Radicais sim, mas em dia com o espelho - Mulheres não deixam a vaidade de lado nem na hora dos esportes de aventura

Por Joana Carvalho - 03 Jun 2008 - 15h03


Unhas pintadas do pé da atleta Taritza Puggina, equipe Carbono Zero
© Wladimir Togumi

Os homens que se cuidem, pois após marcarem posição em áreas predominantemente masculinas, as mulheres estão, agora, ganhando terreno entre os praticantes de esportes cada vez mais radicais. Seja para aliviar o estresse e as pressões do dia-a-dia, estar em contato com paisagens deslumbrantes, e até mesmo como forma de manter o corpo em dia e a dieta liberada, elas descobriram que, mais uma vez, é possível conciliar força física e femininidade.

Segundo pesquisa realizada pelo site Webventure em parceria com a Associação Brasileira de Esportes de Aventura, em 2007, quase 40% das mulheres citaram o trekking como modalidade preferida. Outro levantamento, realizado pelo Target Group Index – estudo realizado semestralmente nas principais regiões metropolitanas do País, com indivíduos de todas as classes sociais, entre 12 e 64 anos – em 2007, 83% das mulheres brasileiras acham importante manter a forma física e cuidar da saúde. A pesquisa apontou, ainda, que 38% das mulheres dizem praticar algum tipo de esporte ou atividade física pesada pelo menos uma vez por semana.

Mariana Bordallo e Izabela Antunes são atletas de corrida de aventura, esporte que conjuga extrema força física e auto-controle psicológico. As provas consistem em percorrer de algumas dezenas a muitas centenas de quilômetros, por dias ininterruptos, faça chuva ou sol, alternando modalidades que variam entre trekking, montain bike, técnicas verticais – como escalada, rapel, tirolesa, etc –, canoagem, entre outras; passando pelos locais mais remotos só com a ajuda de carta topográfica e bússola.

Como se não bastasse, o esporte é praticado na maioria das vezes em quartetos com três homens e apenas uma mulher. Na equipe da dupla, a Unimed-Rio Ecolabore, também é assim. São quatro homens e as duas meninas, que se revezam para cumprir o calendário de provas, que já incluiu este ano uma competição com mais de 600Km que atravessou quatro estados do Nordeste brasileiro. Nessa espécie de rali non stop, onde dorme-se de nada a poucas horas, engana-se quem pensa que não há tempo para cuidar da aparência.

“Quando estou competindo não deixo de me cuidar. Sempre tenho na mochila creme de cabelo, protetor labial, perfume e protetor solar FPS 50 para o rosto. Não deixo de lado a minha vaidade nem em meio às competições”, afirma Izabela, de 29 anos, que também é triatleta e estudante de fisioterapia, e tem entre suas conquistas o primeiro lugar no Circuito Estadual de Duathlon 2005. Já Mariana, psicóloga, 26 anos, jura que o paradigma de que a mulher aventureira não é vaidosa já foi quebrado. “É impressionante ver a quantidade de mulheres dentro da corrida de aventura. E são bonitas e bem vaidosas, que não esquecem de colocar na mochila espelho, condicionador, desodorante e escova de dente”, enumera. Na opinião da atleta, as mulheres praticantes de corrida de aventura ficam muito expostas e não podem deixar de cuidar da aparência.

Algumas dicas de beleza, segundo as atletas:
Pés – sofrem muito nas competições, com bolhas e até a queda de unhas. É importante estar em dia com a manicure para evitar unhas encravadas, mas é fundamental não limpar demais, para não deixar os dedos sensíveis.

Pele – sofre com o efeito da alternância de temperaturas (quente com sol durante o dia, frio durante a noite), além de chuva, poeira e muitas vezes lama. É fundamental andar sempre com protetor solar para pele e lábios e ter um bom hidratante para usar após as provas. Manchas roxas também podem ficar como herança de tombos que eventualmente ocorrem.

Cabelo – a dica das atletas é sempre manter o cabelo bem preso durante as provas, apelando para tranças ou então para rabo de cavalo preso em toda a sua extensão com muitos elásticos. Apesar de estragar o cabelo, os dois penteados protegem da ação do vento e evitam que as madeixas fiquem presas em galhos durante a competição, o que causa danos muito maiores. Outro ponto que merece cuidado é a raiz, que fica abafada e exposta ao suor constante devido ao uso do capacete (equipamento obrigatório em quase todas as modalidades).

Mãos – é inevitável que a pele da palma da mão fique grossa e eventualmente com bolhas devido aos trechos de canoagem e também de montain bike. O uso de luvas corretas diminui bastante o estrago. As unhas também merecem visitas regulares à manicure, para estarem sempre apresentáveis em meio a treinos e competições.

Joana Carvalho
Por Joana Carvalho
03 Jun 2008 - 15h03 | geral |
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