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O clima quente e seco do cerrado se mostrou um terreno novo para muitos atletas. Alertado pela organização, alguns deles levaram máscaras para serem utilizadas durante o trecho de mountain bike, na luta contra a poeira fina que sobe das estradas.
Equipes de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul, Amazonas e Distrito Federal estiveram presentes em uma das corridas mais esperadas no ano. As primeiras inscrições se esgotaram rapidamente e obrigou a organização a abrir novas vagas.
Atletas de São Paulo e Minas Gerais fretaram ônibus para chegar até Alto Paraíso, sendo que os paulistas levaram muito mais tempo que o previsto após alguns problemas de percurso, como a bateria do ônibus que acabou antes de sair de São Paulo e uma parada em Brasilia para lavar o ônibus (leia o relato da equipe Uirapuru).
Provavelmente as equipes de fora do estado de São Paulo devem estar rindo dos paulistas nessa hora, que experimentaram um pouco do sofrimento que elas enfrentam cada vez que precisam viajar para participar das corridas fora de casa.
Durante o briefing os atletas foram informados das alterações de percurso necessárias devido às queimadas na região que já duravam dias e consumia grande parte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Foi destacada a beleza do rio Tocantinzinho, único trecho de remo da prova, com suas águas cristalinas e também o problema da quantidade de carros que poderia estar trafegando pelas estradas, já que a prova aconteceu em um feriado, levantando muito mais poeira e diminuindo a segurança dos atletas.
Aconteceram também alterações no cronograma e a checagem de equipamentos prevista para acontecer em Alto Paraíso iria acontecer na Vila de São Jorge, local da largada. A justificativa foi que uma apresentação das crianças do projeto Turma que Faz estava programada e o organizador Lucas Gerônimo não achou justo que os competidores apenas chegassem no local, mal assistissem a apresentação, e logo partissem.
Depois da apresentação os atletas ficaram sabendo que não haveria checagem de equipamentos e se alinharam sob o pórtico. Após um minuto de silêncio em respeito às pessoas que sofriam com a queimada, os atletas partiram correndo estrada acima, exatamente às 11h00.
Nesse começo de prova os atletas seguiram em direção ao canyoning no Ribeirão São Miguel. Para o azar do atleta Marcio Razera, da Nexcare 3M Senta a Pua, antes de chegar no rio ele torceu o tornozelo pela segunda vez e ao observar as dificuldades que teria pela frente, decidiu abandonar a prova. Seus companheiros de equipes seguiram em frente desclassificados, enquanto ele voltava para o mesmo local de onde tinha saído apenas 1h30 antes.
E enquanto as equipes procuravam pelo melhor caminho no rio, chegava a informação do Dr. Iversen Boscoli, que se encontrava no PC1, que diversos ducks (cerca de 60) estouraram com o calor e que, apesar de existir embarcações a mais para imprevistos ou de equipes que não largaram, a quantidade não seria suficiente para todos os participantes.
Para evitar novas perdas os ducks foram murchados um pouco e as equipes que chegavam tinham que enchê-los antes de partir. As primeiras começaram a chegar para remar após 3h30 de prova, com a Oskalunga em primeiro lugar, seguida da Caliandra, Motorola SOS Mata Atlântica e Selva NSK Kailash.
Nesse meio tempo surgiu outro problema: nem todas as bicicletas chegariam a tempo no PC2 quando as primeiras equipes terminassem o remo. Por esse motivo a decisão foi que as equipes ficariam paradas 1h30 para compensar o atraso na entrega das bicicletas e manter justa a diferença de tempo de chegada no posto de controle.
As primeiras equipes levaram em média 4h00 para fazer a descida do rio Tocantinzinho. A Oskalunga foi a primeira a jogar os ducks cachoeira abaixo e completar a etapa de remo. Quase ao mesmo tempo a última equipe saiu do PC1 com os últimos ducks em condições (ou quase isso) de flutuar.
Começou então uma série de discussões para definir a melhor solução para os atletas parados no PC1. A encrenca de tentar resolver o problema ficou nas mãos do Dr. Iversen, que antes disso já tinha testado todos os ducks para ver quais poderiam ser utilizados.
Sem mais embarcações disponíveis a decisão foi esperar por todas as equipes para que os capitães votassem uma solução. As opções eram:
1 – Esperar amanhecer e fazer uma re-largada;
2 - Seguir de ônibus até o PC2;
3 – seguir de trekking até o PC2.
A maioria votou na primeira opção e os atletas dormiram no PC à espera dos ducks.
E é claro que não foi uma decisão unânime. Isso porque as equipes estavam com energia de sobra - havia passado menos de 12 horas de prova - e elas correm com objetivos diferentes. Existem as equipes que correm pelas primeiras colocações, as que buscam a melhor classificação possível, as que estão apenas se divertindo e vendo até onde podem chegar e podemos incluir nessa corrida, aquelas que aproveitaram a oportunidade para conhecer a Chapada dos Veadeiros.
Decisão tomada, a programação era que a saída aconteceria às 4h00, quando o caminhão traria de volta os ducks das equipes que já tinham completado o trecho de remo.
Equipes contrárias a decisão optaram por abandonar a prova. A Bactéria conseguiu uma carona de volta para a cidade, enquanto que a Guaranis I, Guaranis II e Apoena decidiram fazer um trekking de volta até o local da largada e de lá seguir para a cidade com o ônibus da organização.
Enquanto as equipes que ficaram presas no PC1 descansavam, a Oskalunga e a Motorola SOS Mata Atlântica travavam uma disputa particular, chegando praticamente juntas nos postos de controle. No PC 7 a equipe brasiliense chegou com 15 minutos de vantagem e para quem acompanhava a corrida, a vitória parecia garantida.
Mas na última etapa de trekking, no Vale da Lua, e onde as equipes buscavam um PC virtual, as duas seguiram por caminhos diferentes e a SOS Mata Atlântica se deu melhor, voltando para as bicicletas na frente e cruzando o pórtico de chegada montado no Hotel Camelot em primeiro lugar, às 05h34.
De volta ao PC1, mais um atraso. O caminhão chegou mais tarde que o previsto e as equipes saíram apenas às 07h15. E para evitar que a corrida se estendesse além do previsto foram criados horários de cortes nos PC’s 3 e 7, decisão que algumas equipes que começaram o remo na manhã do sábado não esperavam, mas que foi necessária para que a maioria delas pudessem chegar ao final da prova. Mas algumas equipes comentaram que se soubessem que haveriam esses cortes, a decisão no PC1 seria diferente, já que elas gostariam de fazer a prova toda.
Com os cortes as equipes seguiram pedalando direto para a chegada, pulando os pontos de controle onde fariam as etapas de trekking.
A demora na entrega das caixas e bicicletas ao final da prova acabou por aumentar ainda mais o nervosismo de alguns atletas e causou discussões e reclamações acaloradas.
A próxima etapa está programada para acontecer nos dias 08 e 09 de dezembro em local a ser divulgado.
Mais informações: www.chauas.com.br
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