Motorola SOS Mata Atlântica vence a segunda etapa do Brasil Wild

Por Wladimir Togumi - 07 Ago 2007 - 00h26

» Relato: Dayane Borges relata sua primeira participação em uma prova longa
» Relato: Fernanda Campos - Equipe de apoio da Waimiri Atroari (SP)
» Relato: Evandro Machado - Tramontrip (PR)
» Relato: Osmar Bambini - Nexcare 3M Adventure Team (SP)
» Relato: Frederico Gall - Atenah (SP)
» Relato: Paulinho Bruning - Fênix Betim Bikes (PR)

» Galeria de fotos

» Site oficial

As cidades de Itararé (SP), Sengês (PR) e Jaguariaíva (PR) receberam neste final de semana a segunda etapa do circuito Brasil Wild 2007, que teve como diferencial as decisões estratégicas que as equipes teriam que tomar no decorrer da corrida. A estratégia de divisão ou não da equipe dependia muito da força fisica e do conhecimento de navegação dos integrantes.

A prova contou com a participação de 47 equipes vindas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Goiânia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais, Pará e do Distrito Federal.

Uma hora após a largada as primeiras equipes terminaram o mountain bike e chegaram na primeira área de transição, montada dentro da Fazenda 3 Barras, e partiram para o trekking que cruzaria a divisa das regiões Sul e Sudeste. Atenah, Motorola SOS Mata Atlântica, Mitsubishi QuasarLontra e Centauro Paradofobia chegaram juntas e misturadas na pequena ponte de madeira montada no cânion do rio Itararé e foram as primeiras a passar para o estado do Paraná.

Foram poucos os atletas que conseguiram parar e apreciar o belo visual do cânion. Alguns aceitaram a recomendação de um cinegrafista para olhar para baixo quando cruzassem a ponte e ficaram impressionados com o local, mas a corrida estava apenas começando e qualquer segundo poderia significar a perda de colocação.

Os mineiros da Trotamundo/Fórmula BH/Intertrilhas se deram melhor e foram os primeiros a completar a seção, com um vantagem de aproximadamente 7 minutos sobre a segunda colocada. Mas a partir deste PC as estratégias deveriam ser colocadas em prática. O PC5 era virtual e facultativo e quem passasse por ele ganharia 2h30 de bônus no tempo final, mas a grande maioria das equipes achou que não valeria a pena pedalar o trecho a mais e seguiram direto para o começo da canoagem, ao contrário das favoritas, que decidiram não arriscar e foram atrás do posto de controle.

Para chegar no começo da canoagem as equipes passavam por uma grande área de reflorestamento em que as árvores tinham sido cortadas recentemente. O visual era impressionante. Parecia que uma bomba tinha sido jogada e arrancado tudo com a explosão.

Centauro Paradofobia (SP), SulBrasilis (SC) e Merrel NaTrilha (SP) não pegaram o PC virtual e foram as primeiras a entrar na água para a seção de remo. O rio se mostrou bastante difícil, com vários galhos caídos em seu percurso e o começo da noite adicionava um elemento a mais a ser superado. No meio do caminho existia uma portagem obrigatória e as equipes deveriam carregar os ducks por aproximadamente 3 quilômetros.

A Motorola SOS Mata Atlântica remou forte e ultrapassou várias equipes na água e foi a terceira a começar a portagem. Com o cair da noite veio também o frio e os atletas trataram de colocar roupas quentes antes de iniciar a caminhada.

A Merrel NaTrilha chegou com os ducks murchos e optou por outra estratégia. Como a embarcação criaria um grande arrasto na água, diminuindo bastante a velocidade de progressão, e a equipe passaria muito frio na água, os atletas decidiram esvaziá-los e carregá-los até a próxima área de transição. Foi uma longa caminhada até AT4.

Mas nem todos os atletas precisavam ir até a transição. Após o final da portagem as equipes poderiam se dividir e buscar os diversos postos de controle obrigatórios, facultativos e virtuais distribuídos pelo percurso, podendo até mesmo seguir atletas sozinhos. Nesse longo trecho de estratégia, que ia até o PC13/AT6, se encontravam as técnicas verticais, que infelizmente aconteceram à noite.

A partir do PC8/AT4 não era mais possível saber quem estava na liderança. Sabia quem estava na frente mas não tinha certeza se a equipe tinha passado em todos os postos de controle e se quem vinha atrás tinha feito o mesmo ou optado por outra opção estratégica.

Durante a madrugada fria encontrava-se atletas andando, pedalando, parados à espera de seus companheiros que foram atrás de um PC. Na entrada da trilha para o PC11a, um grande grupo de atletas aguardavam sentados à beira da estrada. Perto do PC12 (virtual e facultativo), atletas das equipes Sundown Audax e Motorola SOS Mata Atlântica dormiam enrolados nas mantas térmicas à espera do reagrupamento da equipe.

Para finalizar a prova as equipes remavam pelo rio Jaguariaíva até a barragem do Vale do Codó, de onde seguiam correndo até a chegada montada no Parque Linear. Diversas portagens estavam previstas neste trecho, mas com o aumento do nível do rio nos últimos dias, as equipes passaram direto por algumas delas e enfrentaram algumas corredeiras.

Passando por todos os postos de controle, a equipe Motorola SOS Mata Atlântica cruzou a linha de chegada em primeiro lugar e o bônus de 5h30 garantiu uma vitória com muito tempo de vantagem. A Atenah foi a próxima a chegar mas deixou de passar por dois postos de controle facultativos. A atleta Camila Nicolau, aniversariante no domingo, foi recepcionada pela equipe de apoio com bexigas, chapéus e um pequeno bolo.

As mudanças de horário de corte acabou não agradando muitas equipes, que justificaram dizendo que dessa maneira a estratégia adotada de buscar ou não alguns PC's facultativos acabou sendo atrapalhada. Elas poderiam ter perdido um pouco mais de tempo na procura deles sem serem cortados.

“Esta prova teve características que valorizaram questões estratégicas e inteligência e isso tem muito a ver com nossa vida. Para quem tinha a intenção de ganhar a prova ir ao PC5 foi fundamental. Eu chamo essa corrida de gente grande, porque transcende o físico e isso vamos sempre buscar no Brasil Wild”, declarou o diretor de prova, Júlio Pieroni.

A segunda etapa da prova também contou com duas importantes ações sociais. Pela primeira vez no mundo uma equipe de deficientes mentais participou de uma corrida de aventura. Esta foi uma parceria entre o projeto Por mais Alguém e a Special Olympics Brasil. Os atletas demonstraram garra e superação de limites.

A segunda ação social que a Brasil Wild desenvolveu junto com o Espaço Caeté e a ONG Nossa Parte foi um projeto de plantio de árvores e educação ambiental com alunos de uma escola pública. Cada equipe teve a oportunidade de contribuir com o projeto e neutralizar a emissão de carbono de sua equipe.

Após a correção dos tempos a classificação final parcial ficou da seguinte maneira:

1 - Motorola SOS Mata Atlântica (SP)
2 - Trotamundo Fórmula BH/Intertrilhas (MG)
3 - Caliandra OZ (DF)
4 - Atenah (SP)
5 - Sulbrasilis (SC)

Mais informações: www.brasilwild.com.br

Wladimir Togumi
Por Wladimir Togumi
07 Ago 2007 - 00h26 | sudeste |
publicidade
publicidade
publicidade
publicidade
Cadastro
Cadastre seu email e receba as noticias automaticamente no seu email diariamente
Redes Sociais