Inicio este relato agradecendo imensamente aos meus apoios: Como sempre a minha esposa Mari e com a importante ajuda do Ale PGDM e Adri. E digo com tranqüilidade que para o sucesso do atleta é fundamental um apoio eficiente e eu tive este privilégio. Eles correram tanto quanto eu para deixar tudo certinho. A Mari na preparação da minha alimentação e o suporte e as orientações da dupla Ale Adri. Cara! Só tenho que agradecer imensamente mais uma vez. Eles foram super eficientes.
Retornando para noite de quinta-feira antecedente à prova, meu irmão Antonio que seria o meu apoio juntamente com minha esposa, avisou-me sobre sua impossibilidade de nos acompanhar. Na 6F foi aquela loucura para conseguir outros voluntários em cima da hora. Sei que fiz o convite para quase uma dezena de pessoas, até receber a confirmação do Ale. Foi o suspiro de alívio.
A organização
Parabéns ao Anderson Ross e sua equipe pela organização da prova. Ela foi 100%, começando pelo hotel base do evento até a chegada na praia de Jurerê Internacional.
O hotel São Sebastião faço questão de recomendá-lo a quem queira passar uns dias em Floripa. Ele é muito agradável, bem arborizado, com quartos limpos, preços justos e serviços de qualidade.
No briefing, quando o Anderson anunciou que deveríamos utilizar as ruas secundárias entre as praias Morro das Pedras e Campeche, fiquei preocupado num possível vacilo de pegar rua errada. Cara! Mas não. Nas principais esquinas haviam os fiscais indicando a direção, não permitindo dúvidas nenhuma. Aliás, todo o trajeto, inclusive na parte final da trilha do Ratones também. Parabéns novamente.
A prova.
Duríssima. O bicho pegou, quero dizer, o sol pegou... Quem não se cuidou com hidratação, alimentação, protetor solar, deve ter tido problemas ou correndo o risco de hipertermia. Desde de manhã, o dia já prometia ser muito quente (como de fato foi).
Devido ao mar com ressaca e as condições perigosas do trajeto, o pórtico de largada foi montado após o costão do Morro das Pedras, evitando assim que os atletas tivessem que atravessá-lo.
As 6h:40m foi disparado a contagem regressiva: 10, 9, 8.....0 e lá fomos nós. Também como era de se esperar, a disputa seria acirrada. Sei que eu, o Wilian e o Ribamau, estávamos bem na frente do pórtico e saímos relativamente forte na largada. Aos poucos, "os caras" (Kalungas, SOS, e cia) foram assumindo as primeiras posições, mas vi o Wilian alcançando o primeiro pelotão e eu mantive meu ritmo, buscando mais as lateriais da praia com vegetação para atolar menos o pé naquela areia fofa.
A trilha deste primeiro trekking é técnica e exige muita astúcia para um deslocamento rápido. Formada com muitas pedras, trechos lisos e raízes, mas com um belo visu. Nesta perna, infelizmente alguns atletas não foram cordiais em abrir voluntariamente para os mais rápidos passarem. Só depois que eu e o Caio da Sulbrasilis pedimos licença com tom mais brusco é que conseguimos fazer a ultrapassagem.
Na trilha de descida do morro que dá acesso ao Pântano Sul ocorreu um pega impressionante . Que eu lembro estava o Lico, SOS, eu, uma garota e outros 2 carinhas que não conheço. Um deles até levou um pacotão e eu perguntei se estava tudo bem (ele sinalizou que sim e fui embora, aliás, quase nem parei). Foram 12Km de corrida divididos na areia e trilha com subidas.
AT1 - trekking/bike
Iníco de prova ainda é aquele tumulto, vários competidores chegando um atrás do outro, coisa de louco. Foi até difícil de achar os apoios e a bike, eheh... Pus o capacete e luvas e pé na tábua, mas logo fui alcançado pela aquela garota que deduzo fazer parte da equipe SOS devido ao capacete estar com adesivo da Canoar.
Neste momento me impressionei com o companherismo dela, pois chamou-me para aproveitar o vácuo. Na verdade, ali começou uma negociação: ela foi comandando 2 minutos para cada um "puxar" a fila. Alcançamos um terceiro e um quarto competidor, também de MTB, que entraram no revezamento. Na av. Campeche, fomos ultrapassados por 2 outros ciclistas que passaram em alta velocidade, no qual até tentamos acompanhá-los sem sucesso. Sei que estávamos mantendo a média acima dos 30km/h, quando um de speed entrou no revezamento com um ritmo mais forte. Todos conseguiram acompanhar até que alcancarmos um daqueles de MTB que fez um sprint mais forte ainda para poder escapar do nosso pelotão. Eu acabei sendo o único que acompanhou a fuga até a Av. das Rendeiras. Por várias vezes até tentei colaborar com o cara tentando puxar, mas ele estava mais forte e abriu. Dali em diante, fui até a transição sozinho. Ah! não posso deixar de relatar o meu recorde de velocidade em MTB de 77km/h na descida do morro onde tem aquele mirante e vai para estrada da Barra da Lagoa.
Foram 37Km de MTB em asfalto e paralelepípedos.
AT2 - bike/remo
Protetor solar, Red Bull e camelbak e mais uma transição rápida graças a Mari, a Adri e o Ale. No começo da perna de remo na Lagoa da Conceição estava um espelho e apesar da água estar escura devido às chuvas intensas na semana anterior, o lugar é muito bonito e ótimo para curtir uma remada.
Nesta etapa aconteceu o que se esperava, ou seja, quem estivesse com uma embarcação mais sofisticada, teria vantagem. Meu!... Foi covardia... Sem chance... Sabe quando você está com um Uno Mille, quinta marcha, colocando toda a sua potência, esgoelando, e ao seu lado passa uma BMW em terceira marcha, sobrando?
Enquanto que nós que estávamos com caiaques normais fazíamos muita, mas muita força, muitíssima forca, para manter uma boa velocidade, o pessoal destas embarcações (claro, sem desmerecer seus méritos pois eles também remam muito bem) deixava-nos "a ver navios".
Para se ter uma comparação: O Wilian entrou em quarto e eu entrei em oitavo na lagoa e no fim eu saí lá pelo décimo quarto lugar ou mais e o Wilian ainda depois. Eu lembro que contei 6 embarcações passando por mim. Que tristeza, pois toda a vantagem que havíamos obtido com muito esforço no trekking e bike foram facilmente perdidas por estarmos com um equipamento menos eficiente. Mas....
Foram 11Km de remo com a lagoa tranqüila (um pouco mais de marolas perto da chegada).
AT3 - remo/trekking
Fomos recepcionados pela organização com uma dose de Red Bull geladinho, na "faixa" e na hora, eheh...Meu apoio, sempre eficiente, me ajudou na retirada do caiaque da água e na troca de camel bak, agora com água de côco fresquinha. Fiz uma cagada em não levar um boné, pois não havia memorizado que boa parte da trilha seria sob o sol e não sob a sombra da vegetação. Não sei que horas eram porque decidi não levar relógio desta vez, mas foi o trecho mais sofrido devido ao sol escaldante. Em todos os córregos que cruzavam a trilha eu parava para me refrescar com água na cabeça. Minhas pernas estavam melhores do que a prova do ano passado, porém a temperatura judiou demais e meu deslocamento não foi tão rápido quanto imaginava. Meu conforto era poder apreciar a beleza da Lagoa e ainda perceber que tinha muitos participantes ainda remando. Ora eu tirava a camiseta e colocava na cabeça, ora vestia para proteger meus ombros do sol.
No trecho de + - 4km de estrada após a trilha, onde poderia correr, não foi possível, tive que manerar. Nem conto a temperatura do calor que subia da parte da estrada com asfalto. Foi sofrido. Foram 16Km de trekking em trilha e ruas urbanas.
AT4 - trekking/remo
Quando me aproximei deste AT, estava tão cansado que nem respondi a saudação da Paulinha. Peço desculpas a ela.
Mas....Grande apoio! Desculpe-me os outros, mas meu apoio foi o melhor. Neste AT eles me serviram mais um Red Bull e mais coca-cola e ainda prepararam um pacote de Ruflle colado no caiaque. Para arrematar, deram-me aquela força tipo: vai lá, você está indo muito bem. Tudo que eu precisava para recuperar o raciocínio e as energias. Bom, após tomado um fôlego e passado mais protetor solar, o Ale me ajudou a colocar o caiaque no rio Ratones e me passou mais umas recomendações. Foi aí que avaliei as condições do rio e percebi o vento contra e para variar a maré subindo, daí pensei (acho até que falei): de volta a mesma situação?... vai ser fo....piiiii!.
Até que não foi, porque a partir do meio do trajeto a correnteza do rio ficou favorável, permitindo uma boa velocidade de deslocamento. No entanto, não aliviei o ritmo da remada, conseguindo chegar próximo das três embarcações que estavam muito na minha frente. Foram 9Km de remo iniciando no rio Ratones e terminando na praia da Daniela.
AT5 - remo/bike
A maré estava baixa tanto que não era possível remar nos últimos 200 metros da chegada no AT e os apoios tinham que nos ajudar. Minha bike já estava preparada e foi só retirar o colete-salva vidas, colocar o capacete e partir para a última "perninha" de bike. Foi tranqüilo porque além de ser um trecho curto, não havia nenhum competidor ameaçando minha colocação e ainda estava me sentindo muito bem, pois relembrando o Multisport 2007 neste trajeto eu estava com dores no joelho esquerdo e fortes dores no direito, tendo que pedalar tipo "perneta" somente com a perna esquerda. Naquela chegada, quem viu deve lembrar, mal consegui descer da minha bike. Estava completamente travado. Agora não, larguei a bike no último AT e sai correndo com muito fôlego, com muito ânimo.
Foram 5Km de bike em asfalto e bloquetes.
AT6 - bike/corrida
Então, deixado a bike com a organização, e só alegria: Eram somente uns 890m para completar a prova e estava com muita confiança. Afinal, o que eram 0,89Km perto dos quase 90km já percorridos?...
A reta final não poderia ser mais bonita do que a Praia de Jurerê Internacional. Estava bombando. Vocês não imaginam a quantidade de aviões decolando por ali. Toda aquela gente bonita curtindo o sol e o mar, e nós correndo que nem uns loucos, todo suado, mal cheiroso e sujo de barro. Isto é a paixão pelo esporte, eheheh....
Acho até que poderia correr mais, pois estava me sentindo muito bem mesmo. Para ajudar, no início da corrida eu mirei um telhado branco como referência de chegada, calculando erroneamente esta distância próximo a 1km, mas de repente avistei a marca Red Bull na direita bem na minha frente... e não é que era o pórtico? Apareceu mais cedo para minha surpresa!!! Meu, nem acreditei!... Completei a prova em boas condições físicas e melhorando meu tempo em mais de 1h em relação ao de 2007 e ainda com uma embarcação básica.
Só alegria mesmo, agora recebendo os cumprimentos do Anderson e sua família e dos atletas que já estavam por lá. Finalizando, apareceu meu apoio: minha esposa, o Ale e a Adri. Infelizmente eles chegaram alguns minutinhos após eu ter passado pelo pórtico, mas de qualquer forma todos felizes pela tarefa cumprida.
Foram 0,89km de corrida na praia.
A bebemoração e o retorno
Após as melancias e laranjas ofertados pela organização, fomos numa sombra no estacionamento onde estavam nossos carros para a bebemoração. Sentamos, descansamos e bebemos aquela merecida cervejinha gelada. Tudo com muita descontração.
Saímos de Floripa antes da chuva, mas mesmo assim pegamos congestionamento na Ilha e também na ponte do Rio Itajaí-Açu. Jantamos no Sinuelo e chegamos em Curitiba lá pelas 22:45h.
Parabéns para meu apoio.
Parabéns para a organização da prova
E até a próxima.
Adilson Lara
Associação Paranaventura
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