Nossa corrida sempre começa na saída do trabalho, todos vencendo seus compromissos e pensando em como chegar cedo para o briefing. Pegamos a Jessiê por volta das 19 horas na rodoviária depois de passar uma hora no trânsito de Curitiba e com a idéia de chegar por volta das 21:30 em São João Batista – SC.
Nessa altura do campeonato o Alexandre já havia saído do trabalho e fomos para a prova em 2 carros, uma saveiro com as bikes e o carro do Anderson.
Chegando lá depois de alguns “sustos” na estrada, pegamos o mapa às 23:30h, algumas dicas que o Nelson passou no briefing e fomos dormir no ginásio de São João Batista com mais algumas equipes dividindo a quadra.
Sábado por volta das 7:00 da manhã já acordávamos preparados para a prova!!! Uns 2 km de bike até achar uma panificadora para um café da manhã, prepara para a prova, alonga, entrevista para um jornal local, fotos, Hino Nacional, e largamos às 9:30h.
Corrida leve de 1km até a praça central onde estavam as bikes e rumo em direção ao PC1 – Santuário de Madre Paulina. Um lugar extremamente bonito, pegamos as coordenadas de 7 PCs virtuais que faríamos de bike e seguimos para o pedal interminável!
PC2V – Uns 7km após o PC1 passamos pela primeira de várias Igrejas que seriam PCs virtuais, nessa hora o calor já começava a aparecer, até ali já tínhamos rodado aproximadamente 22km de bike.
PC3V – Após o PC2V começou a primeira “subida” da prova, o calor chegou forte pois já era quase meio-dia, fizemos um desnível de quase 300m (partimos de 10m) e o Ale começou a sofrer com a temperatura alta. Nesse momento estávamos acompanhando algumas duplas e o pessoal da Merrel de Brasília. Paramos algumas vezes para hidratar, comer e ajudar o Ale, mas o desgaste era grande que todos necessitávamos recuperar as energias.
PC4V – Fizemos um pequeno down-hill, acompanhamos um vale de um rio e nos separamos das equipes rumo ao PC4V que era novamente uma igreja. No caminho o Ale me pediu um “favor”: “meu óculos caiu ali na última subidinha, estou meio mal e você poderia voltar para pegá-lo???” Pela segunda vez numa corrida de aventura recuperei um óculos na trilha (a primeira foi com o Laércio na Brasil Wild de Itararé). Com isso estou com alguns milhares de reais em créditos...
Mais uma subida de matar e encontramos o pessoal da Desterro sofrendo também com o calor e as subidas. Nesse momento eles nos passaram e não os avistamos mais na prova.
PC5V – Cemitério – Mais uma subida forte e muito longa. Nesse momento o ritmo era bem lento, algumas câimbras atrapalharam o Anderson e fomos seguindo mais lentos esperando uma recuperação do pessoal. Subimos até quase 800m de altitude, encontramos algumas duplas e uns 2 km antes do PC começou um downhill de quase uma hora até o rio Tijucas. Passamos pelo PC5V e paramos em um bar para reabastecer de água, comer um pouco e tomar uma deliciosa coca!
PC6V – Continuamos a descida até o PC6V novamente em uma igreja. Erramos uma bifurcação mas por sorte corrigimos logo em seguida. Mais descida e o Ale pensou que tínhamos acrobacias durante a prova! Levou um super pacote no downhill. Descemos até a cidade de Major Gercino, aproximadamente uma hora somente de descida! Chegamos no rio e seguimos por uma estrada que estava em sua margem até o PC7.
PC7 (com pessoas!) – Chegamos no PC7 – real – Total de bike = 110km !!! Tivemos primeira excelente notícia, não era necessário pular no rio e fazer a travessia!! Já eram quase 19:30 e a natação seria gelada naquele rio! A segunda notícia boa era que estávamos a 15 minutos da Desterro, que era a 3ª colocada na prova! Fizemos um lanche rápido e partimos para o trekking rumo ao morro do motocross.
PC8V (mais um virtual) – Com vontade de brigar pelo terceiro lugar logo partimos para o trekking, algumas dúvidas na entrada na trilha e fomos bem para o início do trekking sem perder muito tempo navegando. Iniciamos a subida do morro do motocross e pegamos uma bifurcação errada, caímos em uma fazenda. Por volta das 20:30 entramos na fazenda procurando a trilha e com isso o gado curioso e agitado devido às lanternas veio em nossa direção. Mais alguns segundos e o Anderson grita: “Corre galera, eles estão vindo atrás da gente!!” Seguimos até a próxima porteira e pulamos de qualquer jeito para escapar da boiada. Quando percebemos estava a dona Jessiê com sua headlamp atrás dos bois! Ela assustou a boiada que por sua vez veio para cima de nós que estávamos alguns metros na frente!!! Passado o susto percebemos que erramos a entrada da trilha, voltamos pegamos o rumo certo e cruzamos com algumas duplas que faziam o sentido contrário do PC8V. Passamos pela placa de “Preserve a Natureza” em meio a uma trilha bem cavada de motocross, contraditório né...
PC9 – Remo – Descemos a trilha até o PC9 e tínhamos a informação que as duplas só passaram por dois quartetos e poderíamos estar em terceiro. Confirmamos a informação ao chegar no PC e ainda tivemos a boa notícia que somente era necessário mais um trekking de 15 km e uma bike de 12 km para acabar a corrida devido aos cortes e as distâncias e tempos não previstos pela organização.
PC11 – Bike – Seguindo de trekking para o PC11 presenciamos uma cena triste e real no Brasil: uma menor de idade saindo chorando de um “bar” na beira da estrada, gritando com medo de alguns “Homens” que freqüentavam o “bar”. Uma cena triste e revoltante que ainda ocorre muito nesse país!
Seguimos o trekking, entramos na estrada de chão para o PC11 e perdemos a entrada de uma bifurcação, batemos cabeça por uns 20 minutos procurando a entrada certa, quando o Anderson, às 2:00 da manhã, dá de cara com um senhor com um facão na mão dizendo que iria chamar a polícia se continuássemos a rondar sua propriedade!!! O Anderson dizendo: “Sou de paz! Sou de paz!” tentou explicar algo ao pobre senhor e seguimos rumo ao PC11. Passamos por alguns atletas da solo e mais um pessoal da Audax. Confirmamos que ninguém havia nos ultrapassado enquanto batíamos cabeça para achar a entrada certa. Fizemos mais uns 5km até o PC que estava morrendo de frio e sem comida!!!
A organização havia falado que ele iria embora até as 17:00 mas eram quase 4 da manhã!!!
PC – Chegada – Pegamos as bikes, fizemos uma rota alternativa e sem subidas até a chegada em uns 20 minutos. Chegamos na praça de São João batista por volta das 4:00 da manhã, muito cansados, porém felizes com o terceiro lugar na etapa e no ranking do Circuito Açores. Lá na praça só estavam uma ajudante da organização solicitando a assinatura do PC e algumas equipes chegando desistentes. Sem pórtico, sem gritaria, só uma água gelada... e ainda um comentário do ajudante da organização ao Anderson: “esse é o cara que come salame igual banana nas provas???!!!”
Agradeço a todos que nos apoiaram, a essa equipe alto astral e a mais um convite da equipe Fênix para compartilhar dessa aventura!!
Obrigado por confiar na minha navegação (!!!), a divulgar mais um pouco a Tramontrip e ao apoio da Deuter.
Evandro Machado (Navegador)
Equipe Fênix Tramontrip
Jessiê, Ale, Anderson e Evandro
Blog da equipe Tramontrip
equipetramontrip.blogspot.com
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