o primeiro grande desafio da prova, com trilhas que terminavam de repente e obrigando os atletas a criar seu próprio caminho. Apesar de optarem por rotas diferentes, os primeiros colocados acabaram se reencontrando na estrada e nesse momento a parte fisica falou mais forte. José Reginato, Rafael Campos e Erasmo "Xiquito" Cardoso apertaram o passo e se distanciaram do restante do pelotão. Atrás deles estavam Alexandre Machado, Carlos Fonseca (Caco) e Alexandre Maturano. E todos passavam falando que quem ficasse à noite na trilha ia sofrer bastante para sair.
As primeiras colocações se mantiveram na segunda etapa de remo, realizado no rio Juquiá, e os atletas chegaram na última área de transição no final da tarde, com o sol já se pondo. A lua crescente brilhava no céu e ajudava a iluminar o caminho dos atletas. E como previsto, a noite foi fria.
Apesar da previsão e do aviso da organização, alguns participantes não vieram preparados e acabaram saindo da prova por não ter roupas adequadas, como os atletas Marco Aurélio Farinazzo e Luiz Renato Gaioso, que desistiram depois da etapa de remo. "A prova foi bonita, bem puxada, a parte da canoagem foi bacana. Estou desistindo por causa do frio, não vim preparado", disse Farinazzo.
A última etapa da prova, realizada em mountain bike, foi a mais difícil de todas e exigiu navegação, preparo físico e persistência dos participantes. E um determinado momento a trilha terminava e não existia opções de caminho. Alguns atletas ficaram procurando pela continuação da mesma no meio da mata, mas que já conhece as provas da Chauás, não pensou duas vezes e começou a "rasgar mato" com as bicicletas nas costas.
No trecho mais crítico os atletas levaram em média cerca de 1 hora e meia para percorrer aproximadamente 500 metros. E para dificultar ainda mais a vida de quem ficou para trás, abaixou uma neblina forte na região. Alguns não conseguiram vencer esse trecho e decidiram voltar para voltar para o PC anterior e foram resgatados.
José Reginato, Rafael Campos e Erasmo Cardoso terminaram a prova juntos, mas a organização não permitiu que houvesse empate. Segue a classificação parcial e a premiação em dinheiro dos primeiros colocados:
1 - José Reginato Lopes - R$ 1.000,00
2 - Rafael Campos - R$ 600,00
3 - Erasmo "Xiquito" Cardoso - R$ 400,00
4 - Caco Fonseca
5 - Alexandre Machado
Informações: www.chauas.com.br
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