Os Selvas foram representados por muitas duplas: Andressão e Rafa, Marcio e Mó, Mura e Ju, Hadi e João, Rodrigo Alfaia e Renato, Pedrão e Marcelinho. A primeira noite foi praticamente impossível de dormir no acampamento porque outras duplas chegavam de madrugada e falavam alto, marteladas da organização porque não tinham terminado de montar a estrutura, e assim foi.
Acordamos às 6h e fomos para São José do Barreiro, quase uma hora de carro até a largada. O percurso do primeiro dia foi um trecho do Ecomotion Pro 2006, e eu lembrava muito bem da subida que nos aguardava. Dri e eu estávamos devidamente uniformizadas, de cor-de-rosa é claro. E muitas flores presas no nosso capacete. Devidamente caracterizadas, fomos para a largada.
Logo saindo da praça principal a subida já começava e não parava mais. O percurso todo da ascensão eu ia perguntando para as pessoas “Quando começa a subida?”, tirando sorrisos de uns e indignação de outros. A maioria ria e respondia “Anda mais um pouquinho que ela tá lá na frente.”
Nas subidas mais íngrimes às vezes a Dri caía porque não conseguia soltar a sapatilha... (risos). Detalhe que ela colocou a sapatilha para ir para o Trip Trail, sem treinos anteriores.
Uma hora tivemos que parar porque o radiador tinha esquentado e a Dri precisava tirar a camisa de manga comprida debaixo da camiseta da prova. Bebe um pouquinho, come, e vamos que vamos. No alto tinha um ponto de hidratação e Gu geladinho nos esperando. Alguns tombos de sapatilha depois, na entrada do parque, Tome! A Dri tomou um baita tombão porque a marcha não entrou. Maxilar no bar hand. “Dri machucou?” - “Machucou, mas eu não tô chorando!” rs.
É uma moleca mesmo! Uns amigos bikers pararam para regular a marcha que não entrava. Foram os primeiros anjos da prova. Saíram convictos de que estávamos bem e alguns metros à frente descobrimos que o cabo do câmbio da Dri estava arrebentado. Só tínhamos a marcha leve (de certa forma isso era bom porque ainda tinha muita subida por vir).
O caminho todo eu me sentia ao lado do Rafa, André e Marcão (minha equipe do Pro 2006) e todos os lugares que a gente ia passando eu ia lembrando do que a gente tinha feito em cada lugar: onde o André acertou o Marco com a bike, onde a gente teve que fugir de cachorros, onde paramos para almoçar...
No meio do percurso tinha um PC para chipar e ali descobrimos que estávamos muito para trás. Nosso ânimo já tinha caído um pouco e dali seguimos mais quietas ainda. Andamos um bom trecho com os meninos Mó, Marcio e Rodrigo, que tinham se unido à dupla porque a bike do Renato quebrou!
Encontramos com mais alguns anjos pelo caminho: anjo Gabriel, que além de me emprestar óleo ajudou a lubrificar a minha bike, que estava com “chain suck”; anjo Edmar, que espantou o boi chifrudo que estava vindo como que numa tourada para cima de mim; anjo dono de uma labradora muito simpática, que doou 2 reais para a gente comprar uma Coca no meio do percurso.
Trecho final, um downhill fantástico com uma vista linda, e nosso dia ensolarado terminou ali, com a primeira missão cumprida 70 e poucos quilômetros pra trás e 8h23 de pedal!
A segunda noite foi ótima, tamanho o sono e o cansaço. Dormimos super bem nas nossas barracas. A largada no dia seguinte era no próprio acampamento. Já no bolo, a gente escuta “Flower People”. O que? ih falaram o nosso nome, deixa eu ir lá checar. E na cabine de som “Isso mesmo temos, aqui Flower People em 5º na categoria, larga no pelotão de elite!”
Eu e a Dri desde então não conseguiamos mais parar de rir. Para nosso espanto e de toda a elite, lá fomos nós. “Dá licença! Dá licença!”. Claro que a nossa alegria durou pouco, a gente estava na 6º colocação e as donas do espaço ali no pelotão de elite logo chegaram. Uma dupla carioca, Ecolabore, super simpáticas, entraram com a gente na largada e nos deixaram continuar lá. E assim foi a nossa largada, no pelotão de elite. Tivemos que largar com muito mais responsabilidade.
O segundo dia foi cheio de single tracks e muita lama “Amo lama!”, técnico e lindo. O dia estava nublado e mais friozinho, tudo perfeito. A gente estava funcionando melhor como dupla e fomos brincando com tudo e com todos que víamos no meio do caminho. “As rosinhas tão chegando!”
Vários amigos: Gabriel apareceu no momento certo que minha bike já tava ruim de novo, me ajudou mais uma vez, e tinha outro que se auto-entitulou de adubo, tinha o jardineiro..rs.
Tinha o que me dizia “Vai devagar, eu já tive a sua idade”. Quando eu perguntei que idade eu tinha ele disse “22!” “Acertou na mosca..rs”. E tinha o Greg, um mineiro muito simpático “Irrrrrrrrrrrrrrrrrrrriiiiiiiii!” que virou praticamente um trio com a gente. Nosso ritmo era muito parecido e às vezes ele ficava na frente “Irrrrriii”, e às vezes a gente gritava “Pedala Greg irrriiii!”, e da metade da prova em diante fomos gritando “Irrrriiiii!” a cada 100mts...rs e ia divertindo todos que estavam por perto.
Terminamos a prova de volta à Penedo. Missão totalmente comprida!
Obrigada Dri! Amiga você é meu numero! rs. A dupla foi demais, com direito à fama, risadas e muita animação. Que daqui para frente seja tudo assim; pura diversão e alto astral! E que seja sempre contagiante! “Irrrrrrrrrrrrrrrrriiiiiiiiiiii!”
Luli Cox
Equipe Flower People
Copyright©2000-
Adventuremag - Informativo sobre corrida de aventura - Política de privacidade
Proibida a reprodução, modificação e distribuição, total ou parcial de qualquer conteúdo deste website