Com a Makaira representada em todas as categorias na 1ª prova do ano, fui junto com Timbourne, Gaiamum e Márcia, importada de Maceió, na categoria expedição. A equipe estava forte pela experiência dos três homens e pela força da nossa corredora.
O local da prova, belíssimo, o briefing só não foi perfeito devido ao atraso, mas a apresentação das equipes foi show. Ter na competição uma galera que há muito estava afastada, Júlio do Brasil Wild, e por mais que não estivesse na minha equipe, ter Christian nos acompanhando foi massa.
As pretensões eram altas: chegar brigando com as equipes mais fortes. E nosso início de prova foi balizado pelos nossos objetivos, sol esquentando e avisando que a prova seria dura.
Na largada estávamos os 4 na linha de frente e saímos com tudo. Nossa guerreira, por nervosismo acredito, não conseguiu encaixar uma boa relação de marchas nas primeiras ladeiras e se desgastou demais para um início de prova prevista para 6 horas e demoramos a encontrar nosso ritmo. A equipe também não estava trabalhando bem, seguindo sem conseguir um ajudar ao outro.
Para o 1º PC no meio dos eucaliptos, chegamos embolados com uma dezena de equipes e como chegaram um pouco antes fizeram o trabalho de rastrear o prisma, o nosso trabalho foi de seguir a aglomeração. Direto para o PC2 e adiante começava a agonia de pedalar em areia, insistia para minha equipe tentar, pois seria uma diferença muito grande de tempo para quem não pedalasse, mesmo correndo o risco de furar um pneu ao passar por cima da vegetação.
Descemos bem, sem perder muito tempo, mas antes de chegarmos ao AT para a natação Márcia, que ainda esta se adaptando às técnicas de mountain bike, descia com muita coragem e acabou sofrendo uma queda que me assustou no momento, devido ao senhor galo que trazia. Como estávamos a poucos metros da AT seguimos já que ela iria ficar parada colocando gelo enquanto eu e Gaia iríamos atrás do prisma no rio.
Novamente logo atrás das 4 primeiras equipes - Gantuá, Oskaba, Insanos e Extreme - ficamos todos juntos se acotovelando para picotar as pulseiras e o passaporte. Eu e Gaia já tínhamos picotado as pulseiras foi quando lembramos do passaporte. Deveria estar com Timba no AT. Já irados, começando a correr de volta para o AT para buscá-lo, Gaia tira a bendito da lateral da calça, sorte por não perder tempo à toa.
Pedalando forte no asfalto, entramos na estrada de barro e quando vimos Dilton e Júlio passarem de carro a bike de Gaia estoura o câmbio e mesmo depois de tentar retirá-lo e fechar a corrente para assim ao menos girar, não teve outro jeito a não ser rebocar. E assim começamos outra prova. O que era desânimo não teve tempo para respirar e rapidamente se transformou em esforço. A equipe começou a funcionar, todos pensando e agindo para seguirmos e o mais rápido possível. Timba se mostrou um monstrinho puxando grande trecho, Gaia um malabarista se equilibrando com uma mão na bike, enquanto com a outra segurava minha mochila e de vez em quando ainda tentava empurrar a bike com os pés e nossa guerreira o tempo todo do nosso lado.
Por sorte, neste caso, poucos trechos eram pedaláveis em direção ao PC 7 e não perdemos muito tempo. Encontramos com Daniel, da Insanos, sozinho na trilha que até nos ajudou a não errar neste trecho e depois de encontrado o prisma, já no asfalto, encontramos com o resto da Insanos correndo atrás de Daniel. Com muito esforço chegamos rebocando uma bike no AT/largada/chegada para a tirolesa, onde Gaia correu para realizar a tarefa enquanto Timba se recuperava do esforço sobre-humano realizado, e eu acompanhava e tentava ajudar o mecânico da Rodo Norte Bike fazer colocar a bike pedalável novamente, com uma boa ajuda do câmbio da bike de Marcus/Espírito que tinha quebrado logo no início da prova.
Com muito tempo perdido, mas com todas as bikes prontas, saímos comemorando e depois de 10 metros a corrente não aguentou e estourou, mais alguns minutos e novamente saímos rápidos, mas sem muita comemoração mas sim muito cuidado.
Em busca do PC8 nos desconcentramos, não aferimos corretamente a distância e acabamos entrando numa trilha paralela à correta, perdendo muito tempo e nessa de descobrir que estava errado fui dar uma corridinha e virei feio o pé. Fui na lua e voltei de dor e quase matei todo mundo, que estava perdido conosco, de susto pelo urro que soltei.Valeu mesmo pela ajuda e preocupação galera, Rumo Certo, Amazônia, Caatinga Trekkers, minha equipe, todo mundo sentindo minha dor.
Arranja uma bengala e continua para não esfriar o sangue. Meio alucinado ouvi uma sábia voz, não lembro se Timba ou Gaia ou foi em coro, e voltamos para o ponto de início. Rapidamente pegamos a trilha correta e daí em diante foi seguir desembestado atrás de alguma equipe. Antes do PC 9 encontramos com uma galera, inclusive a Gantuá que também estourou o câmbio e estavam bem abatidos por isso. Seguimos o mais forte possível para o asfalto, caminho de volta para a AT final.
A pista de orientação foi uma disputa pra mim. Da Makaira com a Gantuá corria mais forte em respeito a eles. Logo no primeiro prisma batemos juntos e escolhi um caminho diferente para tentar sair do campo de visão, assim teríamos mais chance e deu certo. Batemos os prismas sem perder muito tempo e no final ainda tivemos um pouco de sorte ao ver todas as equipes, da Insanos até a Aventureiros, se acotovelando para picotar o último prisma, facilitando nosso trabalho de achá-lo. Corremos mais pra garantir que não fossemos alcançados pela Gantuá que para tentar pegar a galera da frente e assim chegamos após 4 equipes apenas, colados com eles, com exceção da Extreme, que estava anos-luz na frente de todos.
A prova foi muito boa e cheia de surpresas, com um incidente chato que foi a desclassificação da equipe Oskaba, mas que abriu o circuito baiano de corridas de aventura com grande estilo, bem movimentado e cheio de discussões.
Parabéns a todos que estiveram lá. Extreme pela prova perfeita, Insanos e Guerra pela superação, à nação Makaira presente em todas as categorias. Valeu mesmo galera, espero ver todos nas próximas etapas que desde já promete uma disputa da zorra.
Náru Moraes
Equipe Makaíra
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