Foi descansando entre o segundo e terceiro estágio da modalidade costeira na prova IGWA Adventure, prova nas Ilhas de Guadalupe, que fui convidada a correr a XPD Race Portugal com a equipe espanhola TEVA LA PINILLA. O Antonio De La Rosa, capitão da equipe, também estava presente nesta prova de uma semana de duração no Caribe.
Assim foi o convite e é claro que aceitei. Havia um tempo que queríamos correr juntos e esta foi a oportunidade perfeita. Adiamos minha volta ao Brasil, descolamos uma bike emprestada e lá fui eu... uma Atenah brasileira junto a três espanhóis (Antonio De La Rosa, Fran Villela e Aurélio Antonio).
A prova foi bárbara, a Costa do Estoril é linda, cheia de falésias, penhascos, pedras pontiagudas, uma costa selvagem. O Parque Natural de Cascais e Sintra também ficou na memória. Passamos pelo Castelo dos Mouros, Palácios da Pena e da Vila, e chegamos até o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa Continental. Passamos por alguns PC’s que estavam em praias que se encontram fósseis de dinossauros, vários pueblos/vilarejos bem pacíficos e pequeninos, sempre com uma cafeteria para nos reabastecer de comida e acordar com uma xícara larga de café.
A Estorial Portugal XPD Race não nos obriga a dormir e se diferencia por você mesmo, atleta, escolher a rota que deseja fazer para percorrer toda a corrida. Desta forma, o que vale é a ESTRATÉGIA!
O objetivo é conseguir completar todo o percurso com o maior número de PC’s obrigatórios e facultativos, tendo sempre em mente: velocidade, tempo, força e estratégia de sono para encarar todas as etapas das modalidades sugeridas pela organização, pois cada modalidade tem um horário de entrada. Por exemplo, para conseguirmos fazer o último trekking da prova, tivemos que pedalar forte e deixar para trás alguns pontos de controle facultativos para chegarmos até as 12h do dia 9 (horário de entrada da modalidade) ... chegamos às 11h55, ufa! Ainda estávamos na disputa!
Correr com os espanhóis foi ótimo, superou minhas expectativas. Eles são bem divertidos, bem maduros (todos eles possuem 40 anos de idade com muita experiência de corrida de aventura), fortes e navegam muito! Para compensar, são bem loucos. Podia ser muro, casa, abismo, arame farpado, o que for, encarávamos tudo para conseguirmos o caminho mais rápido! Aprendi muito e morri de medo várias vezes... No primeiro dia de prova tive que me atirar do telhado de um restaurante de 3 andares para chegar no AT, loucura, poderíamos ser presos!
Fomos bastante determinados e não perdemos o foco da prova um só minuto. Muito disputada, corríamos lado a lado com as equipes concorrentes o tempo todo! MUITA FORÇA! Os tchecos da Tilok/Opavanet foram os que nos deram mais trabalho.
Patins, downhill trikke, mountain bike, trekking, costeira, técnicas verticais, escalada e canoagem foram modalidades constantes durante toda “la raid”. Tivemos ainda a modalidade snorkelling e um surf com caiaque para cruzarmos o pórtico da chegada!
Como toda prova da liga mundial ARWS, lugares paradisíacos e muita técnica, estratégia, força física e profissionalismo para vencer! Em números, nossa aventura teve 530km, 80 horas, 4 dias, 3 noites, 70 Pc’s, apenas 3 horas dormidas e fomos o número 1, campeões!
Agradeço ao Zé Pupo, pela forca moral e o remo de carbono emprestado, aos meus “chefes” por ter me liberado do trabalho, aos “guapos”da Equipe TEVA LA PINILLIA e à NATURA, patrocinadora.
Boas festas e férias para todos os atletas...até ano que vem com muita raça brasileira!
Fenandinha Maciel
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