Quando vimos que a segunda etapa do Adventure Camp iria ser, literalmente, na terra da garoa, já imaginamos que sairíamos do tradicional, e que seria uma prova para surpreender. Meio receosos, resolvemos acreditar. O mais divertido no Camp são as estratégias. Na quinta, véspera de prova, estávamos na raia da USP treinando como remaríamos em 4 num duck, é óbvio que entre gargalhadas e outras, o Andresão caiu na água. Plano traçado, e em meio à especulações esperamos o grande dia.
A recepção das equipes e largada foram no shopping Eldorado, o que atraiu olhares de vários curiosos. Carrinhos de supermercado serviram para carregar o equipo dos atletas, coletes e capacetes geravam interesse alheio.
Depois de uma mega pizza, largamos no estacionamento do shopping, primeiro destino Nossa Senhora do Brasil. Avenidas atravessadas no farol vermelho e caminhos de rato, dava para cruzar com as inúmeras escolhas de rota feitas pelas equipes. PC1 na porta da igreja com direito à aplausos e incentivos de convidados do casamento. Subimos a Augusta para o parque Trianon, depois seguimos ao centro. Chegamos no Viaduto do Chá entre as 10 primeiras equipes, berrava de alegria a Sandra, nossa “apoia” tão especial!. No centro era dado outro mapinha e cada equipe tinha oito pontos para buscar: Praça da Sé, Pátio do colégio, Terraço Itália, Bolsa de Valores etc...todos em 20 minutos. Ali os gritos de incentivo mudaram o tom, de aplausos contidos para berros fervorosos, dessa vez pelos mendigos que dormiam no centro da cidade. A tal corrida de aventura urbana já não era mais tão divertida assim. Na luta contra o relógio não conseguimos pegar um dos pontos o que acarretaria em uma penalidade de 6 minutos.
A volta era uma reta só; Consolação e Rebouças. Poluição, buzinas, e carros muitos carros. “Que saudades da etapa Paraty...”
O André passava mal com a pizza desde a largada e já, num ato de desespero no trajeto de volta à USP, teve que parar duas vezes. Detalhe: a trilha era asfaltada, as opções praticamente não existiam. Enfim, momentos que talvez até nossos netos fiquem sabendo “O vovô quando era garoto passou por aqui..” E depois a vovó aqui, idem, tive que parar também! Ninguém merece!
Ponto alto da prova para mim foi chegar de volta à USP e ter a Carol Vita, uma das minhas melhores amigas, e seu maridão me esperando para um incentivo especial e enquanto eu esperava os meninos (Robinson e Rafa) fazerem o rapel no velódromo (fala sério!) eu fui esquentada debaixo de um guarda chuva. Thank you Carolzinha, você é demais!!
PC7, a bike foi praticamente um treino corriqueiro, buscar pontos espalhados dentro da USP. Passamos juntos no PC8 que era no bosque e outros pontos o Rafa e o André pegaram sozinhos. Desanimador foi saber que tinha equipe coletando os pontos de carro.
Finalizamos a bike, congelados pelo frio e pela chuva e desanimados por uma prova apática.
No Dark zone resolvemos ir para minha casa que é muito perto da USP e lá aproveitamos para trocar de roupa e nos organizarmos. Dormimos todos amontoados no meu quarto. O André ainda mal da barriga. Quando o despertador tocou, decidimos que não iríamos para a relargada que aconteceria na represa Guarapiranga. São Paulo. Já tinha dado. Chega de poluição! Afinal de contas é por isso que fazemos aventura; queremos verde, queremos lama!!
Luli Cox
Equipe Uirapuru
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